
De acordo com relatos feitos � Folha, Torres disse que viajou a Salvador entre o primeiro e segundo turno das elei��es a convite do ent�o diretor-geral da corpora��o, M�rcio Nunes de Oliveira, para vistoriar uma obra na superintend�ncia regional do �rg�o.
Preso desde janeiro, o ex-titular do Minist�rio da Justi�a � suspeito de utilizar a PRF em bloqueios no segundo turno da elei��o presidencial, em outubro de 2022, para dificultar a chegada de eleitores de Lula aos locais de vota��o.
A PF apura uma viagem do ent�o ministro de Jair Bolsonaro (PL) � Bahia na �poca. A suspeita � de que Torres teria pedido � Pol�cia Federal que atuasse com a Pol�cia Rodovi�ria Federal para realizar blitze em locais em que Luiz In�cio Lula da Silva (PT) havia recebido mais votos do que Bolsonaro no primeiro turno.
Defesa de Torres
Nesse sentido, uma das linhas de defesa de Torres no depoimento desta segunda foi ressaltar que a ideia da viagem � Bahia n�o partiu do ex-ministro.
Ele afirmou jamais ter interferido em planejamentos operacionais da PF e da PRF e disse que n�o houve nenhuma determina��o para atua��o conjunta dessas corpora��es no dia do pleito.
Seu advogado, Eumar Novacki, disse em nota ap�s a oitiva que o "depoimento ocorreu dentro da normalidade".
"Anderson Torres compareceu � sede da Pol�cia Federal, abriu m�o de seu direito constitucional ao sil�ncio e respondeu todos os questionamentos formulados", afirmou o advogado.
"Mant�m a postura de cooperar com as investiga��es, uma vez que � o principal interessado no r�pido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecer�."
PF adiou inquiri��o
Torres deveria ter sido ouvido no dia 24, mas a PF adiou a inquiri��o ap�s os advogados alegarem "dr�stica piora" do estado de sa�de do ex-ministro.
Segundo a defesa, ele passou por um "agravamento do quadro de sa�de ps�quico" ap�s o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negar um pedido de soltura.
Torres foi preso por decis�o do STF ap�s os ataques �s sedes dos tr�s Poderes, em 8 de janeiro. Ele havia sido rec�m-nomeado secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal, mas viajou para os Estados Unidos antecipadamente, j� que as f�rias dele come�avam no dia seguinte �s invas�es.
Um dos argumentos de Moraes para negar a soltura do ex-ministro trata justamente da suspeita em torno da utiliza��o da PRF numa "opera��o golpista" contra eleitores de Lula.
"[H�] fortes ind�cios da participa��o do requerente [Torres] na elabora��o de uma suposta 'minuta golpista' e em uma 'opera��o golpista' da Pol�cia Rodovi�ria Federal para tentar subverter a leg�tima participa��o popular no 2º Turno das elei��es presidenciais de 2022", escreveu Moraes na decis�o.
"N�o bastasse isso, o requerente Anderson Gustavo Torres suprimiu das investiga��es a possibilidade de acesso ao seu telefone celular, consequentemente, das trocas de mensagens realizadas no dia dos atos golpistas e nos per�odos anterior e posterior; e �s suas mensagens eletr�nicas", completou.
Em mar�o, o ex-titular da Justi�a trocou de defesa, que desde ent�o passou a detalhar o quadro de sa�de dele para pedir a soltura e o adiamento de compromissos com a Justi�a.
Segundo os advogados, o ex-ministro tem sofrido problemas psicol�gicos desde que foi preso. Dizem que ele "entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e j� perdeu 12 quilos".
"Ap�s a decreta��o da cust�dia cautelar do requerente, suas filhas, infelizmente, passaram a receber acompanhamento psicol�gico, com preju�zo de frequentarem regularmente a escola. Acres�a-se a isso o fato de a genitora do requerente estar tratando um c�ncer", completaram.