
A mensagem foi clara: A C�mara n�o pretende rever o que foi posto nos governos anteriores, portanto, cabe ao atual governo olhar para frente e n�o revisar o que j� foi feito.
A avalia��o de Lira � que o eleitor elegeu no ano passado um Congresso conservador e reformista, e um presidente mais � esquerda. � preciso ter di�logo e manter o que j� foi aprovado. “O Congresso aprovou muitas leis, cabotagem, saneamento, regulariza��o fundi�ria”, segundo Lira, “preservando o que � mais caro”, que � a seguran�a jur�dica. “O Brasil de 2023 n�o � o mesmo de 2002, 2010, 2014”, disse, ressaltando o poder do Parlamento. “Isso precisa ser ajustado”, disse ainda. Ele mencionou tamb�m que � preciso deixar o arcabou�o fiscal e a reforma tribut�ria � margem da polariza��o, porque s�o agendas do pa�s, que n�o podem ficar sujeitas � disputa pol�tica.
A fala de Lira foi o ponto alto do segundo painel do Lide Brazil Investment Forum. Ele lembrou ainda que a reforma administrativa est� pronta e precisa de apoio pol�tico. O governo, por�m, conforme apurou o Correio, n�o deseja colocar esse tema em pauta agora. O foco est� no arcabou�o fiscal e na reforma tribut�ria, ambas tamb�m defendidas no semin�rio do Lide, promovido pelo grupo Doria, por todos os debatedores. Antes de Lira, o ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu a simplifica��o tribut�ria e o di�logo pol�tico como fundamentais para levar essas propostas adiante.
Governadores tamb�m falaram
Os oito governadores e dois prefeitos presentes, Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e Ricardo Nunes (S�o Paulo), fizeram apelos aos congressistas pela reforma tribut�ria e, nesse sentido, Renato Casagrande, do Esp�rito Santo, mencionou que para o bom andamento das reformas � preciso estabilidade pol�tica. “O maior desafio � pol�tico, ainda temos um ambiente de tensionamento. H� uma cristaliza��o do posicionamento ideol�gico de diversos parlamentares. O grande desafio de Lula � estabilizar as rela��es com o Congresso Nacional. � ele mesmo que tem que coordenar para que possamos seguir adiante”, afirmou.
“Se for reforma tribut�ria para tirar dinheiro dos munic�pios, n�o � poss�vel fazer. Precisamos ter uma reforma tribut�ria que simplifique, e n�o que retire recursos dos munic�pios, que � onde as pessoas vivem”, disse o prefeito de S�o Paulo, Ricardo Nunes, numa mensagem direta ao presidente da C�mara, Arthur Lira, e ao relator da reforma tribut�ria, que estavam na plateia.
O do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que figura como uma das promessas para o Planalto no futuro, lembrou que foi o �nico governador reeleito no estado, em 100 anos de hist�ria. “N�o digo isso por vaidade, mas quando se faz o que � preciso, o resultado eleitoral vem. Privatiza��es e concess�es foram postergadas com receio de que isso geraria para o governante de plant�o”, afirmou, dando um recado para Lula: “n�o h� sociedade que tenha prosperado com um governo desarranjado. Chega de perder energia nos atacando uns aos outros, disse, defendendo um trabalho conjunto para promover a educa��o.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, fez um apelo aos congressistas presentes para que n�o mexam com a reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer, e agradeceu ao ex-presidente pela iniciativa.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, primeiro palestrante do dia, defendeu a reforma tribut�ria, por�m, “sem atingir o modelo que tem dado certo”, numa refer�ncia direta � Zona Franca de Manaus, que gera milhares de empregos e responde por 47% da arrecada��o de ICMS do estado e representa um faturamento de R$ 30 bilh�es. “Estamos a cinco horas de Miami, temos condi��es de colocar no mercado internacional com velocidade”, diz
A colunista viajou a convite do Lide.