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Foro de S�o Paulo se re�ne em Bras�lia sob artilharia da direita e questionamento sobre ditaduras

Diretriz de que defini��o do regime pol�tico cabe a cada pa�s, o foro evita tratar de viola��es dos direitos humanos e cerceamento de opositores


28/06/2023 09:01 - atualizado 28/06/2023 09:43
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Lula em evento no Palácio do Planalto
Lula em evento no Pal�cio do Planalto (foto: Ricardo Stuckert/PR)
Depois de tr�s anos sem realizar seu evento anual por causa da pandemia, o Foro de S�o Paulo volta a se reunir nesta quinta-feira (29), em Bras�lia, com a presen�a do presidente Lula (PT), um dos fundadores da entidade em 1990.

O 26º encontro da congrega��o de partidos e movimentos de esquerda da Am�rica Latina e Caribe, realizado at� domingo (2), vem dando muni��o para a direita bolsonarista e alimenta os questionamentos sobre alinhamento com ditaduras na regi�o –especialmente ap�s a visita do ditador da Venezuela, Nicol�s Maduro, ao Brasil.

Com a diretriz de que a defini��o do seu regime pol�tico cabe a cada pa�s e sua popula��o, o foro, que se posiciona contra o imperialismo e o neoliberalismo, evita tratar do cerceamento de opositores e viola��es dos direitos humanos em pa�ses como Venezuela, Cuba e Nicar�gua.

O pr�prio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tocou no assunto na sexta-feira (23), durante um evento do PL em Porto Alegre, ao comentar a a��o que pode torn�-lo ineleg�vel. "O outro cara [Lula], no ano passado, se reuniu com a nata do PCC no Complexo do Alem�o, no Rio, e vai se reunir com a nata do Foro de S�o Paulo", disse.

J� a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi ao Minist�rio P�blico Federal para tentar impedir a realiza��o do encontro do foro. "� incab�vel o nosso pa�s aceitar representantes que violam os direitos humanos e s�o investigados na ONU. […] Tomamos provid�ncias para tentar barrar esta aberra��o no nosso pa�s", tuitou.

Questionados sobre coniv�ncia com as ditaduras de esquerda, integrantes do foro se esquivam de criticar o autoritarismo de pa�ses aliados e argumentam que a organiza��o preza pela media��o e pela constru��o do di�logo, recha�ando interfer�ncia nos 28 pa�ses-membros.

Al�m disso, o foro n�o se posiciona acerca do que n�o � consenso entre os cerca de 130 partidos e entidades que o comp�em –incluindo nacionalistas, socialistas e comunistas.

Segundo dirigentes do grupo, por�m, o foro tem compromisso com a democracia e todos os seus membros defendem que a disputa pol�tica deve se dar por meio de elei��es –e n�o de revolu��es.

No Brasil, PT, PC do B e PCB s�o os partidos que comp�em o foro. Com uma cr�tica ao autoritarismo de Maduro, o PSB decidiu deixar o foro em 2019.

Em entrevista � imprensa, a secret�ria-executiva do Foro de S�o Paulo, M�nica Valente (PT), afirmou, na sexta-feira, que a entidade j� nasceu com a estrat�gia de "disputa pol�tica na sociedade, o que implica o debate de ideias," como alternativa aos m�todos de insurrei��o.

"Os nossos pa�ses da Am�rica Latina e Caribe, todos, t�m elei��es, ainda que nem sempre sejam elei��es e sistemas pol�ticos com os quais todos se identifiquem", respondeu ao ser questionada sobre a defesa da democracia e sobre ditadura de Daniel Ortega.

"N�s temos muito cuidado com a n�o inger�ncia nas quest�es internas dos pa�ses, n�o s� no tema da Nicar�gua, mas em qualquer outro tema ou pa�s. O Foro de S�o Paulo busca respeitar profundamente as escolhas que os povos fazem. A gente acredita mesmo que os pr�prios povos, atrav�s das suas lutas, v�o aperfei�oando os sistemas democr�ticos dos seus respectivos pa�ses", completou.

O 26° encontro acontece ainda num contexto de preocupa��o da esquerda com as fake news. A vers�o de que o Foro de S�o Paulo pretende implantar ditaduras de esquerda na regi�o � atribu�da por petistas a Olavo de Carvalho, escritor guru do bolsonarismo morto em janeiro de 2022.

A programa��o prev� um semin�rio sobre "comunica��o e redes sociais" no s�bado (1°).

"N�o achamos que a realiza��o do foro vai exacerbar ou deixar de exacerbar a polariza��o no Brasil. O que nos interessa � ter uma aproxima��o com o que � verdadeiramente o Foro de S�o Paulo, seus debates, seus participantes, suas ideias. Esperamos contribuir para que no Brasil sejam difundidas as ideias do Foro de S�o Paulo tal como elas s�o", afirma Valente.

"Com certeza a realiza��o do foro vai ser explorada [politicamente]", diz a soci�loga Ana Maria Prestes (PC do B), que participa da organiza��o. "Isso � positivo porque mostra a relev�ncia do foro. O que a gente pode fazer � ter esperan�a que seja um debate saud�vel", completa.

O senador Fl�vio Bolsonaro (PL-RJ) � outro pol�tico que vem criticando o evento em suas redes sociais. "Temos um ‘governo’ que compactua com ditaduras! Lula vai reunir ditadores sanguin�rios, como Ortega e Maduro, do Foro de S�o Paulo no pr�ximo dia 29, em Bras�lia. E voc� ai jurando que foi pela democracia, n�?", publicou.

"O Foro de SP n�o existe e est� proibido democraticamente falar sobre esse assunto", comentou seu irm�o Carlos Bolsonaro (Republicanos).

N�o est� previsto que outros chefes de Estado compare�am ao encontro, mas os partidos de Ortega e Maduro, fazem parte do foro.

O foro decidiu sediar o encontro em Bras�lia ap�s a elei��o de Lula no ano passado, como uma forma de prestigi�-lo. O principal tema do evento, a integra��o regional, vai ao encontro da agenda de pol�tica externa do petista, que reuniu 11 l�deres de pa�ses da Am�rica do Sul em Bras�lia no m�s passado.

Na ocasi�o, ao lado de Maduro, afirmou que as acusa��es de falta de democracia na Venezuela n�o passam de uma narrativa.

Al�m da integra��o regional, organizadores do foro dizem que as discuss�es v�o se concentrar em pol�ticas de desenvolvimento e na agenda ambiental de preserva��o da Amaz�nia.

O evento ter� convidados estrangeiros, como o Democratas Socialistas da Am�rica, grupo do senador Bernie Sanders dentro do Partido Democrata dos EUA, e o Partido Esquerda Europeia, que integra o Parlamento Europeu.

No dia da abertura, �s 19h, est� prevista uma homenagem a Marco Aur�lio Garcia, ex-assessor internacional de Lula, morto em 2017. Ele foi um dos idealizadores do grupo. No s�bado (1º), haver� uma festa de confraterniza��o do PT.

 

 

 


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