
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma o julgamento �s 9h. At� agora, apenas o relator do caso, o ministro Benedito Gon�alves, pronunciou-se, votando pela inelegibilidade de Bolsonaro "por abuso de poder pol�tico e uso indevido dos meios de comunica��o".
Espera-se que os outros seis ju�zes do TSE se pronunciem nesta quinta-feira, embora n�o se descarte a possibilidade de adiamento do julgamento caso algum dos magistrados pe�a vista, requerendo mais tempo para examinar o caso.
Bolsonaro ficou ausente das duas primeiras sess�es do julgamento na sede do TSE, em Bras�lia, e tampouco deve comparecer nesta quinta-feira, segundo seu advogado, Tarc�sio Vieira.
'Paranoia coletiva'
O caso gira em torno de uma reuni�o com diplomatas organizada por Bolsonaro no Pal�cio da Alvorada tr�s meses antes de sua derrota nas urnas para Lula. Aos embaixadores, ele afirmou, sem apresentar provas, que buscava "corrigir falhas" no sistema de urnas eletr�nicas com "a participa��o das For�as Armadas".O ministro Gon�alves afirmou que a reuni�o "serviu para incitar um estado de paranoia coletiva", por meio de um "conjunto de informa��es falsas ou distorcidas" sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Bolsonaro "acirrou tens�es institucionais e instigou a cren�a de que a adultera��o de resultados era uma amea�a que rondava o pleito de 2022", acrescentou Gon�alves, ressaltando que os fatos investigados foram "nocivos para o ambiente democr�tico" do pa�s.
Bolsonaro, de 68 anos, diz ser inocente, embora n�o mostre confian�a em uma absolvi��o. "A tend�ncia, o que todo o mundo diz, � que eu vou me tornar ineleg�vel", declarou, em entrevista publicada ontem no jornal Folha de S. Paulo.
Consequ�ncias para Bolsonaro
O advogado Tarc�sio Vieira afirmou que as provas contra seu cliente "s�o fr�geis para uma san��o dessa magnitude", e antecipou que, em caso de condena��o, ir� recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).A inelegibilidade deixaria Bolsonaro fora das elei��es presidenciais de 2026 e abriria uma disputa pela lideran�a da direita no pa�s, por enquanto sem alternativas claras.
Praticamente metade do eleitorado votou no ex-presidente no segundo turno das elei��es de outubro.
Ap�s a derrota, bolsonaristas radicais, convencidos de que seu l�der tinha sido v�tima de fraude, promoveram cortes em centenas de rodovias e acamparam em frente a quart�is militares em todo o pa�s, pedindo uma interven��o militar.
Em 8 de janeiro, uma semana ap�s a posse de Lula, milhares de bolsonaristas concentrados em Bras�lia invadiram e depredaram as sedes da Presid�ncia, do Congresso Nacional e do STF.
Na ocasi�o, Bolsonaro estava nos Estados Unidos, onde permaneceu por tr�s meses, at� o fim de mar�o.
Uma condena��o do TSE pode ser o primeiro de uma s�rie de reveses judiciais para o ex-presidente, que responde a mais de dez processos administrativos no tribunal eleitoral.
Bolsonaro tamb�m � alvo de cinco investiga��es no Supremo Tribunal Federal, com penas pass�veis de pris�o, entre elas uma sobre seu suposto papel como autor intelectual dos ataques �s sedes do Tr�s Poderes na capital federal.