
Poucas semanas ap�s "renascer", a Funda��o Nacional de Sa�de (Funasa) se tornou alvo de disputa entre partidos do Centr�o. Em meio a negocia��es de uma reforma ministerial, que inclui cargos em diversos �rg�os p�blicos, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva se submeteu a dois procedimentos m�dicos devido a fortes dores no quadril e, com isso, tem evitado reuni�es, entre as quais as que tratam das indica��es de nomes em autarquias, minist�rios, bancos ou funda��es p�blicas.
Mesmo com menos tempo para conversar com Lula nos �ltimos dias, os partidos do Centr�o j� falam em seus nomes preferidos para ocupar a Funasa e alimentam especula��es. A um ano das elei��es municipais, as legendas veem a funda��o como um importante meio de libera��o de recursos para favorecer seus quadros na corrida eleitoral.
Nos �ltimos dias, indica��es familiares do Progressista (PP) e do PSD ganharam for�a. O partido do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), vem buscando maior espa�o no governo e sinalizou o nome de Virg�nia Velloso, ex-superintendente da Funasa na Para�ba.
Virg�nia � m�e do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e da senadora Daniela Ribeiro (PSD-PB). A parlamentar integra a comiss�o provis�ria instalada para tratar da reestrutura��o do �rg�o por ser presidente da Comiss�o de Saneamento no Senado, uma das principais �reas de atua��o da Funasa. Tamb�m est�o no comit� o senador Hiran Gon�alves (PP-RR), ex-servidor; e o deputado federal Danilo Forte (Uni�o-CE), ex-presidente do �rg�o.
Por se tratar de uma indica��o feminina, Virg�nia pode obter vantagem em rela��o a outros concorrentes. Al�m disso, o governo quer alocar PP e Republicanos na sua administra��o. O pr�prio Executivo vem pedindo ao Centr�o que indique mulheres para liderar suas vagas em minist�rios e demais �rg�os p�blicos, principalmente ap�s a troca de Daniela Carneiro (Uni�o-RJ) por Celso Sabino (Uni�o-PA), na pasta do Turismo.
J� o PSD apresentou ao governo a indica��o do ex-vice-governador e presidente do partido no Cear�, Domingos Filho, pai do deputado federal Domingos Neto (PSD-CE). A entrada da legenda de Gilberto Kassab e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), na disputa pela Funasa pode embaralhar o jogo para o Executivo alocar outras siglas do Centr�o.
Apoiadores
Com tr�s minist�rios — Minas e Energia, Agricultura e Pesca —, o PSD vem sendo um dos principais aliados da gest�o Lula. No Senado, o presidente tem grandes apoiadores, como Omar Aziz (AM), Otto Alencar (BA) e o pr�prio Pacheco. Na C�mara, os pessedistas tamb�m foram os que menos provocaram problemas em rela��o a votos em propostas de interesse do governo.
No entanto, interlocutores do Congresso creem que a indica��o � improv�vel de ser bem-sucedida. Um dos principais alvos de Lula na campanha, o or�amento secreto, foi criado por assinatura de Domingos Neto, enquanto relator-geral do Or�amento em 2020.
Integrante da comiss�o provis�ria de reestrutura��o da Funasa, o deputado federal Danilo Forte criticou a fome dos partidos para ocupar o �rg�o ainda em fase de reconstru��o. O parlamentar do Uni�o Brasil, tamb�m um dos interessados em ocupar a presid�ncia da funda��o, afirmou que a pol�tica precisa ficar para um segundo momento. Segundo ele, no momento, tem "muito presidente para pouca Funasa".
"Estamos em um trabalho de reestrutura��o. Eu passei um m�s discutindo com a Casa Civil, com o Minist�rio de Rela��es Institucionais, o Minist�rio da Sa�de, o das Cidades e, em um m�s de discuss�o, nunca falamos de cargo. Eu disse para montar uma equipe t�cnica para reestrutura��o", enfatizou Forte, em entrevista ao Jornal Alerta Geral, do Cear�.
"J� tem presidente demais para Funasa de menos. Se botar pol�tica l� agora, ficar cada qual querendo puxar para si, para sua base eleitoral ou para o seu partido pol�tico, a institui��o vai nascer morta", complementou.
