A deputada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta quarta-feira (2/8), que recebeu com surpresa a opera��o de busca e apreens�o da Pol�cia Federal (PF) e confirmou encontro com o hacker preso hoje, Walter Delgatti Neto. Segundo ela, foram levados o passaporte, dois celulares e um HD externo, “que tem coisas da minha vida aqui no Legislativo, nesses �ltimos quatro anos e meio de mandato”.
Na vers�o da parlamentar, ela conheceu o hacker Walter Delgatti Neto ao sair de um hotel. Ele teria pedido o telefone de Zambelli e ela forneceu. “A cada momento ele mudava de telefone, ou ent�o quando falava, ele apagava as mensagens, n�o gostava de falar por telefone, sempre queria falar ao vivo, mas foram poucos encontros, acho que dois ou tr�s no m�ximo, em que a gente conversou sobre tecnologia.”

A deputada contou que um desses encontros ocorreu em Bras�lia e ela pagou pela passagem de Delgatti, “porque ele n�o tinha recursos para vir para c�”. “Ele disse que teria provas para poder apresentar e teria servi�os a oferecer para o PL, ent�o a gente levou ele at� o Valdemar Costa Neto, a gente fez uma reuni�o”, alegou ela.
Zambelli disse que, por n�o saber onde no “espectro ideol�gico” Walter se encontrava, sinalizou ao presidente do PL para que n�o contratasse o hacker quando este ofereceu uma esp�cie de auditoria das urnas eletr�nicas durante as elei��es do ano passado.
A deputada tamb�m confirmou que o hacker se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que ele perguntou se as urnas eram confi�veis. “Ele respondeu que nenhum sistema tecnol�gico � confi�vel. A partir da�, n�o houve qualquer contato com o presidente Bolsonaro”.
“� mentira o que disseram a respeito do telefone, que eu teria colocado um chip novo, etc, nunca fiz isso, nunca liguei para o presidente Bolsonaro para falar sobre qualquer tipo de assunto relacionado a isso”, defendeu Zambelli, alegando, ainda, que h� uma tentativa de envolvimento de Bolsonaro por meio dela.
A deputada afirmou que o gabinete tamb�m foi alvo da a��o da PF, mas que nenhum objeto foi levado. “A PF, por ordem do Alexandre de Moraes, abriu meu gabinete sem nenhuma testemunha e isso fere o regulamento da C�mara, ent�o ser� feito um relat�rio para o [presidente da C�mara, Arthur] Lira e a gente vai questionar isso na Justi�a”.
Em julho, Walter Delgatti Neto disse, em depoimento � Pol�cia Federal (PF), que Carla Zambelli pediu para que ele invadisse as urnas eletr�nicas ou a conta de e-mail e telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Delgatti � alvo de um mandado de pris�o e j� foi preso em S�o Paulo, enquanto
Zambelli � alvo de busca e apreens�o. De acordo com a PF, a opera��o, chamada de 3FA, tem como objetivo esclarecer a invas�o aos sistemas do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) e na inser��o de documentos e alvar�s de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Pris�o (BNMP).