
O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificou o envio suspeito de valores para o exterior, de forma fracionada, pelo general da reserva do Ex�rcito Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os recursos foram enviados para uma conta pr�pria nos Estados Unidos em quatro transfer�ncias de US$ 3.000 (mais de R$ 15 mil, com varia��es a depender da data) durante os dias 10, 11, 16 e 18 de janeiro de 2023. Elas totalizaram R$ 62.683.
Transa��es fracionadas causam suspeitas porque �s vezes t�m como inten��o n�o chamar aten��o da fiscaliza��o.
"Considerando o envio at�pico de valores para o exterior, para mesma titularidade, por�m sem conhecimento do real destino dos recursos, e demais atipicidades apontadas, propomos a comunica��o", disse o Coaf, em seu relat�rio.
"Considerando a movimenta��o elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou oculta��o de patrim�nio, e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em ind�cios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se", disse o Coaf.
Nesta sexta (11), a Pol�cia Federal cumpriu mandados de busca e apreens�o que miram o entorno de Bolsonaro no caso das joias enviadas ao ex-presidente por autoridades sauditas.
Entre os alvos est�o Mauro Cid e seu pai. As buscas da PF ainda incluem Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Ex�rcito e que tamb�m atuou na ajuda de ordens da Presid�ncia.
O nome da opera��o da PF desta sexta � uma alus�o ao vers�culo 12:2 da B�blia, que diz: "N�o h� nada escondido que n�o venha a ser descoberto, ou oculto que n�o venha a ser conhecido".
Em nota, a PF afirmou que a a��o tem o "objetivo de esclarecer a atua��o de associa��o criminosa constitu�da para a pr�tica dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro".
As a��es ocorrem dentro do inqu�rito policial das mil�cias digitais, em tramita��o no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Os investigados s�o suspeitos de utilizar a estrutura do governo brasileiro para "desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em miss�es oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior", afirmou a pol�cia.
De acordo com a apura��o, os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro e ingressaram no patrim�nio pessoal dos investigados, sem utiliza��o do sistema banc�rio formal, com o objetivo de ocultar a origem, localiza��o e propriedade dos valores.
Procurado, o advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, disse em nota que ainda n�o teve acesso aos autos da investiga��o que ocasionou as buscas e apreens�es. "Por esse motivo n�o temos como fazer qualquer coment�rio", afirmou.