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Estado de Minas DELGATTI

Hacker da Vaza Jato monitorava Paulo Guedes em tempo real, afirma juiz em senten�a

Walter Delgatti tinha imagens e prints de telas de "diversas pessoas, entre elas procuradores da Rep�blica, delegados de Pol�cia Federal, advogados"


22/08/2023 10:53 - atualizado 22/08/2023 11:55
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Ex-ministro de Economia Paulo Guedes
Ex-ministro de Economia Paulo Guedes (foto: Divulga��o/Pal�cio do Planalto)
A decis�o que condenou � pris�o Walter Delgatti, conhecido como hacker da Vaza Jato, afirma que ele monitorava em tempo real mensagens do ent�o ministro da Economia Paulo Guedes, al�m de outras autoridades.

Nesta segunda-feira (21), o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do DF, decidiu pela condena��o do hacker pela invas�o de contas no Telegram em 2019, incluindo a do ent�o juiz Sergio Moro, hoje senador pela Uni�o Brasil-PR, e do ent�o procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato.

A pena foi fixada em 20 anos e um m�s de pris�o —cabe recurso.

"Verificou-se que Walter Delgatti monitorava em tempo real a conta do ent�o ministro de Estado da Economia Paulo Guedes, al�m de outros 30 perfis do Telegram", afirma Leite na senten�a, mencionando um relat�rio da Pol�cia Federal na �poca. � dito tamb�m que foram 99 as v�timas de intercepta��o online.

De acordo com o magistrado, em uma subpasta de arquivos, havia imagens e prints de telas de "diversas pessoas, entre elas procuradores da Rep�blica, delegados de Pol�cia Federal, advogados, entre outros".

Para o magistrado, o fato indica que Delgatti n�o agia de forma idealista.

"Se o intuito, realmente fosse somente o de reparar injusti�as, n�o teria hackeado o ministro Paulo Guedes e conselheiros do CNMP [Conselho Nacional do Minist�rio P�blico]. A amplitude das v�timas � imensa e poderia render in�meras ocasi�es de extors�es", disse.

O juiz, citando depoimento de outro acusado, diz que havia inten��o de vender as conversas, "fato este confirmado por Luiz Henrique Moli��o, que relatou que buscavam o melhor jornalista (da Veja ou Folha de S�o Paulo) para comprar o material hackeado".

"Fulmina a alega��o de Walter de que agiu de forma altru�sta e buscando reparar uma injusti�a, chegando inclusive a propor o valor de R$ 200 mil reais para o repasse deste material."

O jornal Folha de S.Paulo n�o paga por reportagens, n�o comete ato il�cito para obter informa��es nem pede que ato il�cito seja cometido nesse sentido.

Para o juiz, s� houve um "esfriamento inicial" na inten��o de venda do material "ap�s perceber a resist�ncia de jornalistas a pagarem para ter acesso a este material".

O site The Intercept Brasil, que primeiro publicou reportagens com base nos di�logos hackeados dos procuradores da Lava Jato, sempre afirmou que obteve o material de fonte an�nima e que n�o houve nenhuma esp�cie de pagamento. Ap�s o site permitir a an�lise de seu acervo, outros ve�culos tamb�m publicaram reportagens com as conversas, incluindo a Folha de S.Paulo.

A revela��o das conversas abalou a credibilidade da Opera��o Lava Jato ao mostrar colabora��o entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores. Posteriormente, trechos dos di�logos foram lidos por ministros do Supremo Tribunal Federal para anular senten�as contra o hoje presidente Lula (PT), em 2021.

Com base neles, tamb�m foi invalidado o uso em processos judiciais do acordo de colabora��o da empreiteira Odebrecht.

Na senten�a desta segunda, o juiz Leite tamb�m disse que, segundo a PF, havia subpastas de arquivos hackeados de autoridades como o ex-procurador-geral Rodrigo Janot e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Em rela��o ao senador Davi Alcolumbre (Uni�o Brasil-AP), presidente do Senado naquela �poca, um relat�rio afirma que foi hackeado todo o hist�rico de mensagens.

Tamb�m h� men��o, sem detalhamento, � invas�o do celular do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em entrevista � revista Veja em 2021, Delgatti disse que n�o encontrou conversas ao invadir perfis dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, disse nesta segunda que ainda precisa analisar a senten�a para se manifestar.

� Justi�a a defesa tentou desqualificar os crimes imputados e questionou a atribui��o da Vara Federal do DF para conduzir o processo. O hacker confessou na investiga��o e na tramita��o do processo que invadia as contas no aplicativo.

 

 


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