Joias sauditas: depoimento de Mauro Cid pode abrir novas linhas de apura��o

Ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e o seu pai, o general Lourena Cid, contrariaram a estrat�gia do sil�ncio adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e responderam por mais de 10 horas aos questionamentos da Pol�cia Federal (PF), em depoimento, nesta quinta-feira, na sede do �rg�o, em Bras�lia. A oitiva, relacionada � venda irregular de joias nos Estados Unidos, foi a mais longa do caso at� agora.

 

Mesmo sem a divulga��o do teor das declara��es da fam�lia Cid, fontes da PF dizem que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro forneceu informa��es novas, o que deve abrir mais linhas de investiga��o e implicar dilig�ncias e oitivas nas pr�ximas semanas.

 

Pelo longo per�odo que Mauro Cid passou na PF, havia a expectativa de que ele estava negociando um acordo de dela��o premiada. Preso em um batalh�o do Ex�rcito desde 3 de maio, o militar foi o primeiro a chegar, por volta das 9h10. Os outros sete investigados se apresentaram � corpora��o pouco antes das 11h, hor�rio agendado para as oitivas.

 

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A estrat�gia de tomar os depoimentos simultaneamente — semelhante a uma acarea��o, mas que n�o confronta os investigados entre eles — teve como objetivo evitar a combina��o de vers�es.

 

Enquanto a fam�lia Cid falou por horas com os agentes, o casal Bolsonaro, o ex-secret�rio de Comunica��o F�bio Wajngarten e um assessor do ex-presidente, Marcelo C�mara, permaneceram em sil�ncio. Outro assessor do ex-chefe do Executivo, Osmar Crivelatti, tamb�m foi ouvido.

 

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A defesa de Bolsonaro e Michelle informou, em nota, que eles s� prestar�o depoimento quando o caso for remetido � primeira inst�ncia da Justi�a Federal de S�o Paulo. Na avalia��o dos advogados, o Supremo Tribunal Federal (STF), que comanda o inqu�rito, n�o � a inst�ncia competente para o caso.

 

"Considerando o respeito �s garantias processuais, a observ�ncia ao princ�pio do juiz natural, corol�rio imediato do devido processo legal, os peticion�rios optam, a partir deste momento, por n�o prestar depoimento ou fornecer declara��es adicionais at� que estejam diante de um juiz natural competente", frisou o comunicado assinado pelos advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser.

 

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J� Frederick Wassef — que se diz advogado de Bolsonaro e est� envolvido com a recompra do rel�gio Rolex nos Estados Unidos — dep�s na PF em S�o Paulo. Por quatro horas, ele respondeu �s perguntas, em uma oitiva que contou com a participa��o dos investigadores de Bras�lia por meio de videoconfer�ncia.

 

Na chegada, Wassef afirmou a jornalistas que tem sido "v�tima de uma campanha covarde de fake news". ( Colaborou Renato Souza )