Minas tem um quarto dos munic�pios do pa�s com gratuidade nos �nibus

Com 24 cidades oferecendo transporte p�blico gratuito, Minas Gerais re�ne cerca de um quarto da lista de munic�pios com tarifa zero no Brasil at� o fim de setembro deste ano. O estado acompanha uma tend�ncia nacional de crescimento r�pido na ades�o ao modelo que exime o usu�rio da cobran�a de passagens e altera os meios de financiamento dos �nibus municipais.

Levantamento feito pelo Estado de Minas mostra onde o transporte p�blico � gratuito, quando ele foi implantado e as informa��es partid�rias de quem estava no poder quando passar a catraca sem levar a m�o ao bolso tornou-se regra nesses locais.

Em todo o Brasil, s�o 83 cidades com tarifa zero. S�o Paulo e Minas lideram empatados. Embora os 24 munic�pios ainda representem percentual pequeno dos 853 do estado, a gratuidade segue acelerada, devido � crescente ades�o de novas localidades ao modelo.

Em 1994, Monte Carmelo, no Tri�ngulo Mineiro, foi a primeira cidade mineiraa adotar a gratuidade no transporte. Tr�s anos depois, foi a vez de Abaet� e s� em 2011, Muzambinho entrou na lista. Nos �ltimos 20 anos, Jeceaba, M�rio Campos, Itatiaiu�u, S�o Jos� da Barra, Campo Belo, Arceburgo, Lagoa da Prata, Caet�, S�o Joaquim de Bicas, Cl�udio, Santana do Deserto, Mariana, Pirapora, S�o Louren�o, Arcos, Ouro Preto, Ibirit�, Ituiutaba e Belo Vale, Leopoldina e Sarzedo integraram o grupo.

O economista e integrante do Movimento Tarifa Zero, Andr� Veloso, explica que a cronologia da ades�o est� relacionada � curva de decad�ncia do modelo de financiamento do transporte baseado exclusivamente na cobran�a da passagem. Ele explica que a queda na demanda de passageiros pagantes tornou os sistemas de �nibus invi�veis em v�rios centros urbanos.

“A l�gica de financiamento do transporte pela tarifa j� n�o funcionava desde a d�cada de 1990. Se voc� olhar a demanda do sistema a n�vel nacional, o pico � 1995 e ela vai caindo. Essa demanda caiu um quatroat� 2005 e depois perdeu mais um quarto at� 2013. J� era um colapso numa velocidade que aumentava e, com a pandemia, acelerou bastante. Caet�, por exemplo, diante do colapso do sistema, deixaria de ter �nibus na cidade. A resposta foi deixar o transporte gratuito, pagar de maneira indireta e manter o sistema, fomentando a demanda de passageiros”, comenta.

Veloso afirma que h� o interesse da Coaliz�o Triplo Zero, grupo que re�ne movimentos de estudos e milit�ncia na �rea de mobilidade urbana em 22 estados, em criar um censo para avaliar os resultados obtidos a partir da tarifa zero no pa�s. Mesmo sem dados gerais, o economista explica que h� aumento no n�mero de passageiros, culminando em mais circula��o de pessoas na cidade e maior arrecada��o a partir do crescimento de p�blico no com�rcio e atividades de lazer, por exemplo.

A m�dia das 24 cidades mineiras com tarifa zero, segundo o Censo Demogr�fico de 2022, � de 40.255 habitantes. Acompanha a nacional, de cerca de 45 mil habitantes por munic�pio com transporte gratuito. Andr� Veloso explica que a baixa complexidade dos sistemas de transporte e os gastos gerados pelo vale-transporte do funcionalismo p�blico favorecem a ado��o de medida em munic�pios menos populosos.

“Nas cidades menores, o sistema de transporte � mais barato e � menos complexo. Se voc� analisa M�rio Campos, por exemplo, tem apenas uma linha com seis hor�rios. Ou seja, dois ve�culos j� suprem a demanda. Outra quest�o � que as prefeituras acabam gastando com o vale-transporte dos pr�prios funcion�rios e elas mesmas acabam tendo uma economia com a tarifa zero”, aponta.

Ainda assim, se analisada apenas a atual legislatura, h� tend�ncia de ingresso de cidades maiores na lista. Se analisados os 15 munic�pios que aderiram � gratuidade de transporte a partir de 2021, a m�dia cresce para 51 mil habitantes. Diminuindo ainda mais o recorte e avaliando apenas onde a tarifa zero foi adotada em 2023, esse �ndice sobe para quase 74 mil pessoas. Leia mais sobre transporte gratuito na p�gina 4