
A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputa��o e Imagem com a popula��o economicamente ativa (PEA) brasileira em munic�pios a partir de 250 mil habitantes. Foram entrevistados presencialmente 2.019 pessoas com idade a partir de 16 anos, em todos os estados e Distrito Federal.
O tempo m�dio de locomo��o varia a cada regi�o do pa�s, sendo que a maioria (26%) dos entrevistados gasta de 30 minutos a 1 hora por dia no tr�nsito. Outros 21% gastam entre 1h e 2h, e 8% ficam mais de 3h no transporte.
Todo esse tempo gasto nos deslocamentos di�rios causa estresse na popula��o e pode desencadear transtornos de diversos tipos. Na pesquisa, 55% afirmam ter a qualidade de vida afetada e 51% consideram que essa situa��o causa impactos negativos na produtividade.
De acordo com o doutor em psicologia social Cl�udio Paix�o, a produ��o hormonal que gera o estresse coloca os nervos ‘� flor da pele’ e deixa as pessoas mais agressivas e, a longo prazo, desencadear transtornos psicol�gicos como ansiedade, depress�o, al�m do consumo de subst�ncias para buscar o relaxamento, como �lcool.
“Na origem, o estresse serve para nos ajudar a sobreviver, ficar estressado � preparar para um embate. Na vida cotidiana, especialmente no tr�nsito, n�o se pode largar o carro, �nibus ou metr� e ir embora. Tamb�m n�o h� formas de lutar contra isso, porque a pessoa n�o pode, literalmente, empurrar ve�culos da frente”, explica. A rea��o prepara o corpo, mas sem a ‘queima’, o excesso de adrenalina (horm�nio do estresse), pode gerar at� problemas digestivos.
Embora dif�ceis, as horas no tr�nsito podem ser aproveitadas para que n�o se tenha a impress�o de que aquele tempo foi perdido. “[A pessoa] pode ouvir um podcast ou algo que distraia e ajude a sentir que aquele tempo n�o foi desperdi�ado. Outra forma � criar uma rede de amigos nesse espa�o, dando caronas ou conversando com quem esteja no transporte coletivo”, diz o especialista.
Quem aproveita os longos per�odos gastos no �nibus � a estudante Hully Carolina, de 19 anos. Ela passa um quarto do dia dentro do transporte e busca atividades para preencher esses momentos. “Contando o dia inteiro, s�o 6h em �nibus. Moro no Barreiro e para chegar na Savassi s�o quase 2h. Do trabalho, vou para a faculdade e depois para casa. Gra�as a Deus, consigo ir sentada na maioria das vezes, mas n�o � bom. Ainda assim, tento ler um livro e planejar o que preciso fazer no dia, para o tempo n�o passar em v�o”, conta.
Belo Horizonte
A popula��o de BH pode ter diminu�do no Censo 2022, mas a quantidade de pessoas trabalhando na capital e o n�mero de ve�culos transitando s� aumenta. Para o engenheiro de tr�nsito e coordenador dos laborat�rios Nucletrans e Transcolar da UFMG Marcelo Franco, os problemas seriam resolvidos com a implanta��o de metr� e sistema de tr�nsito inteligente.
“Temos gargalos constantes. O que falta em BH � o transporte sobre trilhos, n�o tem VLT nem metr�, esses s�o ve�culos que d�o grande acessibilidade para a cidade. Outra solu��o, at� mais imediata, � a implanta��o de sistemas inteligentes, com sem�foros pr�-programados, mas que se conectam com centrais de controle e permitem reprograma��o a depender do tr�fego naquele momento, para a via fluir melhor”, diz.
Tempo m�dio di�rio gasto de locomo��o
- 26% - De 30 min/dia a 1h/dia
- 24% - De 15 min/dia a 30 min/dia
- 21% - De 1h/dia a 2h dia
- 12% - At� 15 min/dia
- 8% - Mais de 3h/dia
- 7% - De 2h/dia a 3h/dia
O que dizem os usu�rios

Vilciane Alessandra, 49 anos, auxiliar de sa�de bucal

Hully Carolina, 19 anos, estudante

Eduardo Jorge, 54 anos, contabilista

Giovanni Ferreira Santos, 25 anos, vendedor