
O sistema de trens tamb�m funcionou sem muitos atrasos. Mas as marcas da mais intensa s�rie de ataques do crime organizado contra o sistema de transporte, ontem, ainda podiam ser vistas nas principais vias da Zona Oeste da capital fluminense. Em retalia��o � morte de um l�der de mil�cia, 35 �nibus e cinco ve�culos articulados do BRT (transporte expresso por vias exclusivas) foram incendiados, al�m de uma esta��o de embarque.
O governador Cl�udio Castro depois de passar a noite em reuni�es e conversas com aliados pol�ticos e autoridades do governo federal, disse, no in�cio desta manh�, que o problema das organiza��es criminosas — que chamou de “m�fias” — “n�o � mais um problema do Rio de Janeiro, � um problema do Brasil”. Segundo ele, “n�o s�o mais organiza��es criminosas pontuais que est�o aqui ou ali, s�o verdadeiras m�fias alastradas pelo Brasil inteiro”.
Na entrevista, o governador informou que o Rio de Janeiro abriga milicianos de, pelo menos, 12 estados. Doze tamb�m foi o n�mero de detidos pela pol�cia na rea��o aos ataques ao sistema de transporte p�blico. Desses, seis foram liberados por falta de provas. Os demais responder�o por v�rios crimes, inclusive terrorismo. Na manh� de hoje, mais dois suspeitos foram presos por envolvimento nos inc�ndios de segunda-feira.
Cl�udio Castro disse que as for�as de seguran�a do estado “chegaram muito perto” de capturar o principal suspeito de liderar os ataques, o miliciano Zinho. Ve�culos blindados, helic�pteros e drones est�o sendo usados para localizar lideran�as das mil�cias que aterrorizam a popula��o de comunidades da Regi�o Metropolitana do Rio. O efetivo policial foi todo posto em estado de “alerta m�ximo”. "A orienta��o � ter toda a for�a do Rio de Janeiro nas ruas", declarou ele, que citou blindados, helic�pteros, viaturas e drones em "alerta m�ximo". Sobre a possibilidade de o governo federal decretar uma nova interven��o no estado, Castro disse que “n�o v�” motivos.
O presidente Luiz In�cio Lula da Silva prometeu ajuda federal e citou o papel das For�as Armadas. Disse, em declara��o na manh� de hoje, que "o problema da viol�ncia no Rio de Janeiro termina sendo um problema do Brasil” e reafirmou que as pol�cias Federal e Rodovi�ria Federal, al�m das For�as Armadas, podem colaborar com o enfrentamento ao crime organizado. Citou que a Aeron�utica pode “ter uma interven��o maior nos aeroportos do Rio”, e a Marinha, “uma interven��o maior nos portos”. Medidas, segundo o petista, “para ver se a gente consegue combater mais o crime organizado, o narcotr�fico, o tr�fico de armas”. O presidente admitiu: “Vamos ter que agir um pouco mais”.
Nesta quarta-feira (25), o governador fluminense ir� a Bras�lia para conversar com o ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro, e com os presidente da C�mara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). "Ou a gente endurece a legisla��o, como outros locais do mundo fizeram, ou a gente vai ter essa mistura de M�xico com Col�mbia que est� se tornando a seguran�a p�blica", explicou Castro para justificar as agendas com os chefes do Poder Legislativo.