Erika Christina Horta Piazarollo, de 49 anos, seus filhos, Matheus Horta Piazarollo, de 15, e Thiago Horta Piazarollo, de 13, e Luke, o cão adotado pela família

Erika Christina Horta Piazarollo, de 49 anos, seus filhos, Matheus Horta Piazarollo, de 15, e Thiago Horta Piazarollo, de 13, e Luke, o c�o adotado pela fam�lia

Arquivo pessoal

 

Ao mesmo tempo em que aumenta a procura de animais como companheiros durante o isolamento social, o n�mero de casos de abandono de c�es e gatos, em Belo Horizonte, tem crescido.

“Muitas fam�lias tiveram que adaptar o planejamento econ�mico neste momento. Isso porque algumas pessoas perderam o emprego ou tiveram seus rendimentos reduzidos, e manter um animal n�o � somente t�-lo ali, mas, tamb�m, direcionar a ele cuidados b�sicos, o que tende a gerar altos gastos. E, justamente por isso, o abandono do pet, infelizmente, acaba sendo a primeira op��o para reduzir os custos”, explica o diretor da ONG Adote meu dog, Jonathan Braga Teixeira Arantes, de 31 anos.

 

Arantes ressalta que, devido � falta de conhecimento sobre abrigos e demais institui��es que trabalham em prol do resgate e prote��o animal, o destino escolhido para esses animais geralmente s�o as ruas. E, conforme relatado pelo diretor da ONG, o receio e a vergonha, tamb�m, interferem nessa decis�o, fazendo com que os pets sejam abandonados em locais quase que desconhecidos.

 

“Outro fator capaz de influenciar na decis�o de tutores em deixar seus bichinhos de estima��o nas ruas � a falta de informa��o. Muitas pessoas acreditam que o animal ser� um vetor de propaga��o do v�rus”, destaca. No entanto, a m�dica veterin�ria S�lvia Helena Marotta Alves explica que n�o h�  informa��es que indiquem que os animais desenvolvam a doen�a. E nem que o contato entre pele humana e o pelo do animal possa ser uma via de transmiss�o.

 

CRIME “As pessoas precisam entender que o abandono � uma covardia. E � um crime. Al�m disso, ao deixar um animal solto nas ruas, sem qualquer amparo, o tutor transfere sua responsabilidade para toda a sociedade, causando assim uma esp�cie de caos, possibilitando a ocorr�ncia de acidentes e/ou maus-tratos ao animal”, afirma L�via Almeida, de 37 anos, volunt�ria da ONG Bicho Loko.

 

Frente ao crescente abandono de animais de estima��o, o diretor da ONG Adote meu dog conta que cerca de 12 c�es e/ou gatos s�o recolhidos das ruas diariamente pela entidade, em Belo Horizonte. Mesmo com os altos �ndices de abandono, o n�mero de animais adotados cresceu.

“A Laicca e o Nick preenchem meu dia. Acordo, abro a porta do meu quarto, e l� est�o eles me esperando para brincar com as bolinhas. Assim, j� come�o meu dia sorrindo”, diz a economi�ria Elayne do Socorro Madureira Nunes, de 54. Ela conta, ainda, que Laicca e Nick se tornaram parte integrante da fam�lia.

 

Elayne do Socorro Madureira Nunes, de 54 anos, e seus dois cães, Laicca e Nick, ambos adotados

Elayne do Socorro Madureira Nunes, de 54 anos, e seus dois c�es, Laicca e Nick, ambos adotados

Monica Santiago/Divulga��o
 

 

Outra vida salva foi a de Luke, filhote de uma cadela que havia sido recolhida de um canil clandestino. A funcion�ria p�blica Erika Christina Horta Piazarollo, de 49, e seus filhos, Matheus Horta Piazarollo, de 15, e Thiago Horta Piazarollo, de 13, foram os respons�veis pela ado��o. “Est�vamos em plena pandemia quando o adotamos, e n�o tinha no��o que nos apaixonar�amos t�o rapidamente pelo nosso filhote. Luke est� sempre do nosso lado, seja no home office ou nas atividades do dia a dia”, conta Erika.

 

Mestrando em ci�ncia e tecnologia dos materiais no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Bruno Lourencio, de 24, adotou Gaia, uma cadelinha de dois meses que, segundo ele, levou muita agita��o para o novo lar. “Durante a quarentena, acabei ficando um pouco sedent�rio, e como ela � cheia de energia, acaba fazendo com que eu me movimente bastante enquanto brinco com ela”, diz.

 

PRECONCEITO Miriene Fernanda Lorenzi, de 32, � respons�vel pela Gato Uai, um projeto em parceria com amigas que resgata gatos das ruas de Belo Horizonte e assume a miss�o de encontrar um novo lar para eles. “Ainda existe muito preconceito, mas aos poucos, devido ao trabalho de conscientiza��o de abrigos e protetores, isso est� diminuindo. Gatoss�o animais extremamente companheiros e conviver com eles � algo muito especial.”

 

Sara Luana Ribas Duarte, de 30 anos, seu marido, Frederico Fonseca, de 37, e Luna, de apenas três meses, adotada pelo casal

Sara Luana Ribas Duarte, de 30 anos, seu marido, Frederico Fonseca, de 37, e Luna, de apenas tr�s meses, adotada pelo casal

Arquivo pessoal
A biom�dica Sara Luana Ribas Duarte, de 30, e o marido, o analista de sistemas Frederico Fonseca, de 37, adotaram a gata Luna, de apenas tr�s meses. “Ela chegou em nossas vidas muito beb�. A companhia dela tem nos ajudado muito a passar por esse momento dif�cil, pois ela � muito presente, est� sempre conosco, seja durante o trabalho ou quando estamos assistindo a televis�o”, diz.

 

* Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram