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Estado de Minas Mundo virtual

Voc� sabe com quem seus filhos falam na internet? Entenda os riscos

Pesquisa mostra que, apesar dos pais se preocuparem com o que os filhos veem e fazem no mundo on-line, poucos agem a fim de proteg�-los dos perigos virtuais


25/08/2020 16:07 - atualizado 25/08/2020 16:54
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(foto: Pixabay)

Uma pesquisa feita pela empresa de ciberseguran�a Kaspersky, em parceria com a consultoria Corpa, aponta que um em cada oito brasileiros admite n�o ter conhecimento se o filho j� foi abordado por estranhos na internet.

Ainda, de acordo com o estudo, apenas 12% dos pais entrevistados afirmaram ter consci�ncia sobre este contato entre os filhos e pessoas desconhecidas e que, inclusive, j� flagraram situa��es semelhantes. 

Outro dado apresentado pela pesquisa � o de que mais da metade dos pais entrevistados relataram certa preocupa��o quanto ao uso de dispositivos eletr�nicos e conte�do acessado por seus filhos. ï¿½ndice chega a 71%.

No entanto, apenas 8% j� solicitaram algum tipo de bloqueio de p�ginas ou aplicativos, por exemplo, a fim de evitar o acesso indevido

“As a��es e as atitudes n�o est�o no mesmo n�vel de preocupa��o. Ou seja, esses pais est�o preocupados, mas est�o fazendo pouco ou quase nada para prevenir problemas futuros. Os dados s�o incoerentes, pois h� muito preocupa��o, mas apenas 27%, quase um ter�o deles, dizem usar algum software de controle, por exemplo”, afirma Fabiano Tricarico, diretor de vendas de varejo da Kaspersky na Am�rica Latina. 

Estes n�meros, segundo Tricarino, s�o preocupantes. Para ele, os perigos do mundo virtual n�o se diferem muito dos do mundo real. Ele destaca que o assunto precisa ser tratado dentro do �mbito familiar e todos as instru��es para uma navega��o segura precisam ser dadas pelos pais, a partir de uma educa��o cont�nua.

Isso porque, de acordo com Tricarino, mesmo que as consequ�ncias n�os sejam as mesmas nesses “dois mundos”, o risco existe em ambos. 

“Na internet, se uma crian�a est� conversando com um estranho, essa pessoa desconhecida n�o vai lev�-lo embora naquele momento, j� que n�o est�o pr�ximas fisicamente, mas h� o perigo da mesma forma, porque, por meio desse contato, informa��es podem ser passadas e culminarem em um sequestro, por exemplo. Al�m disso, existem casos nos quais h� a indu��o de pr�ticas ruins, automutila��o e, at� mesmo, suic�dio.” 

A psiquiatra infanto-juvenil Jaqueline Bifano explica que este contato, normalmente, ocorre devido ao livre uso de celulares e tablets por crian�as, inclusive pequenas, sem supervis�o ass�dua de pais e/ou respons�veis.

Outro estudo feito pela Kaspersky revela que 70% das crian�as brasileiras t�m celular antes dos 10 anos, principalmente com o intuito de entretenimento – 69% dos casos. 
 

"Existem v�rios n�veis de prote��o, pois por meio de ferramentas desse tipo se � poss�vel filtrar o conte�do ao qual seu filho tem acesso, estabelecer tempo de uso e, tamb�m, localizar a crian�a. E, al�m disso, eles oferecem dicas de especialistas, de psic�logos e psiquiatras, para demonstrar aos pais a melhor forma de abordar o assunto com os filhos, de acordo com cada idade e cada fun��o do aplicativo ou portal"

Fabiano Tricarico, diretor de vendas de varejo da Kaspersky na Am�rica Latina

 

A pesquisa mostra, ainda, que 67% das crian�as publicam sobre seus hobbies e/ou atividades favoritas nas redes sociais, enquanto que 10% postam sobre dados pessoais de amigos e parentes. Al�m disso, 16% costumam divulgar fotos de suas casas na internet.  

“Na maioria das vezes, o estranho j� vem acompanhando informa��es e, quando chega para conversar com a crian�a, j� tem todas as 'armas' de que precisa para se aproximar e chamar sua aten��o, se camuflando como uma pessoa ou at� como uma outra crian�a, de interesses e estilo de vida comuns. Assim, torna-se ainda mais atrativo para a crian�a que ela mantenha um contato com essa pessoa, independentemente de a conhecer ou n�o, pois j� se sente familiarizada, como se tivesse uma certa identifica��o”, diz Jaqueline ao comentar os perigos desses tipos de publica��o

Traumas 

 

Para al�m dos perigos f�sicos, como sequestro, automutila��o e suic�dio, a psiquiatra pontua que alguns traumas podem surgir e prejudicar a sa�de mental das crian�as e adolescentes, em fun��o de ocorridos no mundo virtual. Isso porque, segundo Jaqueline, o crime cibern�tico apresenta in�meros desdobramentos. 

“O agressor pode vazar uma foto que tenha apelo sensual ou nudez, pode usar o ambiente digital para marcar um encontro e dar in�cio a algum tipo de abuso, pode fazer chantagem para conseguir algo e/ou fazer coment�rios que afetem a autoestima da crian�a para que ela fique mais vulner�vel a fazer o que ele quer. Tudo isso pode acarretar em in�meros dist�rbios e problemas de sa�de mental.” 

Deste modo, a especialista destaca que quadros depressivos, ansiosos ou comportamentos autodestrutivos podem surgir e/ou se agravar. Ainda, Jaqueline pontua que problemas de concentra��o, mem�ria e de conviv�ncia social, bem como impacto negativo na autoestima e capacidade cognitiva podem se fazer presentes a partir de traumas adquiridos neste contexto. 

Sinais  

 

Jaqueline destaca que, tendo em vista os diversos tipos de agress�o e formas de abordagem via internet, os sinais apresentados pelas crian�as que a sofrem podem variar de acordo com a idade e tamb�m o teor desse contato. Portanto, a psiquiatra destaca que qualquer tipo de altera��o repentina e brusca no comportamento deve ser observada.   

“� comum a qualquer faixa et�ria, que as crian�as reajam com regress�o no desempenho escolar, da fala ou vocabul�rio e da capacidade de socializa��o. Isso ocorre porque a crian�a ou adolescente desenvolve dificuldade de concentra��o e problemas de memoriza��o. Outro sinal muito comum � a mudan�a de comportamento, no apetite e no sono e ind�cios de uso de bebidas alco�licas ou drogas”, diz. 

Nestes casos, Jaqueline orienta que os pais denunciem junto aos �rg�os de prote��o da crian�a e adolescente e, tamb�m, �s autoridades policiais. “Essa den�ncia vai quebrar o ciclo de agress�o e contribuir para que a crian�a se sinta mais segura. A crian�a tamb�m deve passar por um exame m�dico e avalia��o psicol�gica para que as poss�veis consequ�ncias possam ser melhor identificadas e trabalhadas ao longo do tempo.” 

Al�m disso, a psiquiatra recomenda o di�logo, a fim de que os pais conversem com as crian�as sobre as decis�es tomadas e os porqu�s de tal. “� importante que os pais expliquem que a situa��o j� aconteceu, j� passou e que, agora, eles est�o no controle e ir�o tomar as provid�ncias para resolver o problema. � essencial, tamb�m, que os pais n�o permitem a reincid�ncia.” 

Prote��o  


Para evitar que as crian�as mantenham contato com estranhos e/ou sofra algum tipo de agress�o, Jaqueline destaca a import�ncia de uma rela��o aberta entre pais e filhos e recomenda que os respons�veis fa�am um acompanhamento cont�nuo do que � acessado pelos filhos. “At� uma certa idade, n�o devem existir segredos. A privacidade nesse sentido torna-se um risco � integridade da crian�a”, afirma. 

Jaqueline Bifano, psiquiatra infanto-juvenil
Jaqueline Bifano, psiquiatra infanto-juvenil (foto: Guilherme Breder/Divulga��o)
Quanto � manuten��o de uma boa rela��o entre pais e filhos, Jaqueline frisa a import�ncia de ter um di�logo aberto com os filhos. Isso porque, segundo ela, as crian�as n�o podem se sentir julgadas ou repreendidas pelos pais quando tentarem se “abrir” sobre algum assunto. A crian�a, de acordo com a especialista, precisa ter seguran�a de que n�o passar� por recrimina��o caso deseje iniciar um di�logo.  

“� claro que os pais desempenham o papel de ensinar o que � certo e errado e explicar quais situa��es apresentam risco. O ponto � que, se a crian�a interpreta que seus sentimentos e opini�es est�o sendo escutados, compreendidos e considerados, ela estar� mais aberta a ouvir tamb�m o que seus pais ou respons�veis t�m a dizer."

Em vez de impor algo, Jaqueline frisa que � importante que os pais fa�am questionamentos, apresentem a dimens�o da realidade, das consequ�ncias, exemplifiquem as situa��es que ocorreram e expliquem de forma afetuosa os motivos de cada ‘n�o’.

Al�m disso, o diretor de vendas de varejo da Karspersky pontua que o acompanhamento digital, por meio de plataformas antiv�rus, pode ser crucial para evitar danos f�sicos e mentais ï¿½ sa�de do filho.

“Existem v�rios n�veis de prote��o, pois por meio de ferramentas desse tipo � poss�vel filtrar o conte�do ao qual seu filho tem acesso, estabelecer tempo de uso e, tamb�m, localizar a crian�a. E, al�m disso, eles oferecem dicas de especialistas, de psic�logos e psiquiatras, para demonstrar aos pais a melhor forma de abordar o assunto com os filhos, de acordo com cada idade e cada fun��o do aplicativo ou portal.” 

Ao comentar o assunto, Jaqueline diz que os pais n�o precisam se sentir receosos em fazer uso de ferramentas como essas, visto que se trata de uma forma de prote��o. “Os pais n�o devem se sentir culpados por fazer esse monitoramento, pensando que est�o desrespeitando a privacidade do filho, pois, na verdade, eles est�o protegendoresguardando as crian�as” diz. 

Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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