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Estado de Minas AC�DIA

7 emo��es humanas do passado que j� n�o sentimos mais

H� uma tend�ncia em achar que as emo��es s�o fixas e compartilhadas por todos; mas elas variam de pa�s a pa�s e tamb�m mudam com o tempo; algumas simplesmente desaparecem ou evoluem para outras.


27/09/2021 05:41 - atualizado 27/09/2021 10:08
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Tendemos a pensar que as defini��es das emo��es s�o fixas e universais. Por�m, elas variam de pa�s a pa�s e tamb�m mudam com o tempo.

Considere, por exemplo, a palavra Schadenfreude, que s� existe em alem�o e que descreve o sentimento de alegria ou satisfa��o com a desgra�a de uma terceiro.

Al�m disso, novos tipos de emo��es surgem a todo momento - vide as novidades constantes nos emoticons, que tanto usamos para expressar nossos sentimentos.

A Radio 3 da BBC conversou com Sarah Chaney, especialista do Centro para a Hist�ria das Emo��es, da Queen Mary University de Londres, no Reino Unido, sobre as emo��es sentidas no passado e como elas podem nos ajudar a entender como nos sentimos hoje.

Essas s�o algumas delas.

1 - Ac�dia

A ac�dia era uma emo��o sentida por homens muito espec�ficos na Idade M�dia: monges que viviam em monast�rios. Esta emo��o surgia, em geral, devido a uma crise espiritual. Quem era acometido pela ac�dia sentia inquieta��o, des�nimo, apatia e, acima de tudo, um forte desejo de abandonar a vida santa.

"� poss�vel que, hoje em dia, isso seja catalogado como depress�o", explica Chaney. "Mas a ac�dia estava especificamente associada a uma crise espiritual e � vida no monast�rio."

Certamente, era uma fonte de preocupa��o para os abades, que ficavam desesperados com a indol�ncia que acompanhava a ac�dia.

Com o passar do tempo, o termo "ac�dia" foi se tornando intercambi�vel com "pregui�a", um dos sete pecados capitais.


A acédia era uma emoção vinculada a monges que passavam por uma crise espiritual
A ac�dia era uma emo��o vinculada a monges que passavam por uma crise espiritual (foto: Getty Images)

2 - Frenesi

"Esta � outra emo��o medieval", diz Chaney. "� como a ira, mas � mais espec�fica que a ira - da forma que a compreendemos hoje. Algu�m que sentia frenesi ficava muito agitado. Tinha ataques violentos de f�ria, fazendo alvoro�o e muito barulho."

Assim, era imposs�vel sentir frenesi e ficar quieto.

Esta emo��o nos faz refletir sobre nossa tend�ncia atual de ver as emo��es como algo essencialmente interno, que podemos esconder. Isso certamente n�o era aplic�vel ao frenesi, do jeito que era sentido na Idade M�dia, como uma manifesta��o bem expl�cita.

Muitas emo��es est�o t�o ligadas a um tempo e a um lugar, que fica muito dif�cil - ou quase imposs�vel - experiment�-las hoje.


O frenesi era uma espécie de ira, acompanhada de manifestações físicas, como birra e barulho
O frenesi era uma esp�cie de ira, acompanhada de manifesta��es f�sicas, como birra e barulho (foto: Getty Images)

3 - Melancolia

Melancolia � uma palavra que usamos para descrever uma esp�cie de tristeza calma, ou um estado contemplativo.

"Mas, no passado, a melancolia era diferente", assinala Chaney. "No come�o da era moderna, acreditava-se que a melancolia era uma afli��o f�sica, caracterizada pela sensa��o de medo."

At� o s�culo 16, pensava-se que a sa�de era afetada pelo equil�brio de quatro fluidos corporais: sangue, catarro, b�lis amarela e b�lis negra. A melancolia aparecia quando a pessoa tinha muita b�lis negra.

"Um dos sintomas da melancolia naquela �poca era o medo. Em alguns casos, as pessoas tinham pavor de se mover, porque pensavam que eram feitas de vidro, e que poderiam 'quebrar'", conta Chaney.

O rei Carlos 6º, da Fran�a compartilhava dessa vis�o 'melanc�lica'. E, por isso, havia determinado que costurassem barras de ferro em sua roupa, para evitar que se 'quebrasse' acidentalmente.


No passado, acreditava-se que a melancolia aparecia quando a pessoa tinha muita bílis negra - um dos elementos que eram associados à saúde
No passado, acreditava-se que a melancolia aparecia quando a pessoa tinha muita b�lis negra - um dos elementos que eram associados � sa�de (foto: Getty Images)

4 - Nostalgia

Esta � outra emo��o que voc� pode, � primeira vista, acreditar que j� conhece. Mas "usamos a palavra 'nostalgia' de maneira muito frequente nas conversas de hoje em dia; quando come�ou a ser usada, se referia a algo que se pensava ser uma enfermidade f�sica", afirma Chaney.

"Era uma doen�a de marinheiros do s�culo 18. Algo que sentiam quando estavam muito longe de casa. E estava ligada ao desejo de regressar."

Um caso grave de nostalgia poderia at� levar � morte. Assim, n�o se compara com nossa defini��o atual de nostalgia, que descreve a saudade de bons tempos passados.


A nostalgia estava associada aos marinheiros, que desejavam chegar em terra firme
A nostalgia estava associada aos marinheiros, que desejavam chegar em terra firme (foto: Getty Images)

5 - Neurose de guerra

Essa era uma emo��o sentida por soldados que lutaram nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial.

Assim como a melancolia, a nostalgia e outras experi�ncias emotivas ao longo da hist�ria, a neurose de guerra chegou a ser considerada uma doen�a.

"As pessoas que sentiam neurose de guerra tinham espasmos estranhos. E, com frequ�ncia, perdiam a capacidade de ver e escutar - embora n�o tivessem nenhum problema f�sico que limitasse vis�o e audi��o", explica Chaney.

"No come�o da guerra, pensava-se que esses sintomas decorriam das explos�es que haviam sacudido o c�rebro. Por�m, mais tarde, acreditou-se que os sintomas eram provocados pelas experi�ncias que o paciente havia vivido e seu estado emocional", acrescenta a especialista.

Seria algo mais pr�ximo do que hoje se entende como o estresse p�s-traum�tico sofrido ap�s eventos traum�ticos, como uma guerra, por exemplo.


Soldados que sofriam de neurose de guerra podiam perder a capacidade de ver ou escutar
Soldados que sofriam de neurose de guerra podiam perder a capacidade de ver ou escutar (foto: Getty Images)

6 - Hipocondria

A hipocondria era outra condi��o m�dica que, no s�culo 19, tinha associa��es puramente emocionais. "Era basicamente a vers�o masculina do que os m�dicos vitorianos chamavam de histeria", fala Chaney.

"Acreditava-se que provocava cansa�o, dor e problemas digestivos. Nos s�culos 17 e 18, pensava-se que a hipocondria estivesse ligada ao ba�o. Mais tarde, por�m, foi associada aos nervos."

Apesar de os sintomas serem f�sicos, eram a mente e as emo��es que estavam doentes, segundo as concep��es da �poca.


Algumas emoções eram tratadas como se fossem doenças
Algumas emo��es eram tratadas como se fossem doen�as (foto: Getty Images)

7 - Insanidade moral

O termo "insanidade moral" foi cunhado pelo m�dico James Cowles Prichard, em 1835. "Efetivamente, significa 'insanidade emocional'", diz Chaney, "porque por muito tempo a palavra 'moral' significava 'psicol�gica', 'emocional' e tamb�m, confusamente, 'moral' no sentido que usamos agora", explica Chaney.

Os pacientes que Prichard considerava "moralmente insanos" eram aqueles que atuavam de forma err�tica ou pouco usual, sem mostrar sintomas de um transtorno mental.

"Ele sentia que havia um grande n�mero de pacientes que podiam funcionar como qualquer outra pessoa, mas que n�o podiam controlar suas emo��es, ou cometiam crimes de forma inesperada", diz a pesquisadora.

A cleptomania, por exemplo, em mulheres educadas da alta sociedade, podia ser vista como um sinal de insanidade moral porque acreditava-se que as mulheres que n�o teriam motivos para roubar. Era um termo que servia para descrever muitas emo��es extremas e se aplicava com frequ�ncia a crian�as 'dif�ceis'.


O termo 'demência moral' era usado para descrever muitas emoções extremas
O termo 'dem�ncia moral' era usado para descrever muitas emo��es extremas (foto: Getty Images)

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