
Quando se fala da nacionalidade de esp�cies, � comum se remeter aos seres humanos. Mas os animais, a exemplo dos c�es, tamb�m podem ser nativos de um pa�s espec�fico. Segundo a veterin�ria comportamental Rebecca Terra, as ra�as s�o a padroniza��o das caracter�sticas desejadas de determinados animais.
Dessa forma, dizer que uma ra�a � brasileira significa que ela foi criada aqui. "Ou seja, uma determinada popula��o cruzou animais com caracter�sticas desejadas e, ao atingir animais 'ideais', os cruzou entre si para perpetuar indiv�duos com tais fen�tipos. � importante ressaltar que, mesmo as ra�as brasileiras tendo sido formadas aqui, elas s�o descendentes de ra�as estrangeiras", explica.
Dessa forma, dizer que uma ra�a � brasileira significa que ela foi criada aqui. "Ou seja, uma determinada popula��o cruzou animais com caracter�sticas desejadas e, ao atingir animais 'ideais', os cruzou entre si para perpetuar indiv�duos com tais fen�tipos. � importante ressaltar que, mesmo as ra�as brasileiras tendo sido formadas aqui, elas s�o descendentes de ra�as estrangeiras", explica.
A veterin�ria Lara Halterbeck, especializada em neurologia canina, da SOS Animal, conta que, apesar de o Brasil ter uma das faunas mais abundantes do mundo, n�o � uma refer�ncia quando se trata de ra�as caninas.
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"O Brasil disp�e de muitas esp�cies de animais, sendo grande parte delas silvestres nativos da Mata Atl�ntica, do cerrado e da Amaz�nia. Mas as ra�as brasileiras s�o resultado de cruzamentos entre c�es oriundos do Brasil e algumas ra�as que foram inseridas de fora, como � o caso da fila brasileiro, resultado do cruzamento de c�es nativos e algumas ra�as introduzidas pelos colonizadores portugueses."
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Embora o Brasil esteja entre as na��es em que o n�mero de cachorros em ambientes dom�sticos tem crescido nos �ltimos anos, o pa�s n�o tem tradi��o de ra�as nativas. Enquanto mais de 200 ra�as tiveram origem na Europa, as oriundas do territ�rio brasileiro n�o chegam a 10% disso. Para completar, grande parte da popula��o ainda desconhece essas ra�as nativas. Na vis�o de Rebecca, tal conhecimento � c�clico, relacionado � "moda" do momento: "A m�dia coloca um animal com determinada caracter�stica e, assim, a moda pega, sem ningu�m questionar se � razo�vel a escolha".
Al�m disso, ela aponta que h� uma prefer�ncia do mercado por animais de pequeno porte, assim como uma falta de interesse pelas caracter�sticas das ra�as. "Um fator preponderante que faz com que essas ra�as caiam no esquecimento � a demanda do mercado para c�es de companhia cada vez menores. Outra quest�o interessante, no caso dos c�es de grande porte, � a aceita��o de determinadas ra�as pela popula��o sem um estudo sobre a adapta��o do animal ao clima brasileiro e � finalidade dele na fam�lia."
Fila brasileiro

A veterin�ria Rebecca Terra aponta as principais caracter�sticas f�sicas do fila: forte, r�stico, destemido, pele escura (resistente ao sol), orelhas ca�das, grande quantidade de pele na face com cores variadas. "S�o impetuosos e, ao mesmo tempo, afetivos. Excelentes c�es de guarda", detalha.
Fox paulistinha
Segundo a veterin�ria Lara Halterbeck, existem diferentes teorias sobre a origem do fox paulistinha, tamb�m conhecido como terrier brasileiro. Mas a teoria mais aceita atualmente � a de que, durante o in�cio do s�culo 20, jovens brasileiros que estudavam em universidades europeias retornavam ao Brasil com c�es pequenos do tipo terrier. "Ap�s cruzamentos com cadelas da regi�o, foi poss�vel definir um crit�rio �nico para a ra�a", conta.
� um c�o de pequeno a m�dio porte, geralmente, tricolor (branco, preto e marrom), que tem a base das orelhas eretas e focinho comprido. Al�m disso, ele tem pelo bem denso e curto. Sobre a personalidade do c�o, Lara diz que � uma ra�a "muito companheira, com uma energia incans�vel". Por isso, � necess�rio que o tutor proporcione uma rotina ativa, com atividades, exerc�cios e brincadeiras. Rebecca Terra destaca que a ra�a tende a ser resistente a doen�as e muito afetuosa com a fam�lia. "Por ser muito atento e relativamente barulhento, ele � criado muitas vezes como c�o de alarme".
A professora Rita de Cassia Abr�o, 51, apaixonou-se � primeira vista pelo fox paulistinha Dick Barreto Sampaio. "N�o conhecia essa ra�a, estava procurando um c�o que fosse d�cil com crian�a e de porte pequeno, pois, na �poca, minha filha tinha tr�s anos e adorava cachorro. Queria um companheiro de brincadeira para ela e, quando cheguei � agropecu�ria, eu me apaixonei pelo Dick", conta.
Ao saber, por meio do vendedor, que Dick convivia bem com crian�as, Rita se motivou a lev�-lo para casa. Somente depois ela pesquisou mais sobre a ra�a e descobriu que ele era um brasileiro leg�timo. Hoje, o companheiro adora passear e brincar com os brinquedinhos insepar�veis: apitos, bola e carrinhos. "Ele tem muita energia, � superbrincalh�o. Mas tamb�m � protetor. Toma conta da casa e at� dos vizinhos."
Buldogue campeiro

O buldogue campeiro tem porte m�dio, � bastante atl�tico e pode ser encontrado em v�rias cores. Rebecca Terra descreve que ele tem um focinho achatado e uma apar�ncia entre um boxer e um buldogue. "Gosta de vida livre, espa�o. Costuma ser absurdamente destemido e corajoso". Apesar disso, Lara aponta que ele � um c�o muito d�cil com crian�as e de f�cil adapta��o.
Ovelheiro ga�cho
� um c�o diretamente ligado ao trabalho do campo, pois tinha a miss�o de acompanhar o pe�o em suas tarefas rurais. De acordo com a veterin�ria Lara Halterbeck, era utilizado para desempenhar a fun��o de conduzir as ovelhas, al�m de proteg�-las de outros animais e de desconhecidos.
"Concebido para ser um c�o de pastoreio com adapta��o � varia��o de clima brasileiro", acrescenta Rebecca Terra sobre a origem do ovelheiro ga�cho, que tem a apar�ncia de um border collie com maior liberdade de cores. Os pelos longos e macios, al�m da boa camada de subpelo, o protege durante o inverno. Para ela, o temperamento dele pode se resumir em inteligente, muito �gil e resistente.
Veadeiro pampeano

Caracterizado por ser um c�o de pelo curto, pernas compridas e muscolosas, al�m da cor que varia entre branco e caramelo, a ra�a foi concebida nos pampas ga�chos, argentinos e uruguaios com a finalidade da ca�a. "O pampeano � bem veloz, destemido e muito forte, com um temperamento independente", lista Rebecca Terra.
*Estagi�ria sob a supervis�o de Sibele Negromonte