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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Bal� para idosos: dan�ar faz bem � vida

Com metodologia adequada a cada idade, o bal� pode ser praticado em qualquer faixa et�ria. A atividade, que exalta os movimentos como recurso terap�utico


24/04/2022 04:00 - atualizado 24/04/2022 08:59

Alunas de balé com mais de 50 anos
Grupo formado por pessoas com mais de 50 anos, que encontram no bal� para idosos no Col�gio Arnaldo a alegria e o equil�brio f�sico e emocional (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Pli�, derri�re, balanc�, allegro, ad�gio, balan�oire, allong�, arrondi... N�o � preciso saber franc�s ou decorar todas as palavras que indicam o que a bailarina deve executar para dan�ar bal� depois dos 60 anos.

A pr�tica tem conquistado cada vez mais alunas, que decidiram que dan�ar faz bem � vida, principalmente quando chega a aposentadoria, o tempo livre � maior e nada mais importante do que buscar novos desafios.
 
A psicomotricidade proporcionada pelo bal�, e que � o equil�brio entre o corpo e mente, garante mais estabilidade emocional e um f�sico com mais for�a e alongamento, garantindo o despertar do prazer, da emo��o e da satisfa��o proporcionadas pela dan�a. E n�o importa a idade.
 

O bal� me trouxe alegria, � meu momento, onde esque�o os problemas. Aposentei-me, mas as atribula��es continuam. Ent�o, � uma hora �nica, em que estou encantada

Ros�ngela Souza Jorge, de 64 anos, aposentada, aluna de bal�


 
Sim, bal� n�o � s� para crian�as ou jovens. Com a metodologia adequada para cada idade, o bal� pode ser praticado em qualquer faixa et�ria com seguran�a. Pensando assim, Meiry de Paula, professora de bal� e fisioterapeuta, criou em 2018 o Reabilita��o e Ballet (R&B), projeto que desenvolve uma t�cnica espec�fica para pessoas idosas e interessados que j� tenham completado 50 anos.

Um trabalho que n�o visa somente � beleza e � leveza do bal�, mas a import�ncia dos seus movimentos como recurso terap�utico, um benef�cio f�sico e emocional capaz de auxiliar no tratamento de doen�as associadas ao processo de envelhecimento, que comprometem o sistema musculoesquel�tico, contribui para a melhora da qualidade de vida e combate o preconceito do etarismo.

E, sim, em algum momento da vida, se quiser, v�o estar aptos a subir num palco, participar de apresenta��es e mostrar � sociedade que idade n�o significa incapacidade.
 
Meiry de Paula
Meiry de Paula, professora de bal�, criadora do Reabilita��o e Ballet, indica a t�cnica, principalmente, para idosas que est�o em casa sedent�rias, em casos de depress�o, dores cr�nicas e outros casos (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A t�cnica aplicada por Meiry de Paula trabalha o fortalecimento, alongamentos, coordena��o, equil�brio, marcha, entre outros movimentos, ensinando o bal� numa vers�o mais leve e com mais cuidado. Todas passam por uma avalia��o.

A ideia � conhec�-las melhor, a sa�de, se fizeram alguma cirurgia recente, se t�m hipertens�o etc. O objetivo � descartar a impossibilidade de participar do bal�. “Indico o Reabilita��o e Ballet principalmente para idosas que est�o em casa sedent�rias, em casos de depress�o, dores cr�nicas e outros casos.”
 
A inten��o � que esse m�todo opere como auxiliar no tratamento medicamentoso de doen�as associadas ao processo de envelhecimento que comprometem o sistema musculoesquel�tico, tendo em vista a reabilita��o f�sica e mental por meio dos movimentos e da socializa��o, visando n�o somente ao prazer de dan�ar, mas ao desejo e � alegria de viver, a melhora da autoestima e da autoconfian�a, a recupera��o da for�a muscular, da flexibilidade, do equil�brio est�tico e din�mico e da mobilidade f�sica, a analgesia, o al�vio da tens�o e do estresse, o aumento da disposi��o, e consequentemente a melhora da qualidade de vida.
 
Reabilita��o e Ballet, atualmente, funciona em uma sala doada dentro do Col�gio Arnaldo. “A proposta do projeto � alcan�ar a terceira idade, contribuindo de maneira relevante na inclus�o desta faixa et�ria na sociedade por meio da arte, visando � quebra do preconceito e ter a oportunidade de mostrar por meio do bal� que envelhecimento, sem indica��o de algum sinal de comprometimento funcional ou psicol�gico, n�o determina incapacidade e falta de aptid�o. O trabalho � em prol do bem-estar f�sico e emocional.”

AULAS GRATUITAS


Os interessados podem entrar em contato pelo WhatsApp (31) 99493-4221 ou no site da Meiry. “Dar oportunidade a essa faixa et�ria com aulas de bal� num ambiente exclusivo para elas � um privil�gio. As aulas s�o totalmente gratuitas. Se n�o fosse o Col�gio Arnaldo, eu n�o teria a possibilidade de atender as minhas alunas de maneira volunt�ria, j� que o espa�o � doado. E, futuramente, penso em abrir uma associa��o e submeter esse projeto �s leis de incentivo � cultura”, diz.
 
Meiry tem mais de 25 anos de experi�ncia com bal� e revela que tudo o que sabe aprendeu com a irm�, Wilm�ra Marli�re, que � bailarina, core�grafa e ma�tre. “Sempre dei aula para jovens. Com os idosos comecei em 2018, mas com a pandemia tive que parar o trabalho. Durante uma fase, cheguei a fazer live duas vezes por semana, inclusive, para alunas de outros estados. E criei um grupo no WhatsApp para enviar aulas tamb�m.”

A proposta do projeto � alcan�ar a terceira idade, contribuindo de maneira relevante na inclus�o desta faixa et�ria na sociedade por meio da arte, visando � quebra do preconceito e ter a oportunidade de mostrar por meio do bal� que envelhecimento, sem indica��o de algum sinal de comprometimento funcional ou psicol�gico, n�o determina incapacidade e falta de aptid�o. O trabalho � em prol do bem-estar f�sico e emocional

Meiry de Paula, professora de bal� e fisioterapeuta, criadora do Reabilita��o e Ballet (R&B) para alunas acima dos 50 anos,


 
Trabalhando na �rea de sa�de como fisioterapeuta em Belo Horizonte, ela conta que teve a oportunidade de conhecer muitos idosos. Ap�s tanto contato, s� tinha certeza de que sua afinidade com eles n�o era por acaso. “Eu precisava fazer algo, alguma coisa que me mantivesse sempre perto deles, mas algo prazeroso, que n�o fosse numa cl�nica de fisioterapia. Foi assim que tive a ideia de unir a fisioterapia com o bal�.”
 
Meiry destaca que o bal� � para todos, n�o precisa ter feito dan�a. O bal� contribui demais, tanto para a sa�de f�sica quanto mental. Mas, independentemente da arte, � indicado para prevenir doen�as. No projeto, por enquanto, s� tem mulheres, mas Meiry enfatiza que os homens s�o bem-vindos. � s� chegar. E vale registrar que a aluna mais nova tem 57 anos e a mais velha caminha para os 80.

BAL�, MISSA E CERVEJA

Aluna de balé
Ros�ngela Souza Jorge, de 64 anos, diz que nunca tinha dan�ado, n�o tinha acesso, era caro, agora, com aula gratuita, realiza um sonho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Aos 64 anos, aposentada, Ros�ngela Souza Jorge come�ou o bal� em fevereiro e reencontrou a felicidade. “O bal� chegou para preencher minha vida. � maravilhoso. Fui para conhecer e j� comprei meu uniforme, a sapatilha, a meia e por l� fiquei. O bal� me trouxe alegria, � o meu momento, onde esque�o os problemas. Aposentei-me, mas as atribula��es continuam. Ent�o, � uma hora �nica, em que estou encantada. � m�gico”, diz.
 
Ros�ngela conta que foi costureira e trabalhou com moda, em f�bricas, com fac��o por anos, fazendo roupas sob medida e depois consertos, e agora s� pensa em curtir a vida. N�o quer saber de ser uma aposentada dentro de casa, recolhida, nada disso.

Com um sorriso que contagia, ela revela que “nunca tinha dan�ado, bal� para minha classe, sem grana, n�o era poss�vel. S� ouvia falar, n�o tinha acesso, era caro, sem condi��o. Aposentada, tamb�m n�o tem como ter gasto extra, mas com aula gratuita � maravilhoso. J� tinha sonhado com o bal�. Agora, estou realizando”.
 
Al�m de cuidar das suas articula��es, dar mais energia para cuidar da m�e, Maria, de 88, e auxiliar o filho, Leonardo, de 27, que se formar� em sistemas de informa��o, o bal� trouxe novo �nimo para Ros�ngela: “Novas amizades, com encontros, conversas, bate-papo. A pandemia, acredito, nos for�ou a procurar outras coisas para a vida depois de todo o isolamento, sem sair de casa. Com todo cuidado, o bal� chegou para ficar. Quando fui conhecer, n�o contei a ningu�m. Muitos podem estranhar, bal� nesta idade? Revelei depois e todo mundo achou bacana. Agora, falo para todos, indico, seja no supermercado, na loja, vou incentivando. No passado, com 60 anos, as pessoas ficavam dentro de casa. N�o mais. Tem que movimentar a vida, fazer o que quer, n�o tem nada a ver com idade, acredito que temos muito tempo de viver”.
 
Al�m do bal�, Ros�ngela conta que barzinhos � outro programa certo: “O meu reduto � Santa Teresa, � o meu lugar para tomar uma cerveja � tarde. Eu e minha irm� vamos � missa da tarde no bairro e, depois, o destino � um boteco”. Com cuidado, com todas as doses da COVID-19 em dia e sem deixar de curtir a vida.
 
 


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