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Estado de Minas REPORTAGEM DE CAPA

Sheikh limpa a mesquita em BH e fala da faxina 'na casa de Deus'

Questionado sobre se ci�ncia e espiritualidade podem andar juntas, ele n�o vacila: 'Sempre! A consci�ncia livre n�o tem fronteira, n�o tem religi�o'


12/06/2022 08:03 - atualizado 12/06/2022 08:05

Sheikh Mokhtar Elkal
'A gente limpa a casa da gente, por que n�o limpar a casa de Deus tamb�m', diz o sheikh Mokhtar Elkal (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
 
   

Uma sexta-feira, um pouco antes de o culto ser iniciado na mesquita, �s 13h em ponto, no Bairro Mangabeiras, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, o marroquino Mokhtar Elkhal, de 65 anos, h� dois anos radicado na capital, se depara com a reportagem, na escadaria que d� acesso ao templo religioso.

Mokhtar segurava um balde, um rodo e um pano de ch�o. A rep�rter perguntou: "Quero falar com o sheikh, marquei por telefone uma entrevista", ao que ele respondeu: "Sou eu!".


A rep�rter n�o escondeu o constrangimento. Demonstrando nenhum espanto com a abordagem, Mokhtar desfez o mal-estar com um sorriso singelo, acolhedor e com uma pergunta: "A gente limpa a casa da gente, por que n�o limpar a casa de Deus tamb�m?".

A simplicidade no gesto do sheikh acompanha a fala que exp�e um conte�do complexo de quem verbaliza uma forma��o esmerada em teologia e ci�ncias humanas, em especial no estudo da hist�ria. Nesse estudo, o sheikh coloca os mu�ulmanos do lado dos injusti�ados - apesar, adverte ele, de toda a contribui��o que deram para o desenvolvimento da ci�ncia e da espiritualidade.


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Chega

Questionado sobre se ci�ncia e espiritualidade podem andar juntas, ele n�o vacila na resposta: “Sempre! A consci�ncia livre n�o tem fronteira, n�o tem religi�o”, afirma ele.

Mokhtar Elkal, cuja pron�ncia do nome e sobrenome � dif�cil para n�s, latinos, sorri ao relatarmos nossa dificuldade e simplifica: "Me chame de sheikh, t� bom assim?". 


A pron�ncia do portugu�s do sheikh tamb�m n�o � f�cil. Al�m disso, ele fala muito r�pido. Isso dificultou, em alguns momentos, entender o que estava sendo dito em sua �ntegra. O obst�culo foi sanado com paci�ncia de ambas as partes, por que o sheikh tamb�m tinha dificuldade para entender a rep�rter. Mas, em resumo, o conte�do do di�logo em seu contexto geral n�o foi comprometido.

Fanatismo

 

� certa altura, o sheikh disse que as organiza��es mundiais, citando a Otan e o mundo �rabe, "n�o t�m coragem de falar 'chega'" para as atrocidades cometidas em nome da religi�o.

Perguntado sobre o porqu� de essas organiza��es n�o ajudarem a dar um basta nas guerras mundo afora, ele afirma: "Porque n�o t�m a consci�ncia livre (os integrantes das organiza��es mundiais), porque est�o sentados no trono e n�o querem sair”.


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Ao ser indagado sobre os motivos da viol�ncia, de uma maneira geral, em nome muitas vezes do fanatismo religioso, o sheikh particulariza ao se referir "�s dores do povo mul�umano, alvo de preconceitos".

“Porque s� n�s (somos) fan�ticos? O mundo injusto aponta pra mim... Desculpa, dentro da minha casa, vem um e ocupa meu espa�o, divide a casa e deixa s� um quarto pra mim?”, pergunta, sem esconder o ressentimento perpetuado h� mil�nios no meio mu�ulmano.


Mokhtar, ele pr�prio, responde, � pergunta: “A gente compartilha (mu�ulmano) o pouco que tem com o outro, esse � o nosso cora��o”. 

Em dia de culto, o sheikh se diz apressado para se paramentar com o traje apropriado para dar in�cio � cerim�nia, que tem hora para come�ar - e se despede.

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V�u na mesquita

Centro Islâmico de Minas Gerais
Centro Isl�mico de Minas Gerais, em Belo Horizonte (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
A rep�rter entra na mesquita e um respons�vel pela obedi�ncia � liturgia no local, pede para colocar o v�u, entregando um len�o, entre os v�rios que se encontram ali com essa finalidade. “Por que?”, pergunto. “Em sinal de respeito”, responde.

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Antes, o sheikh havia presenteado o rep�rter fotogr�fico com uma edi��o do Alcor�o, a “B�blia” dos mu�ulmanos, e um livreto intitulado "Um breve guia ilustrado para compreender o Isl�".

Ao ser comunicado que meu colega era respons�vel pelas imagens e eu pelo texto, o sheikh se retratou, oferecendo os dois exemplares para a rep�rter que assina essa reportagem.

 

 

 

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