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Estado de Minas SA�DE DOS PEQUENOS

Impactos da pandemia: de olho na sa�de ps�quica dos filhos

A pandemia trouxe uma s�rie de quest�es e sentimentos que at� ent�o n�o existiam


19/06/2022 08:00 - atualizado 19/06/2022 08:07

Médicos Thanguy e Patrícia Friço
Os m�dicos Thanguy e Patr�cia Fri�o dizem que � fundamental que as crian�as compreendam as pr�prias emo��es (foto: Livia Batistine Fri�o/Divulga��o)

Pais est�o sempre preocupados com a sa�de de seus filhos. Quando s�o crian�as pequenas, ent�o, qualquer tosse acende o sinal de alerta e faz com que saiam correndo para o pronto-socorro. Mas t�o importante quanto reparar na menor altera��o f�sica dos filhos � ficar de olhos bem abertos � sa�de ps�quica deles. "Crian�a emocionalmente saud�vel n�o � aquela que n�o chora, tampouco que n�o se frustra ou se irrita, mas aquela que aprimora constantemente a compreens�o sobre as pr�prias emo��es”, explicam os m�dicos Thanguy e Patr�cia Fri�o. 

A pandemia trouxe novas reflex�es nesse contexto. Um turbilh�o de sentimentos vem � tona, e as crian�as precisam lidar com eles. Neste ponto, conforme os m�dicos, vale ressaltar o conceito de intelig�ncia emocional – habilidade de reconhecer os pr�prios sentimentos, compreender os dos outros e saber lidar com eles. “Quando as crian�as t�m a intelig�ncia emocional aprimorada, encontram a serenidade e o discernimento necess�rios para que suas fun��es cognitivas trabalhem plenamente”, afirmam.

Patr�cia destaca que a dificuldade em conviver com as pr�prias emo��es pode acarretar uma s�rie de problemas, n�o apenas emocionais, mas tamb�m f�sicos, e orienta os pais a prestar aten��o em sinais que podem indicar algum grau de desequil�brio. Ela cita exemplos como problemas para se concentrar nas tarefas do dia a dia, irritabilidade exacerbada, descontrole, ins�nia, gastrite, dores de cabe�a e na musculatura, e depress�o.

A m�dica faz um alerta aos pais para que procurem tamb�m por ind�cios que mostrem que seus filhos est�o passando por quadros de ansiedade. “Segundo uma pesquisa desenvolvida pelo professor Fernando Asbahr, da Faculdade de Medicina da Universidade de S�o Paulo (USP), cerca de 10% das crian�as e dos adolescentes j� sofrem de ansiedade”, diz. Ou seja, a ansiedade nesse per�odo da vida j� � uma realidade, que pode se transformar em um problema s�rio se n�o controlada, pois prejudica o desenvolvimento e dificulta tarefas simples do cotidiano. E � o que muito vem acontecendo com a pandemia.

ENDORFINA 

Al�m do di�logo, Thanguy sugere tentar encontrar atividades que ajudem a aliviar os sintomas dos filhos. Segundo o m�dico, a pr�tica de atividade f�sica � uma boa aliada nesses momentos, pois libera o horm�nio endorfina, muito importante no combate � ansiedade. Outro ponto fundamental � fazer com que a crian�a tenha uma alimenta��o balanceada. “Isso � imprescind�vel para diminuir a probabilidade de transtornos alimentares ligados aos problemas emocionais t�picos na inf�ncia”, declara.

Roberta Lessa Rossi e Gotardo Gomes, com as filhas Sarah, Luísa, e Bella
Os advogados Roberta Lessa Rossi e Gotardo Gomes, al�m das filhas Sarah e Lu�sa, tiveram que lidar com o nascimento de Bella em plena pandemia (foto: Lorena Alves/Divulga��o)

"Voltaram � escola, fazem gin�stica, gastam energia. O medo diminuiu. Viram que a doen�a est� sob controle"

Roberta Lessa Rossi advogada



Conviv�ncia agrad�vel e sadia

O casal de m�dicos ressalta a import�ncia de acompanhar e resolver esses problemas no seio familiar. Eles afirmam que � em casa onde acontecem as primeiras intera��es sociais, importantes para o desenvolvimento f�sico, cognitivo e emocional de uma pessoa.  “Por isso, � fundamental que todos os membros da fam�lia estejam envolvidos e preocupados em conviver de maneira agrad�vel e sadia”, argumentam.

Eles lembram que os pais s�o os principais exemplos de sa�de e de controle emocional para seus filhos. A crian�a certamente observa a maneira como lidam com seus sentimentos, para dar conta dos pr�prios. 

"Portanto, procure maneiras saud�veis de lidar e expressar o que voc� sente. � importante tamb�m que seu filho veja como voc� se sai de situa��es em que o estresse o faz chegar ao limite, al�m de mostrar aos seus filhos que conseguem manter o controle das emo��es e que sempre estar�o presentes ao lado deles. Nessa fase, ocorre um mar de emo��es confusas, por isso os filhos precisam ter pais que estejam est�veis emocionalmente", pontuam.

Apesar de parecer que a pandemia est� mais controlada, isso pode ser um engano, na opini�o dos m�dicos. Surtos devem continuar acontecendo em ondas, mesmo com a vacina��o em massa da popula��o. "Pais e educadores ter�o que aprender a conviver com as novas realidades e tamb�m com as formas de comunica��o das novas gera��es, para dar o suporte necess�rio para que os filhos enfrentem esse novo momento."

OUTRAS DOEN�AS 

Ao abordar o tema pandemia, continuam Thanguy e Patr�cia, � preciso orientar as crian�as sobre a necessidade de preservar a sa�de para enfrentar de forma mais adequada essa e todas as outras doen�as que possam surgir. "Se conseguirmos controlar os quatro elos da sa�de (alimenta��o saud�vel, atividade f�sica di�ria e regular, sono restaurador e controle emocional), estaremos muito mais preparados para viver qualquer desafio que vier pela frente. N�o precisamos ter medo nem dessa pandemia e nem de outras doen�as que poder�o surgir, porque estamos construindo uma sa�de sobre bases s�lidas", argumentam.

GESTA��O NA PANDEMIA 

A fam�lia dos advogados Roberta Lessa Rossi, de 40 anos, e Gotardo Gomes, de 42, aumentou em plena pandemia. As filhas Sarah, de 11, e Lu�sa, de 7, acabam de ganhar uma irm�zinha, a pequena Bella, de 1 ano e cinco meses. 

Mas passar por uma gesta��o em meio a toda a problem�tica com o coronav�rus n�o foi t�o simples assim. Roberta conta que as meninas tiveram receio de que algo pudesse acontecer com a beb� e os pais, propriamente. Isolados de tudo, a fam�lia se viu restringida ao espa�o de casa; as garotas foram privadas da conviv�ncia que sempre foi pr�xima com os av�s maternos, al�m de todo o medo sobre a doen�a em si, principalmente ao acompanhar o notici�rio.

"Tinham medo de sair de casa, de entrar no elevador e ter algu�m infectado. Lu�sa, mais sentimental, ficou assustada, com medo. Quando o pai sa�a para trabalhar, chorava com medo de ele ficar doente. J� a Sarah, sempre agitada e cheia de energia, presa em casa acabou ficando estressada, nervosa, irritada", conta Roberta.

Logo ap�s o nascimento de Bella, a fam�lia inteira contraiu a COVID-19. A ca�ula apresentou 24 horas de febre, Sarah e Lu�sa tiveram sintomas leves, como coriza, Roberta e o marido ficaram um pouco pior, mas n�o foi necess�ria hospitaliza��o. 

Por fim, a experi�ncia fez com que se acalmassem, percebendo que a doen�a n�o se manifestou de uma maneira t�o grave assim. Aos poucos a vida vai retomando o prumo. "Voltaram � escola, fazem gin�stica, gastam energia. O medo diminuiu. Viram que a doen�a est� sob controle, que vai dar tudo certo, que todos ficar�o bem", diz Roberta. 


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