De acordo com o Datasus, os suic�dios sobem sem parar no Brasil. O total de �bitos por les�es autoprovocadas aumentou de 7 mil para 14 mil nos �ltimos 20 anos, segundo o levantamento de dados do Minist�rio da Sa�de.
A curva ascendente de suic�dios vai na contram�o do restante do mundo, mas segue tend�ncia da Am�rica Latina. Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), a piora da pobreza e a desigualdade t�m rela��o ao aumento das taxas de suic�dios.
O Brasil � o pa�s que apresenta maior preval�ncia de depress�o na Am�rica Latina. � tamb�m o pa�s com mais pessoas ansiosas do mundo. Dados do �rg�o apontam que a pandemia levou a preval�ncia global de ansiedade e de depress�o aumentar em 25%.
Segundo Filipe Colombini, psic�logo e CEO da Equipe AT, o Brasil � um pa�s em que se tem pouca seguran�a em termos de estrutura b�sica para pessoas e comunidades. "As necessidades b�sicas n�o s�o atendidas, colocando a sa�de mental em segundo plano", afirma.
A sa�de mental, explica Columbini, ainda n�o � colocada como uma pauta essencial e � separada da sa�de f�sica, como se fossem "duas coisas aleat�rias". O profissional tamb�m deixa claro que n�o se investe o suficiente em sa�de mental e em pesquisas direcionadas para a psicologia baseada em evid�ncias.
"Atualmente, frequentar psic�logo ainda � artigo de luxo. Al�m do mais, h� um sucateamento dos servi�os de Psicologia nos servi�os p�blicos, investindo-se em t�cnicas que n�o t�m embasamento cient�fico, por exemplo, investe-se em constela��o familiar em detrimento da terapia comportamental-cognitiva", declara o especialista.
De acordo com Filipe, os desafios da sa�de mental s�o ser acess�vel para todos com qualidade e pautada em Ci�ncia. "Outro desafio � quebrar o paradigma da interven��o individual em consult�rio para interven��es coletivas fora do consult�rio, priorizando grupos e comunidades com um enfoque preventivo."
Como melhorar a sa�de mental no Brasil?
Para o psic�logo, melhorar a sa�de mental no Brasil significa investir em cuidados individuais, como a psicoterapia e a psiquiatria, e em a��es coletivas preventivas direcionadas para grupos e comunidades em seus pr�prios ambientes e culturas.
"� necess�rio que uma parte dos psic�logos fique em consult�rio para atender a demanda individual e uma outra parte saia do consult�rio, ou seja, quebre "as barreiras e suas paredes" para ir at� o ambiente, a rotina das pessoas, seu dia a dia, para promover a��es de conscientiza��o e elei��o de prioridades das necessidades", salienta Columbini.
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O profissional ressalta que a interven��o da psicoterapia n�o precisa ser exclusivamente individual, sendo preciso olhar com carinho e muita estrat�gia para as terapias de grupos e para o papel do atendimento fora do consult�rio.
"As pessoas precisam 'desmitificar' a figura do psic�logo sentado em uma poltrona dentro de um ambiente prioritariamente m�dico e tradicional. H� muito mais possibilidades e modalidades de interven��es psicol�gicas", destaca Filipe.
Como prevenir os transtornos mentais?
O CEO da Equipe AT destaca que a preven��o de transtornos mentais est� relacionada com a��es direcionadas a qualidade de vida, cujas discuss�es precisam focar: import�ncia do lazer, da atividade f�sica, qualidade do sono, cuidado com as emo��es e os relacionamentos, autocontrole, tomada de decis�o e resolu��o de problemas, discuss�o sobre metas e valores de vida.
Como conscientizar as pessoas sobre esse problema?
"� importante que cada vez mais todas as m�dias, tradicionais e redes sociais, abracem esta causa como priorit�ria, promovendo conte�do de qualidade para o acesso popular e, colocando como pauta a sa�de mental como integrante essencial da sa�de f�sica, evitando essa clivagem mental versus f�sico", destaca Columbini.
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"O conte�do precisa desmistificar a sa�de mental como algo m�stico, energ�tico, religioso e desconhecido, e, sim, como um tema cient�fico que possui e deve possuir pesquisas de qualidade para o bem da popula��o. A acessibilidade e divulga��o dessas pesquisas s�o essenciais", finliza o profissional.