(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas NUTRI��O

Consumo de ultraprocessados aumenta risco de dem�ncia em at� 28%

Estudo da Universidade M�dica de Tianjin, na China, � mais um a indicar a rela��o entre alimenta��o e sa�de cerebral


28/07/2022 10:19

Cachorro quente e batata frita
(foto: Janine Moraes/CB)

Quase 30% dos casos de dem�ncia vascular - o segundo tipo mais comum do decl�nio cognitivo - poderiam ser evitados retirando da despensa alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes, batata frita congelada e embutidos. Um artigo publicado na revista Neurology com dados de 72 mil pessoas acima de 55 anos mostra, tamb�m, que uma dieta composta por ingredientes naturais ou minimamente processados tem potencial de prevenir 14% das ocorr�ncias de Alzheimer.

O estudo, da Universidade M�dica de Tianjin, na China, � mais um a indicar a rela��o entre alimenta��o e sa�de cerebral, tema que desperta o interesse da ci�ncia � medida que se espera uma explos�o na preval�ncia dos diversos tipos de dem�ncia. Hoje, 55 milh�es de pessoas vivem com a condi��o, de acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), que projeta 78 milh�es de casos em 2030 e 139 milh�es daqui a 28 anos.

Ultraprocessados s�o produtos industrializados que utilizam partes de v�rios alimentos - como o amido retirado de um e o a��car, de outro -, al�m de subst�ncias qu�micas artificiais para dar cor, sabor e estender a validade do item. "S�o aqueles que voc� n�o consegue dizer do que s�o feitos, como salsichas", resume a m�dica nutr�loga Marcella Garcez, diretora da Associa��o Brasileira de Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Entram tamb�m na categoria refrigerantes, molhos e empanados comprados prontos.

Leia tamb�m: O que voc� come pode deix�-lo deprimido, alerta nutricionista

"Os alimentos ultraprocessados reduzem a qualidade da dieta", disse, em nota, o principal autor do estudo, Huiping Li. "Esses alimentos tamb�m podem conter aditivos alimentares ou mol�culas produzidas durante a embalagem e o aquecimento, todos os quais demonstraram, em outros estudos, ter efeitos negativos nas habilidades de pensamento e mem�ria. Nossa pesquisa n�o apenas descobriu que os alimentos ultraprocessados est�o associados a um risco aumentado de dem�ncia, mas descobriu que substitu�-los por op��es saud�veis pode diminuir esse risco", diz.

A pesquisa chinesa baseia-se em um banco de dados do Reino Unido, que cont�m informa��es de sa�de de moradores da regi�o. Os participantes tinham 55 anos ou mais e n�o apresentavam dem�ncia no in�cio do estudo. Eles foram acompanhados por uma m�dia de 10 anos. Ao final, 518 foram diagnosticadas com algum tipo de degenera��o da cogni��o e/ou mem�ria.

Durante o estudo, os participantes preencheram pelo menos dois question�rios sobre o que comeram e beberam no dia anterior. Eles foram divididos em quatro grupos, do menor percentual de consumo de ultraprocessados ao maior. Dos 18.021 com ingest�o mais baixa desses produtos (m�dia de 9% por dia), 105 desenvolveram dem�ncia, em compara��o com 150 dos 18.021 com maior composi��o dos itens altamente modificados na alimenta��o (m�dia de 28% por dia).

Preven��o

Depois de fazer ajustes de idade, sexo, hist�rico familiar e outros fatores de risco, os cientistas descobriram que cada aumento de 10% na ingest�o di�ria de ultraprocessados estava associada a um risco 25% maior de dem�ncia. Ao estimar o que aconteceria se a pessoa substitu�sse esse mesmo percentual de produtos do tipo por alimentos n�o processados ou minimamente processados (frutas, vegetais, leite fresco e carne), a probabilidade de ter algum tipo de dem�ncia ca�a 19%.

O risco de ter dem�ncia em geral foi 25% maior entre os consumidores mais adeptos de ultraprocessados; 28% mais elevado em rela��o � dem�ncia vascular e 14% quanto ao Alzheimer. Embora o estudo n�o aponte, diretamente, que os alimentos altamente descaracterizados causem decl�nio cognitivo, a m�dica nutr�loga Marcella Garcez explica que v�rios mecanismos fisiol�gicos podem contribuir para essa associa��o.

"Al�m do processo natural de envelhecimento, o c�rebro � impactado negativamente pela falta de �mega 3, por radicais livres, que s�o combatidos por alimentos antioxidantes, e por defici�ncias vasculares, que t�m uma rela��o muito forte com doen�as metab�licas como diabetes, e por lipidemias (gorduras no sangue)", aponta a diretora da Associa��o Brasileira de Nutrologia. Ela tamb�m lembra que ingredientes como corantes, sal e gorduras modificadas deflagram processos inflamat�rios nas c�lulas, incluindo as do c�rebro.

Embora os alimentos saud�veis n�o possam reverter um processo de dem�ncia j� instalado, Marcella Garcez destaca que, al�m da preven��o, especialmente em pessoas com hist�rico familiar, a retirada dos ultraprocessados do card�pio tem o potencial de ajudar pessoas que apresentam o problema. "A alimenta��o pode evitar a progress�o da dem�ncia", diz.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)