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Estado de Minas V�RUS

Casos de var�ola do macaco sinalizam que a doen�a pode ser sist�mica

Casos recentes indicam que doen�a pode comprometer diferentes partes do corpo. Segundo estudo, febre, dor retal e �nguas s�o alguns dos sintomas mais comuns


29/07/2022 11:08

Varíola dos macacos
(foto: Sam Panthaky)

Cada vez mais presente fora do continente africano, a var�ola do macaco - considerada, desde o �ltimo s�bado, uma emerg�ncia de sa�de p�blica internacional pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) - tem apresentado caracter�sticas que justificam a preocupa��o das autoridades. Estudos indicam, cada vez mais, que pessoas que, recentemente, se infectaram fora da �frica apresentam sintomas distintos dos esperados. Agora, uma pesquisa divulgada na �ltima edi��o do The British Medical Journal (The BMJ) sinaliza que h� fortes ind�cios de que a doen�a pode ser considerada sist�mica - quando compromete diferentes partes do corpo humano, como a COVID-19.

Para chegar � conclus�o, cientistas do Guys and St Thomas NHS Foundation Trust, no Reino Unido - onde o primeiro caso da atual crise foi detectado, em maio - analisaram 197 casos confirmados de var�ola dos macaco em um centro de doen�as infecciosas em Londres, entre maio e julho de 2022. A maioria dos pacientes, 86%, relatou sintomas que condizem com uma doen�a sist�mica. As complica��es mais comuns foram febre (62%), linfonodos inchados - as populares �nguas - (58%), dor retal (36%) e dores musculares (32%). Tamb�m houve relatos de dor de garganta (16%), edema peniano (15%), les�es orais (13%), les�es solit�rias (11%) e incha�o das am�gdalas (4%).

Todos os pacientes apresentavam les�es na pele ou nas membranas das mucosas, mais comumente nos genitais ou na regi�o perianal. E, em contraste com relatos recentes que indicam que os sintomas sist�micos precedem as les�es cut�neas, nessa amostra brit�nica, 38% dos pacientes desenvolveram sintomas sist�micos ap�s o in�cio das les�es mucocut�neas. Al�m disso, 14 apresentaram les�es sem as caracter�sticas sist�micas.

Tamb�m chamou a aten��o da equipe brit�nica a ocorr�ncia de novos sintomas ligados � var�ola do macaco. S�o eles: dor retal, incha�o peniano (edema), les�es solit�rias e am�gdalas inchadas. H� nesses casos, avaliam os pesquisadores, o risco de essas manifesta��es serem confundidas com as de outras doen�as, dificultando o diagn�stico precoce. Para os autores, os resultados sugerem "um novo curso cl�nico para a doen�a (...) que deve ser inclu�do nas mensagens de sa�de p�blica, com o objetivo de ajudar precocemente no diagn�stico e reduzir a transmiss�o".

Perfil

Os 197 participantes do estudo eram homens (idade m�dia de 38 anos), sendo que 196 se identificaram como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens. Pouco mais de um ter�o (36%) dos pacientes tamb�m tinha infec��o por HIV e 32% testaram positivo para outras infec��es sexualmente transmiss�veis.

Apenas um participante havia viajado recentemente para uma regi�o end�mica, e 25% haviam tido contato com algu�m sabidamente infectado. Na avalia��o dos autores, esses resultados "confirmam a continuidade sem precedentes da transmiss�o comunit�ria do v�rus da var�ola dos macaco entre gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens vistos no Reino Unido e em muitos outros pa�ses n�o end�micos".

Hospitaliza��es

Desde o come�o de maio, mais de 18 mil casos da var�ola do macaco foram detectados em 78 pa�ses. Segundo a OMS, 70% deles est�o na Europa e 25%, na Am�rica. A ag�ncia estima que 10% dos infectados precisam de interna��o hospitalar para controlar a dor causada pela doen�a. A previs�o � a mesma constatada no trabalho que acaba de ser divulgado por cientistas brit�nicos. Dos 197 infectados, 10% foram hospitalizados para o tratamento principalmente de dor retal e incha�o peniano. Nenhuma morte foi registrada, mas algumas pessoas necessitaram de cuidados hospitalares intensivos.

Leia tamb�m: Var�ola dos macacos: qual o perfil dos infectados e como isso pode mudar

"Aqueles com infec��o confirmada por var�ola de macaco com les�o extensa no p�nis ou dor retal intensa devem ser considerados para um acompanhamento cont�nuo ou para o gerenciamento durante a interna��o", defendem os autores do estudo. O grupo tamb�m alerta que, apesar de os casos atuais se concentrarem em um perfil espec�fico de pessoas, n�o se pode descartar a possibilidade de diversifica��o de pacientes. "O crescimento cont�nuo desse surto significa que a dissemina��o para popula��es vulner�veis � poss�vel, incluindo indiv�duos imunocomprometidos e crian�as, e as implica��es disso ainda n�o s�o compreendidas", justificam.

An�lise ampla


Considerado a maior s�rie de estudos sobre pacientes com var�ola do macaco at� o momento, um trabalho divulgado, na semana passada, no New England Journal of Medicine, mostrou que a maioria dos pacientes com a doen�a apresenta les�es genitais �nicas e feridas na boca ou no �nus, sintomas n�o reconhecidos nas defini��es m�dicas atuais da doen�a.

Segundo os autores - cientistas de 16 pa�ses - , as manifesta��es da doen�a s�o semelhantes �s de infec��es sexualmente transmiss�veis (ISTs) e podem facilmente levar a erros de diagn�stico. "Esses sintomas espec�ficos podem ser graves e levar a interna��es. Por isso, � importante fazer um diagn�stico. Expandir a defini��o de caso ajudar� os m�dicos a reconhecerem mais facilmente a infec��o e, assim, evitar que as pessoas a transmitam", afirmou, em nota, Chloe Orkin, professora de medicina do HIV na Queen Mary University of London e integrante do grupo.

O trabalho tem como base a an�lise de 528 infec��es confirmadas em 43 locais, entre 27 de abril e 24 de junho deste ano. Dos pacientes, 98% eram homens gays e bissexuais. No artigo, os pesquisadores alertam, ainda, que o v�rus da var�ola do macaco pode ser transmitido por qualquer contato f�sico pr�ximo, por grandes got�culas respirat�rias e, potencialmente, por roupas e outras superf�cies.


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