A artrose � um processo de degenera��o da cartilagem de v�rias articula��es e pode ocorrer na coluna, nos joelhos, quadris e at� nas m�os
Gundula Vogel/Pixabay
As del�cias e dores do envelhecimento. O cuidado com a sa�de � a chave do viver mais e melhor. Preven��o � atitude s�bia diante de implica��es que vir�o com a idade. A artrose � um processo de degenera��o da cartilagem de v�rias articula��es e pode ocorrer na coluna, nos joelhos, quadris e at� nas m�os, acometendo principalmente pessoas acima dos 50 anos.
“Ela acontece devido ao processo natural de envelhecimento do corpo humano, mas pode ser causada tamb�m devido ao sobrepeso, excesso de atividades f�sicas repetitivas e de impacto, traumas, doen�as reumatol�gicas inflamat�rias, necrose �ssea, inje��es intra-articulares repetidas de cortisona, doen�as cong�nitas do esqueleto, doen�as metab�licas e end�crinas. Na verdade, tudo o que sobrecarrega a articula��o pode levar � degenera��o da cartilagem”, avisa Daniel Oliveira, ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do N�cleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte (NOT).
Por n�o ter cura, para conviver com a artrose � fundamental manter bons h�bitos e comportamentos, como uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, peso est�vel e uma rotina de atividades f�sicas, conforme destaca o ortopedista. Praticar qualquer exerc�cio f�sico ao longo da vida, desde a inf�ncia, � a primeira condi��o para uma vida com menos riscos de adoecimento. “A prescri��o de qualquer atividade f�sica deve ser feita de forma individualizada. � importante saber o grau da artrose, estabilidade da articula��o, condicionamento f�sico e intensidade da dor”, alerta o ortopedista.
Daniel Oliveira, ortopedista especializado em coluna vertebral e diretor do NOT, diz que a artrose ocorre devido ao processo natural de envelhecimento, mas pode ser causada devido ao sobrepeso, excesso de atividades f�sicas repetitivas e de impacto, traumas, doen�as reumatol�gicas inflamat�rias entre outras
Violeta Andrada/Divulga��o
“Para quem ainda tem medo do exerc�cio, inici�-los na �gua pode ser interessante e, � medida que o paciente progride, pode passar para fora dela. A bicicleta sem carga tamb�m se faz importante por ajudar na recupera��o do movimento e, com o tempo, com a introdu��o da carga, o indiv�duo vai ganhando mais for�a. Outro exerc�cio interessante � a caminhada, por ser de baixo impacto. Mas para tal, � fundamental que o indiv�duo com artrose esteja com o peso controlado. E o uso de el�sticos tamb�m pode ser interessante para promover a resist�ncia e o fortalecimento muscular”, recomenda Daniel Oliveira.
O ortopedista tamb�m destaca a muscula��o: “� uma excelente atividade e � indicada sempre, j� que tem como principal objetivo o fortalecimento muscular. E, quanto mais m�sculos temos, mais protegidas ficam as articula��es. O ideal para o paciente que tem artrose � n�o exceder na carga e executar os movimentos propostos para cada exerc�cio com bastante aten��o e na angula��o correta para, assim, evitar sobrecarga na regi�o em que se encontra o problema”.
Gilmara Gon�alves, de 51 anos, coordenadora de vendas, recebeu diagn�stico em 2019: “Acredito que a atividade f�sica e a fisioterapia v�m de encontro com uma melhor qualidade de vida. Pode aliviar as dores que s�o frequentes, devido ao desgaste do joelho, e contribui para ajudar na mobilidade. Hoje, fa�o hidrogin�stica, pilates e fisioterapia”.
Daniel Oliveira conta que, em fase inicial, a artrose n�o apresenta sinal algum. S� depois de instalada � que surgem sintomas (veja quadro). Os ind�cios s�o mais f�ceis de serem percebidos quando o paciente est� em movimento ou sentado e sente dor ao levantar. O diagn�stico � feito por meio de exame cl�nico feito pelo m�dico ortopedista e de exames de imagem como resson�ncia magn�tica e radiografia.
PIOR PARA AS MULHERES
A artrose pode acometer homens e mulheres, principalmente na terceira idade. Mas h� uma incid�ncia maior no sexo feminino. Daniel explica que isso ocorre devido � anatomia, fatores gen�ticos e hormonais. “Atualmente, vemos um n�mero maior de pacientes entre 30 e 50 com as articula��es desgastadas. Enquanto as pessoas mais velhas sofrem do problema devido ao processo de envelhecimento natural do corpo e das articula��es, no p�blico mais jovem, a artrose pode ser causada pelo excesso de exerc�cios repetitivos e de impacto na juventude ou devido a traumas. Mas vale lembrar que atividades f�sicas quando n�o excessivas e que n�o geram traumas n�o levam � doen�a.”
A artrose, enfatiza o ortopedista, tem causas gen�ticas, hormonais, mas tamb�m tem rela��o com o excesso de peso ou de traumas. “A artrose � um desgaste das articula��es que faz parte do envelhecimento. O que est� ao nosso alcance � envelhecer com mais sa�de. Para tal, vale evitar o sobrepeso, alimentar de forma equilibrada e praticar exerc�cios de muscula��o, pois quanto mais m�sculos temos, menor a sobrecarga dos ossos e das articula��es.”
Norma Gutierrez, de 36 anos, microempreendedora, soube da artrose em julho de 2021: “Sentia muita dor na regi�o da cervical. Trato com fisioterapia e rem�dios oral/intramuscular. Atualmente, fa�o mais atividade f�sica, pilates e alongamento. Antes, o fisioterapeuta pedia para que fizesse 10 sess�es, a� a dor acalmava um pouco, mas depois voltava. E ia para mais sess�es. Mas acredito que por ser uma doen�a degenerativa, a dor n�o passa. Tem dia que ela � muito forte, mas temos que aprender a conviver com ela”, comenta.
O tratamento � multidisciplinar. Daniel destaca que a artrose n�o tem como ser revertida. “O que podemos fazer � nos prepararmos para uma terceira idade mais saud�vel e ativa. Para tal, � fundamental a preocupa��o com rela��o ao condicionamento e atividades f�sicas como formas de controlar sintomas.”
Para aliviar a dor, por exemplo, ele recomenda o uso de medicamentos, como analg�sicos e, em casos muito isolados, � indicada a aplica��o de inje��o intra-articular. “A reabilita��o f�sica, a fisioterapia, o fisiatra, acupuntura, infiltra��o com �cido hialur�nico (em alguns casos, dependendo do local da artrose) e um acompanhamento com educador f�sico fazem parte do tratamento e s�o fundamentais para a manuten��o da qualidade de vida.”
SUPLEMENTOS E A DOR
Daniel Oliveira diz que, normalmente, podem ser recomendados suplementos com vitamina D, col�geno tipo 2, magn�sio glicina, zinco, mangan�s e vitamina C, mas “� um pouco complicado citar de forma gen�rica determinados suplementos, pois cada caso deve ser analisado de forma individualizada”. J� com rela��o � alimenta��o, � indicado ter no card�pio frutas ricas em vitamina C e folhas verde-escuras, por serem fontes de c�lcio, e aqueles que t�m a��o antioxidantes, anti-inflamat�ria e que combatam radicais livres.
Quem tem o diagn�stico da artrose, deve trabalhar a musculatura para ganhar mais for�a e amortecer o movimento da articula��o. Com isso, protege a “dobradi�a” e evita que ela se desgaste ainda mais; alimenta��o equilibrada, rica em nutrientes e peso est�vel s�o a receita para lidar com a artrose.
E, em caso de dor, para control�-la ou ameniz�-la, Daniel Oliveira afirma serem “indicadas compressas geladas, o uso de pomadas e sprays anti-inflamat�rios, anti-inflamat�rios via oral, al�m de sess�es de acupuntura e fisioterapia. Apenas em casos avan�ados � indicada a interven��o cir�rgica”.
Al�ssio Novais
Edna Silva/Divulga��o
Palavra de especialista
Al�ssio Novais
Edna Silva/Divulga��o
AL�SSIO NOVAIS, fisioterapeuta da Cl�nica BE Light e especialista
em movimento humano
Tratamento individualizado
“A osteoartrose, ou artrose, costuma acometer articula��es que sustentam peso, como joelho, quadril e coluna. O tratamento � complexo e deve ser feito de forma individualizada, em geral, com um programa de fisioterapia especialmente desenvolvido para o tratamento e controle da doen�a
O objetivo da fisioterapia � aliviar a dor, diminuir a inflama��o e contribuir para a melhoria da amplitude dos movimentos. Os exerc�cios v�o ajudar no ganho e manuten��o da massa muscular, important�ssima para a estabiliza��o das articula��es. O tratamento fisioterap�utico � essencial para que seja feito um controle adequado dos sintomas, e para que o paciente possa restaurar e manter suas fun��es do dia a dia.
Importante, inclusive, para a manuten��o da sa�de mental, uma vez que a perda de fun��es e o sedentarismo contribuem para o desenvolvimento de percep��es negativas da vida e dos acontecimentos. Quanto melhor for a qualidade de vida do paciente e seu equil�brio, menor ser� sua sensa��o de dor, j� que ela � influenciada por fatores psicossom�ticos.
Quanto aos exerc�cios, precisamos enfatizar que, especialmente no caso de pacientes com doen�as cr�nicas, t�m de ser prescritos de forma individual e acompanhada. Em geral, exerc�cios aqu�ticos, caminhada, exerc�cios isocin�ticos e, principalmente, treinamento de for�a muscular s�o os mais comumente recomendados.”
Principais sintomas
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