Presidente Lula passar� por artroplasia de quadril: entenda o procedimento

A artrose ï¿½ uma doen�a causada pelo desgaste das cartilagens, estrutura que t�m a fun��o de amortecer o impacto e facilitar os movimentos dos ossos. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), cerca de 7,5% dos afastamentos do trabalho s�o ocasionados por causa desta patologia. Geralmente, a doen�a acomete pessoas idosas.

O presidente Lula, que tem sofrido com dores no quadril, dever� se submeter a cirurgia de artroplasia de quadril ainda este ano, procedimento cir�rgico no qual a articula��o do quadril � substitu�da por uma pr�tese met�lica.

O ortopedista, Lafayette Lage, esclarece algumas d�vidas sobre este procedimento considerado a cirurgia mais gratificante da medicina.

"O quadril � composto pelo encaixe da cabe�a do f�mur com o acet�bulo na bacia como uma bola dentro de uma meia bola, respectivamente. Esse encaixe tem de ser perfeito. Qualquer imperfei��o pode levar ao desgaste anormal de uma das partes e iniciar o processo de dor".

"Assim, um problema de mau encaixe na inf�ncia (displasia) se n�o tratado pode levar � dor na vida adulta quando a cartilagem se desgasta. Uma infec��o pode destruir a cartilagem que � uma subst�ncia branca n�o inervada, a qual n�o d�i funcionando como isolante do contato do osso da bola (f�mur) com a meia bola (acet�bulo)".

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"Traumas, artrites, altera��es anat�micas (impacto f�moro-acetabular) podem alterar a perfei��o do encaixe e causar dor. O uso abusivo de bebidas alco�licas e, tamb�m, de corticoides podem levar ao infarto da cabe�a do f�mur (necrose ass�ptica) a qual tem aumentado muito na popula��o jovem. E como tudo em medicina, a hereditariedade impera, sendo importante saber se os familiares que j� tiveram problema no quadril".

"A dor � geralmente a maneira da m�e natureza dizer que algo est� errado. Ela pode na virilha, regi�o gl�tea, lateral do quadril,regi�o de adutores (muito confundida nos atletas com dor de distens�o dos adutores) ou somente na regi�o lombar, sendo muito comum pacientes serem submetidos � cirurgia de coluna ou at� h�rnia inguinal quando na realidade o problema � no quadril. A dor � geralmente a maneira da m�e natureza dizer, "h� um problema nesta �rea”".

"� inaceit�vel o uso constante de analg�sicos e/ou de anti-inflamat�rios os quais viciam como toda droga, al�m de serem t�xicos para os rins e outros �rg�os. A orienta��o � n�o se medicar e procurar o m�dico. Fundamental � sempre fortalecer a musculatura e a nata��o com nadadeiras � o melhor exerc�cio. O uso de uma muleta canadense no lado oposto ao da dor ajuda muito no caminhar".

 

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Quanto tempo dura uma pr�tese de quadril?

"Toda pr�tese � tempor�ria, por�m, se for bem colocada, vai proporcionar d�cadas de vida feliz sem dor. Os materiais utilizados nas pr�teses possuem durabilidade muito alta, por�m a durabilidade est� diretamente relacionada � expertise do cirurgi�o ao implantar a pr�tese e ao posicionamento dos dois componentes principais, o femoral e o acetabular. Podemos hoje afirmar que uma pr�tese de boa qualidade, bem colocada e implantada em osso com condi��es ideais pode tranquilamente durar mais que 30 anos".

"O conceito que se deve esperar o m�ximo poss�vel para ser submetido a uma pr�tese de quadril deve ser abolido. Quanto mais se adia piora a qualidade do osso que ir� “receber a pr�tese”, a qualidade de vida, a vida social e familiar. Postergar danifica outras articula��es como coluna e quadril".

"Existe a pr�tese de resurface com grande preserva��o de osso a qual permite o retorno a uma vida normal sem limita��es com durabilidade comprovada de 97% em ap�s 18 anos ( isso significa que 97% dos pacientes ainda estar�o com suas pr�teses perfeitas depois dos 18 anos ent�o, por qu� adiar ? Quanto mais jovem, menores os riscos de complica��es intra e p�s operat�rias)."

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"Atualmente � poss�vel, tamb�m, implantar pr�tese de quadril convencional sem cortar nenhum m�sculo atrav�s de instrumental especial para entrar entre os m�sculos. Isso permite o retorno ao trabalho em dez dias com o uso de muleta no lado oposto ao operado, sendo poss�vel inclusive dirigir um autom�vel. Importante ressaltar que toda vez que for ao m�dico o paciente deve exigir que seja examinado, � mais importante do que a an�lise dos exames".