Kim Booker falou a parlamentares sobre sua luta contra o transtorno dism�rfico corporal
"Ouvimos falar de algumas experi�ncias angustiantes — uma abordagem tipo linha de montagem, com procedimentos realizados sem perguntas", afirmou o ex-ministro da Sa�de Jeremy Hunt, que preside o comit�.
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Comiss�o do legislativo brit�nico quer que imagens alteradas digitalmente tragam um aviso de que houve modifica��es
Getty ImagesEm uma audi�ncia na comiss�o, Charlie King, que ficou conhecido no Reino Unido por participar de um reality show, disse que n�o passou por uma avalia��o sobre seu bem-estar quando ele fez uma pl�stica no nariz.
A influenciadora Kim Booker, que como Charlie, tem transtorno dism�rfico corporal — um desgaste na busca por supostas falhas na apar�ncia que, para outros, podem ser impercept�veis —, contou aos parlamentares que se tornou dependente de aplicativos que alteram a imagem.
"Cheguei a um ponto em que sempre usava esses filtros", relatou Booker. "Quando o v�deo mudava para o meu rosto natural, eu ficava um pouco chocada." "Eu odiava o que via, porque voc� se acostuma com a vers�o filtrada de si mesmo."
Crescendo na d�cada de 1990, Kim diz que foi bombardeada com imagens de "princesas da Disney" como refer�ncias de como uma mulher deve aparentar. "Senti que precisava me encaixar no modelo dos olhos grandes, nariz pequeno, cabelo solto e cintura fina", disse ela. "Isso cresceu comigo durante a minha adolesc�ncia, at� a idade adulta."
Imagens irreais

'As m�dias sociais me estimularam a cair ainda mais naquela toca de coelho', afirmou aos parlamentares o guitarrista James Brittain-McVey, que retirou parte do seu tecido mam�rio
Getty ImagesA comiss�o parlamentar quer que os anunciantes apresentem uma variedade maior de tipos est�ticos e corporais, em detrimento das imagens filtradas e irreais postadas por influenciadores.
"Acreditamos que o governo deveria introduzir uma legisla��o que garanta que as imagens comerciais sejam rotuladas com algum indicativo caso qualquer parte do corpo, incluindo suas propor��es e o tom de pele, seja alterada digitalmente", diz o relat�rio.
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Enquanto isso, o documento pede que as subst�ncias usadas em preenchimentos faciais sejam acess�veis apenas mediante receita m�dica, e que haja padr�es m�nimos de treinamento para os profissionais que fazem as aplica��es.
O relat�rio tamb�m pede que o governo analise urgentemente o crescente uso de esteroides anabolizantes no Reino Unido — a Ag�ncia Antidoping do Reino Unido estima mais de um milh�o de usu�rios —, principalmente por homens que buscam aumentar seus m�sculos.

Uso prolongado de esteroides anabolizantes pode trazer s�rias consequ�ncias � sa�de
BBC
Segundo o professor James McVeigh, que contribuiu com o relat�rio, um dos principais problemas dos esteroides anabolizantes � que pessoas que fazem o uso prolongado "n�o retornar�o � produ��o normal de testosterona"."
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Sabemos que quanto maior o per�odo de tempo que as pessoas usam, mais danos h� na vida adulta, com doen�as cardiovasculares e altera��es cerebrais", explica McVeigh. "Pode chegar um momento em que essas pessoas escolham parar de usar os anabolizantes, mas elas enfrentar�o um forte impacto.""� aquela queda que acontece ao chegar no ponto de zero testosterona, que pode trazer depress�o e muitos problemas de sa�de mental."
O guitarrista do grupo Vamps James Brittain-McVey, que passou por uma cirurgia para remover o tecido mam�rio natural de seu peito, disse � comiss�o: "As m�dias sociais me estimularam a entrar ainda mais fundo naquela toca de coelho."
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Segundo o relat�rio parlamentar, os dist�rbios alimentares aumentaram nos �ltimos anos, e por isso o governo deveria fazer verifica��es anuais do peso e do bem-estar de todas as crian�as e jovens.O documento tamb�m pede mais a��es de combate � obesidade infantil, como restringir promo��es de compra conjunta de alimentos e bebidas com alto teor de gordura, sal e a��car.
Um porta-voz do governo brit�nico afirmou: "Introduziremos um esquema nacional de licenciamento para ajudar a prevenir a explora��o, melhorar a seguran�a e garantir que os indiv�duos fa�am escolhas informadas e seguras sobre procedimentos est�ticos n�o cir�rgicos".
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62402042
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