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Estado de Minas REPORTAGEM DE CAPA

Polui��o visual ou pela luz pode gerar les�o nos olhos, depress�o e c�ncer

Tudo pode afetar a vis�o, interferir no olhar ou agredir os olhos; tornar o modo de vida mais sustent�vel � o melhor caminho


28/08/2022 08:00 - atualizado 28/08/2022 19:19

placas, luzes e outdoors
O excesso de luz pode causar diversos problemas oculares. "A luz em demasia pode causar les�o direta nas c�lulas fotorreceptoras na retina e gerar perda visual definitiva." (foto: Wallula/Pixabay )


S�o tantos tipos de polui��o que, muitas vezes, as pessoas n�o sabem sequer nome�-los ou qualific�-los como agentes que degradam o planeta e, assim, colocando em xeque a sa�de e o futuro de todos os seres vivos. A polui��o visual, por exemplo, n�o � t�o debatida. �s vezes, as pessoas percebem que h� algo incomodando - seja o excesso de placas, luzes, outdoors, fios, antenas, cores, formas de letras, texturas de imagens, na rua ou nas telas. Tudo pode afetar a vis�o, interferir no olhar ou agredir os olhos. 
 
 
O oftalmologista Lu�s Felipe Carneiro, diretor-t�cnico da Oftalmologia da Santa Casa BH, enfatiza que polui��o � todo processo que torna o mundo, o planeta Terra, inseguro ou perigoso aos seres vivos. Ela normalmente ocorre quando um ambiente natural � contaminado por algo artificial que impacta a vida n�o s� das pessoas. “Esses contaminantes podem variar de lixo, gases ou coisas menos tang�veis como a luz, o som e a pr�pria temperatura.”
 
Médico
M�dico Lu�is Felipe Carneiro, oftalmologista e diretor t�cnico da Oftalmologia da Santa Casa BH (foto: Laio Laio Amaral/divulga��o)
 
 
Hoje, existem v�rios tipos de polui��o. “Temos a a�rea, das �guas, dos solos, sonora, pl�stica, radioativa, t�rmica e da luz.  A polui��o visual cresceu e, al�m das diversas propagandas como placas, outdoors e fios el�tricos, chegou �s nossas m�os por meio das telas, celulares, computadores e tudo o que permeia nosso cotidiano. Muitas vezes, trocamos o nome de polui��o visual por polui��o pela luz para abranger essas novas tecnologias que andam fazendo tanto mal quando utilizadas inadequadamente”, explica o m�dico.
 
 
A polui��o visual ou polui��o pela luz, explica Lu�s Felipe, se torna um problema de sa�de. “Sempre que a luz excede o ambiente seguro para o ser humano, ela se torna uma polui��o e, consequentemente, um problema de sa�de. Sabemos que o excesso de luz altera a secre��o de horm�nios como a melatonina (sono), o cortisol (estresse) e o ciclo circadiano. Pode gerar les�o definitiva nos olhos, depress�o e at� mesmo c�ncer, devido � altera��o do ciclo natural do organismo.” 

Perda visual

O excesso de luz pode causar diversos problemas oculares. “A luz em demasia pode causar les�o direta nas c�lulas fotorreceptoras na retina e gerar perda visual definitiva.” Ele cita, inclusive, a atitude intempestiva de olhar para o eclipse sem prote��o. “Al�m disso, alguns tumores oculares, catarata e degenera��o macular relacionados � idade s�o muito mais frequentes em pessoas mais expostas � luz. As telas em geral, quando utilizadas por muitas horas por dia, podem causar fraqueza na musculatura ocular, esfor�o visual desnecess�rio, dores de cabe�a e nos olhos, e sintomas como astenopia.” 
 
Conforme o especialista, a polui��o visual ou da luz pode agravar os c�nceres de pele nas p�lpebras, conjuntiva e dentro dos olhos. “E ainda piora o olho seco e as inflama��es, e doen�as da superf�cie ocular. Usu�rios de lentes de contato, por exemplo, s�o muito mais suscept�veis aos efeitos danosos da luz.”
 
Hoje em dia, h� v�rios m�todos eficientes para lidar com a polui��o da luz. O m�dico diz que  protetores solares para a pele, chap�us e bon�s evitam o contato direto com a luz. H� ainda �culos com lentes fotocrom�ticas, que escurecem no escuro, protegendo contra os raios UVA e UVB. 
 
“Temos v�rias lentes de �culos e de contato com filtros azuis, tamb�m conhecidos como filtros digitais, que bloqueiam o comprimento de onda azul, o mais nocivo aos olhos. As pr�prias telas dos celulares podem ser configuradas para diminuir a emiss�o das luzes nocivas, ajudando e protegendo o usu�rio.”   
 
Homem de máscara
Homem de m�scara no meio da polui��o: ser� o futuro? (foto: Mystic Art Design/Pixabay )
 
 

Meio ambiente e sa�de humana

 
Desmatamentos, devasta��o de biomas, secas e inunda��es alternadas, polui��o atmosf�rica, crimes socioambientais, aquecimento global, mudan�as clim�ticas. A lista n�o para por aqui. Acha que � problema seu? Acredita que tem alguma responsabilidade? Ser� que pode fazer algo a respeito? Fato � que as mudan�as ambientais afetam a sa�de humana, prejudicando tamb�m a fauna e a flora, tornando-se um grande alerta para o comportamento da sociedade em busca de novos rumos. 
 
Rodrigo Salvetti, professor do curso de biologia do Centro Universit�rio N. Senhora do Patroc�nio (Ceunsp), as mudan�as clim�ticas est�o alterando o modo como os eventos meteorol�gicos atuam sobre a Terra. “O aumento de calor na atmosfera, causado pelo lan�amento de poluentes, j� est� atingindo os equil�brios clim�ticos. Isso significa que as chuvas est�o mais irregulares, que as ondas de calor e de frio est�o mais intensas, e que existe potencial maior para eventos clim�ticos extremos, como tornados, furac�es e chuvas torrenciais. Ou seja, a vida em geral, e n�o s� dos seres humanos, � afetada por essa condi��o.” 
 
O bi�logo alerta que ondas de calor e o ar mais quente e seco podem desencadear problemas card�acos e respirat�rios. A falta de umidade prejudica a lavoura e o gado, causando escassez alimentar, e os eventos clim�ticos exacerbados podem causar preju�zos materiais e humanos devido �s enchentes, ventanias e deslizamentos de terra. 
 
Rodrigo Salvetti
Rodrigo Salvetti, professor do curso de Biologia do Centro Universit�rio Nossa Senhora do Patroc�nio (CEUNSP) (foto: Arquivo Pessoal)
“O pr�prio material particulado presente no ar tende a aumentar em per�odos de seca, promovendo a prolifera��o de bact�rias e v�rus, e part�culas poluentes causadoras de doen�as pulmonares. No frio extremo, abaixo de 10 graus, � poss�vel termos doen�as associadas � hipotermia, enquanto em temperaturas muito altas s�o comuns os casos de insola��o, desidrata��o e at� problemas card�acos.”   

Novas doen�as


Rodrigo Salvetti acrescenta que o desenvolvimento da sociedade tem refletido no surgimento e na dissemina��o de novas doen�as. “Esse avan�o tem duas consequ�ncias principais: o ac�mulo de pessoas em um �nico lugar gera uma demanda maior de recursos naturais, como �gua, comida e produtos em geral, al�m de produzir uma quantidade enorme de res�duos que precisam ser descartados. A segunda � que se as �reas urbanas crescem, consequentemente as �reas rurais e de prote��o ambiental precisam ser desmatadas e transformadas em espa�os urbanos.” 
 
Esses fatores contribuem para uma maior press�o nos ecossistemas da Terra, que precisam fornecer cada vez mais recursos para o ser humano, provenientes de locais cada vez menores. “O desmatamento e o uso de agrot�xicos fazem com que o homem tenha contato com animais, bact�rias e v�rus que estavam restritos � natureza e que agora est�o cada vez mais pr�ximos das �reas urbanas, aumentando a incid�ncia de doen�as antes erradicadas ou ent�o desconhecidas”, comenta. 
 
“O aumento da temperatura m�dia da Terra est� causando o degelo das �reas polares, o que pode liberar microrganismos presos no gelo h� milhares de anos nas �guas e solos, cuja intera��o com o ser humano � desconhecida.” 

IMPACTOS Mudar de caminho, j� n�o � poss�vel, na vis�o do bi�logo. O impacto das mudan�as clim�ticas sobre a sociedade � uma realidade incontorn�vel. “Chegamos, infelizmente, em um ponto sem retorno. O que resta � minimizar ao m�ximo os preju�zos, reduzindo a emiss�o de gases estufa e o desmatamento, recuperando �reas impactadas para tentarmos, de alguma forma, reduzir o consumo desenfreado de recursos. N�o � f�cil, passa por quest�es pol�ticas, econ�micas e, principalmente, culturais. � preciso tornar o modo de vida mais sustent�vel, descobrir e utilizar novas fontes de energia, substituir as formas de consumo por alternativas menos impactantes. � uma li��o de casa para esta e para as pr�ximas gera��es”. 


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