
Polui��o alimentar? Termo estranho, n�o �? Mas ela est� presente a partir dos processos aplicados na agricultura e em toda a cadeia produtiva. Exposi��o a pesticidas, uso excessivo de fertilizantes e avalanche de agrot�xicos tornam a alimenta��o saud�vel imposs�vel. A sustentabilidade alimentar � um modelo contra a polui��o, j� que n�o s� promove a sa�de, previne doen�as, como carrega a preocupa��o ambiental e social.
Estudos mostram que a maior parte da polui��o gerada pela agricultura vem da am�nia, usada para fabricar fertilizantes. O Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento tinha liberado, at� mar�o deste ano, 1.629 agrot�xicos. Venenos que n�o s� s�o um risco para os alimentos, quanto para o solo e a �gua. Ou seja, a polui��o do ambiente tamb�m afeta a sa�de de todos a partir do que se tem no prato.
O endocrinologista Frederico Rodrigues Anselmo, do Hospital Vila da Serra, alerta que o uso indiscriminado de agrot�xicos agr�colas � realmente um problema, j� que envolve subst�ncias extremamente t�xicas e com um risco real de causar danos � sa�de.
“Segundo dados do Sistema Nacional de Informa��es T�xico-farmacol�gicas (Sinitox), a letalidade das intoxica��es agudas por agrot�xicos chega a ser tr�s vezes maior quando comparada a intoxica��es por medicamentos, principal causa, em n�mero e casos, de intoxica��o ex�gena no Brasil.”
ORG�NICOS A polui��o ambiental, de acordo com o especialista, n�o s� a causada por agrot�xicos, tem o potencial de afetar diretamente o alimento a que todos t�m acesso diariamente. “Os produtos classificados como org�nicos s�o, certamente, uma forma de reduzir a exposi��o a subst�ncias t�xicas. Entretanto, t�m custo mais elevado e, eventualmente, n�o est�o dispon�veis em todos os locais”, comenta.
Frederico Anselmo esclarece que a redu��o no uso de agrot�xicos na produ��o de alimentos agr�colas depende de v�rios fatores, entre eles o avan�o cient�fico, com novas t�cnicas de cultivo que demandem menor uso dessas subst�ncias e do incentivo governamental � produ��o dos alimentos org�nicos, “favorecendo uma maior distribui��o, atrelada a um menor custo e a pol�ticas governamentais mais r�gidas no que tange � importa��o e ao uso dos agrot�xicos com maior potencial t�xico”.
RINS E F�GADO A intoxica��o cr�nica da popula��o por agrot�xicos de uso agr�cola, lembra o endocrinologista, pode causar les�o no c�rebro, no sistema nervoso perif�rico, f�gado e rins. “O mau acondicionamento de alguns gr�os, como o amendoim, pode desencadear a contamina��o por fungos, dos quais as toxinas produzidas podem levar a danos hep�ticos irrevers�veis. A utiliza��o de produtos artesanais, que eventualmente n�o passem por um adequado processo de pasteuriza��o, pode causar o botulismo, uma doen�a neuroparal�tica extremamente grave.”
O endocrinologista faz uma ressalva nessa discuss�o: “Acredito que o alimento n�o deve ser considerado um vil�o para o meio ambiente. O que tem o poder de se tornar vil�o � a forma como produzimos os alimentos. Com o crescimento da popula��o mundial, a demanda por comida aumenta progressivamente. Dessa forma, novas t�cnicas de produ��o se fazem necess�rias, a fim de prover alimentos a todos.
Ele atribui ao emprego de conhecimentos cient�ficos o aprimoramento e surgimento de t�cnicas de produ��o que sejam menos agressivas ao meio ambiente e ao ser humano. “� o caminho que devemos trilhar para amenizar ou at� mesmo impedir o impacto sobre o meio ambiente.”
� preciso saber...
A pandemia da COVID-19 acrescentou mais urg�ncia � necessidade de se afastar dos combust�veis f�sseis, com pesquisas mostrando que a exposi��o � polui��o do ar aumentou as mortes por COVID-19 em 15% em todo o mundo

A Universidade de Harvard revelou que a polui��o do ar por combust�veis f�sseis mata muito mais pessoas do que se pensava anteriormente, colocando o total de mortes em um espantoso 8,7 milh�es s� em 2018. Anteriormente, a OMS tinha divulgado relat�rio apontando que cerca de 7 milh�es de pessoas morriam, por ano, em decorr�ncia da polui��o do ar, principalmente por doen�as n�o transmiss�veis
A Norma Brasileira (NBR) 10151:2019, da Associa��o Brasileira de Normas T�cnicas (ABNT), estabelece que a emiss�o de ru�dos em zonas residenciais n�o deve ultrapassar os 55 decib�is (dB) no per�odo diurno (entre as 7h e as 20h) e 50dB no per�odo noturno (das 20h �s 7h)
A polui��o sonora � determinada pelo artigo 54 da Lei 9.605/1998, tamb�m chamada de Lei de Crimes Ambientais. Essa lei compreende polui��o de qualquer natureza e que possa causar danos � sa�de humana ou a de animais, al�m de destrui��o da flora