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Estado de Minas NEUROLOGIA

5 mitos sobre a esclerose m�ltipla

Falta de informa��o sobre a doen�a dificulta o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes


05/09/2022 09:32 - atualizado 07/09/2022 13:11
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Ilustração de um cérebro
A causa da esclerose m�ltipla � desconhecida, por�m sabe-se que h� uma intera��o entre fatores gen�ticos e ambientais (foto: Pixabay)

Ser diagnosticado com uma doen�a, seja ela qual for, nunca � algo f�cil de lidar. S�o tantas d�vidas, medos e incertezas que muitos pacientes acabam interpretando de forma err�nea um diagn�stico como o da esclerose m�ltipla.

Embora tenha em seu nome a palavra "esclerose", a doen�a est� al�m desse significado. A EM n�o � dem�ncia e nem uma doen�a de idosos. Ela � autoimune e afeta em sua maioria pacientes jovens, de 20 a 40 anos, principalmente mulheres. Estima-se que existam mais de 40 mil brasileiros com esse diagn�stico, um n�mero ainda subestimado.
 

Existem tr�s tipos de manifesta��o da doen�a: remitente-recorrente, primariamente progressiva e secundariamente progressiva. Muitas pessoas demoram a procurar um especialista para diagnosticar a doen�a, j� que em muitos casos, os sintomas se confundem com outros problemas de sa�de. Al�m disso, como em cerca de 85% dos casos, se inicia na forma de surtos, muitos acabam deixando de lado a investiga��o ap�s o surto.

A causa da esclerose m�ltipla ï¿½ desconhecida, por�m sabe-se que h� uma intera��o entre fatores gen�ticos e ambientais (como valores baixos de vitamina D, infec��o pelo v�rus Epstein-Barr, tabagismo e obesidade). Os locais afetados pela doen�a s�o o c�rebro, a medula espinhal e o nervo �ptico. 

Existem dois mecanismos que explicam o funcionamento da doen�a. Um � o inflamat�rio/desmielinizante (les�es inflamat�rias e perda da bainha de mielina - um material adiposo que reveste nossos neur�nios, o que afeta a condu��o normal de mensagens el�tricas) e o outro � degenerativo (perda da pr�pria "fibra nervosa" ou ax�nio, que � o prolongamento do neur�nio, ou mesmo do pr�prio neur�nio como um todo).

Existem diversas d�vidas sobre os ind�cios da doen�a em uma pessoa e muitos mitos que permeiam os rec�m-diagnosticados. De acordo com o neurologista Mateus Boaventura, especialista em esclerose m�ltipla, as principais perguntas s�o sobre invalidez, tempo de vida, dificuldades para ter filhos, hereditariedade, entre outras. Por essa raz�o, ele enumera as principais d�vidas acerca da doen�a:

Vou ficar inv�lida?


N�o. O paciente pode ter uma vida totalmente ativa e produtiva, mesmo com esclerose m�ltipla. A doen�a n�o � atestado de �bito ou de invalidez. Embora n�o possua cura, a doen�a tem tratamento e controle para ser silenciada. Pelo fato de se manifestar por meio de surtos, � poss�vel que algumas sequelas oriundas do surto permane�am, como problemas de for�a ou vis�o. Por isso � extremamente importante procurar um especialista no primeiro sinal da doen�a, controlar e tratar.  � completamente poss�vel viver com qualidade de vida e com a doen�a controlada.

Vou morrer cedo?


Felizmente, quando tratado precocemente e corretamente, a expectativa de vida n�o � t�o diferente da popula��o geral. Outro conceito � que "n�o se morre pela doen�a em si". A esclerose afeta o sistema nervoso central. As fibras nervosas das c�lulas do sistema nervoso est�o revestidas por uma bainha chamada mielina, que estimula a comunica��o entre o c�rebro e corpo.  A esclerose m�ltipla  destr�i a mielina , prejudicando essa comunica��o. A doen�a causa um processo inflamat�rio respons�vel pelos surtos,  lesionando as pr�prias c�lulas nervosas, por�m, nenhuma das sequelas tem efeito degenerativo ou compromete o funcionamento de algum �rg�o vital. O que pode ocorrer em pacientes com grandes sequelas e sem mobilidade, s�o maiores chances de outras doen�as como infec��es e trombose.

N�o vou poder ter filhos?


A esclerose m�ltipla n�o afeta a fertilidade. Quando bem planejada e em momentos de controle da doen�a � completamente poss�vel ter filhos. O Dr Mateus Boaventura relata que teve v�rios casos de gravidez e conversa sobre este desejo desde a primeira consulta, estimulando que as pacientes concretizem o sonho de ser m�e.

Meus familiares v�o ter tamb�m?


EM n�o � uma doen�a heredit�ria. O que se sabe � que existe um grau de predisposi��o gen�tica. Cerca de 2 a 5% dos filhos de pacientes com EM podem desenvolver a doen�a. Ainda n�o se sabem as causas exatas do surgimento da doen�a, por�m alguns estudos apontam que existem mais de 200 genes envolvidos no surgimento da doen�a. Entretanto, n�o existe um �nico gene suficiente e diretamente respons�vel pelo desenvolvimento da EM. O que se sabe � que um caso de EM na fam�lia pode aumentar a probabilidade de uma nova gera��o desenvolver a doen�a, posto que o fator gen�tico � um entre tantas causas do surgimento da doen�a. 

Homens n�o t�m esclerose m�ltipla


Mito. Cerca de 30% dos diagn�sticos s�o no sexo masculino. Muitos estudos epidemiol�gicos sugerem que a doen�a possa ser mais agressiva em homens, podendo evoluir mais frequentemente para formas progressivas. N�o se sabe ao certo o porqu�, mas fatores gen�ticos, hormonais, imunol�gicos e de propor��o de tecido adiposo corporal poderiam explicar estas diferen�as.

Esses fatores levariam a uma maior preval�ncia em mulheres (por exemplo, influ�ncia hormonal em receptores e sinalizadores do sistema imunol�gico, promovendo autoimunidade), mas por outro poderiam levar a um pior progn�stico em homens (uma das teorias � que os n�veis de estr�geno seriam protetores para a prote��o neuronal, j� ap�s uma agress�o).

� poss�vel sim, viver uma vida com sa�de e longevidade com a esclerose m�ltipla. Por�m, para isso � extremamente importante o diagn�stico precoce e um tratamento adequado. Dessa forma e com o que se sabe, � importante ficar atento com sintomas neurol�gicos novos em pessoas jovens, e que persistem por mais de 24 horas. O ideal �, al�m de procurar por m�dicos generalistas, visitar o neurologista para relatar todos os sintomas. Afinal, o diagn�stico e tratamento precoces ser�o decisivos na evolu��o da doen�a.


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