Um estudo feito pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, aponta que mulheres vegetarianas t�m 33% mais chance de quebrar o quadril quando comparadas a mulheres que comem carne regularmente.
Segundo o trabalho, fatores que podem justificar a ocorr�ncia s�o o IMC (�ndice de massa corporal), que � frequentemente mais baixo em pessoas que n�o comem carne, e o menor consumo de nutrientes importantes para a sa�de dos ossos.
A amostra do estudo, publicado neste m�s na revista BMC Medicine, contou com mais de 20 mil mulheres, que foram acompanhadas por cerca de duas d�cadas. Nesse per�odo, os 822 casos de fratura no quadril contabilizados no grupo foram estatisticamente mais expressivos entre aquelas que n�o consumiam carne.
Segundo Vitor Magalh�es, ortopedista especialista em quadril e membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), a baixa massa corporal � comumente um dos fatores que podem influenciar a ocorr�ncia de fratura.
"A massa corporal maior do paciente � um fator de prote��o durante uma queda, porque acaba ajudando a amortecer o impacto. J� a massa muscular diminu�da enfraquece a musculatura, o que pode levar a desequil�brios e a quedas mais frequentes", diz.
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Ainda assim, o especialista alerta que a osteoporose, condi��o que deixa os ossos fr�geis e, portanto, mais sujeitos a rupturas, � multifatorial e n�o se relaciona apenas com o peso corporal ou a dieta. Hist�rico familiar, consumo excessivo de �lcool ou cigarro, assim como a falta de exerc�cio f�sico podem influenciar o desenvolvimento da doen�a.
Outro fator que interfere na maior probabilidade de quebra do quadril, segundo o m�dico, � o envelhecimento. Magalh�es explica que, com o passar dos anos, os ossos ficam cada vez mais fracos e sem flexibilidade.
"A gente troca cerca de 10% da nossa massa �ssea por ano. Esse processo acontece de forma constante", explica. "Com o passar dos anos, essa troca do esqueleto �sseo vai diminuindo e ele vai ficando fragilizado, poroso e menos flex�vel. Por isso, acaba quebrando com mais facilidade. � algo progressivo".
No estudo da Universidade de Leeds, as participantes tinham entre 35 e 69 anos. O fato de todas serem mulheres e majoritariamente brancas foi uma das limita��es apontadas pelos pesquisadores envolvidos, que refor�aram a import�ncia de que outros trabalhos levem em considera��o o p�blico masculino e indiv�duos de outras etnias.
O ortopedista afirma que a osteoporose � mais comum em mulheres devido a fatores hormonais. Ap�s a menopausa h� uma diminui��o na taxa de horm�nios, o que contribui para a diminui��o da massa �ssea.
Quanto ao consumo de nutrientes bons para a sa�de �ssea, apontado pelo estudo como poss�vel fator que explica a diferen�a na probabilidade de quebra do quadril entre vegetarianas e mulheres que comiam carne regularmente, a nutricionista funcional vegetariana Shila Minari aponta que � importante estar atento � ingest�o adequada de c�lcio, magn�sio, ferro e vitaminas C, D e B12.
"Mesmo que a gente entenda que uma dieta vegetariana possa aumentar o risco de fraturas, ainda assim, j� est� muito bem estabelecido que esse � um tipo de alimenta��o que contribui para o menor risco de c�ncer, de diabetes e de doen�a cardiovascular", diz Minari. "Al�m disso, melhora a longevidade e ajuda a manter um IMC dentro da normalidade. A gente s� precisa ter uma aten��o para esse potencial risco aumentado", afirma.
Segundo a nutricionista, o ideal � comer muitos vegetais, leguminosas e castanhas, com uma dieta diversificada e rica em c�lcio. "Pessoas que adotam dietas vegetarianas, principalmente dietas restritas ou veganas, precisam ter uma preocupa��o maior com rela��o � vitamina B12. A defici�ncia dela aumenta a produ��o de uma subst�ncia que a gente n�o metaboliza, chamada homociste�na, que piora a sa�de �ssea".
Neste caso, Minari indica a suplementa��o, desde que feita com acompanhamento m�dico. A profissional tamb�m ressalta a import�ncia da realiza��o de exerc�cios f�sicos e da exposi��o adequada ao sol.
Os autores do estudo apontam que o resultado corroborou as descobertas de dois outros trabalhos similares, um feito tamb�m no Reino Unido e outro nos Estados Unidos, que tamb�m indicaram o maior risco em vegetarianas.