Especialidade m�dica vem ganhando espa�o no mercado, principalmente devido � preocupa��o de atletas e praticantes de atividades f�sicas com a sa�de
Cada vez mais, a preven��o e a busca pela qualidade de vida t�m sido uma t�nica entre atletas e praticantes de atividade f�sica. Por isso, a ortopedia do esporte, tamb�m chamada de medicina do exerc�cio e do esporte, � um campo da medicina que se vem destacando no mercado.
“O m�dico do esporte est� indicado tanto para quem pretende come�ar ou reiniciar o exerc�cio f�sico quanto para aqueles que j� praticam esportes em algum n�vel e precisam de aten��o para tratar de alguma condi��o relacionada ao exerc�cio ou alguma les�o causada por traumatismos, ou ainda outras condi��es decorrentes da pr�tica do esporte”, esclarece Marcos Cenni, m�dico do esporte e coordenador do grupo de cirurgia do joelho da Rede Mater Dei.
De acordo com o m�dico, esse segmento multidisciplinar da medicina, que visa prevenir e cuidar de todas as condi��es relacionadas ao atleta ou a qualquer praticante f�sico, est� diretamente ligado � qualidade de vida. Isso porque o exerc�cio traz muitos benef�cios, por�m sua execu��o requer muita aten��o, cuidado e preparo com o corpo.
Como escolher o exerc�cio f�sico ideal? Cenni explica que a escolha do exerc�cio vai depender do objetivo a ser atingido pelo paciente. “Por exemplo, indiv�duos que querem perder peso, v�o focar mais nos aer�bicos de maior dura��o. J� os que buscam uma quest�o mais est�tica e de defini��o, os exerc�cios mais indicados ser�o os de for�a e muscula��o. Ou seja, para cada objetivo n�s temos uma atividade f�sica diferente para auxiliar o paciente”, esclarece o especialista.
Al�m disso, o ortopedista ressalta que, antes de indicar um exerc�cio, o profissional deve avaliar a faixa et�ria e as condi��es f�sicas do paciente, para escolher a atividade mais adequada e segura para o momento. “Pacientes que v�m de um longo per�odo de sedentarismo devem evitar os exerc�cios de maior impacto, para preven��o de les�es. Por outro lado, atletas que j� est�o bem condicionados podem praticar exerc�cios de maior demanda e intensidade.”
Ruptura do ligamento � frequente em atletas
Marcos Cenni, m�dico do esporte, diz que a medicina do esporte est� diretamente ligada � qualidade de vida
Rede Mater Dei/Divulga��o
O m�dico destaca que os tipos de les�es e procedimentos a serem realizados tamb�m est�o relacionados ao tipo de esporte praticado. � comum, por exemplo, um atleta de futebol sofrer uma ruptura do ligamento cruzado anterior no joelho, o LCA. Normalmente, a ruptura acontece com um movimento de tor��o sobre o joelho, gerando uma for�a al�m da capacidade do ligamento.
Situa��es como dribles, frenagens bruscas ou corridas r�pidas com mudan�a de dire��o colocam em risco o LCA e s�o frequentes em esportes como o futebol e o basquete. Al�m da dor, um dos principais motivos de alarde sobre essa les�o � que, diferentemente da maioria dos procedimentos n�o invasivos da ortopedia do esporte, o tratamento � feito com cirurgia e o tempo de recupera��o � longo – de 6 a 12 meses, em m�dia.
CIRURGIA
O corpo pode at� tentar cicatrizar o ligamento, por�m isso pode n�o ocorrer da maneira adequada, trazendo implica��es negativas para a qualidade de vida do paciente, como dor, instabilidade e dificuldade para voltar a se exercitar. Por isso, nesses casos, a cirurgia � o mais recomendado pelos profissionais.
Ap�s o procedimento, a recomenda��o nas semanas seguintes � que o paciente ande com o aux�lio de muletas, permane�a em repouso e retome progressivamente as atividades di�rias que n�o requerem esfor�o f�sico.
O empres�rio Lucas Lemos, de 37 anos, diz que pratica esporte “desde que se entende por gente”, mas que nunca teve preocupa��o em procurar um acompanhamento profissional. “A gente tem aquele pensamento de que nada vai nos acontecer, at� que acontece! Sempre joguei basquete e nunca tive nada grave, no m�ximo uma tor��o, mas um dia rompi o ligamento cruzado e precisei buscar um especialista. Foi a� que encontrei o Marcos Cenni, por recomenda��o de outros atletas que operaram com ele”, explica.
A orienta��o do m�dico foi aguardar um m�s para o joelho desinchar e fazer fisioterapia para ajudar no processo. “Depois desses 30 dias, a gente fez a cirurgia e eu passei a fazer acompanhamento com ele a cada dois meses. Tamb�m comecei uma fisioterapia voltada para a reabilita��o, e em seguida um trabalho com um personal trainer para ganho de for�a na perna lesionada. Foi um trabalho de equipe”, declara o empres�rio.
Segundo o ortopedista, t�o importante quanto o procedimento em si, est� a reabilita��o p�s-cir�rgica ou a reabilita��o de uma les�o ap�s o tratamento. “A reabilita��o deve ser feita com a assist�ncia de um fisioterapeuta do esporte, e � t�o importante quanto o tratamento ortop�dico em si. Uma boa reabilita��o est� muito relacionada com o resultado.”
O tratamento de Lucas durou cerca de 12 meses e o atleta pretende continuar fazendo o acompanhamento m�dico: “� muito importante manter esse acompanhamento porque ele previne les�es e n�o tem necessidade de fazer um tratamento invasivo. Ap�s minha experi�ncia, o aprendizado que fica � praticar esportes adequados � minha idade e ao meu corpo”.
O empres�rio Lucas Lemos diz que pratica esporte "desde que se entende por gente", mas nunca teve preocupa��o em procurar um acompanhamento profissional
Arquivo Pessoal
O empres�rio mudou do basquete para a muscula��o e agora se exercita praticamente todos os dias da semana. “Meu conselho � fazer tudo com calma, porque no esporte a evolu��o � lenta, ent�o � preciso ter ritmo, rotina, repeti��o e disciplina para ter algum ganho e ser ben�fico para o atleta”, comenta Lemos.
Atividade f�sica � sa�de, mas praticada sem alguns cuidados indispens�veis pode provocar les�es e at� problemas card�acos, inclusive a morte s�bita. Por isso, Cenni refor�a a import�ncia da multidisciplinariedade da medicina do esporte. “Na avalia��o pr�-participativa, outro fator important�ssimo � a cardiologia. � o especialista em cora��o quem vai definir os riscos do paciente se expor a certos exerc�cios e identificar condi��es potencialmente perigosas.”
* Estagi�ria sob supervis�o da editora Ellen Cristie
Alongamento � importante, mas tamb�m requer aten��o
Os alongamentos s�o pr�ticas reco- omendadas para manter a sa�de f�sica e mental. Por�m, se n�o realizados de maneira adequada, o que era para tra- zer benef�cios pode acabar gerando preju�zos para o quadril. “Existem circunst�ncias em que o alongamento pode agredir significativamente as arti- cula��es”, afirma o m�dico ortopedista especialista em tratamentos do qua- dril, David Gusm�o.
De acordo com o m�dico, para rea- lizar um alongamento deve-se consi- derar primeiramente m�sculos e ten- d�es e, em um n�vel secund�rio, pode-se alongar a c�psula articular de uma articula��o.
“Existem pessoas que foram rotuladas como sendo muito ‘duras’. Isso � um r�tulo muito errado, pois existem pessoas que, por conta do formato de uma articula��o, n�o conseguem rea- lizar determinado movimento”, explica.
O conhecido alongamento de puxar o joelho contra o tronco e levar o joelho para o lado oposto ou o alongamento do tipo “borboleta” s�o bons exemplos de exerc�cios que podem ser prejudiciais ao quadril se n�o realizados de modo adequado e respeitando as limita��es de cada corpo. “Se voc� notar que h� um bloqueio na articula��o, n�o force antes de fazer uma avalia��o. For�ar pode causar danos articulares na cartilagem de forma irrevers�vel, principalmente quando h� diferen�a de capacidade de alongamento de um quadril para o ou- tro”, alerta o especialista.
O ortopedista chama a aten��o tamb�m para a repeti��o de les�es a longo prazo (recidivas), gerando situa��es que s� poder�o ser corrigidas por meio de interven��o cir�rgica.
Pessoas com hipermobilidade ou frouxid�o ligamentar est�o no grupo de risco para problemas articulares no qua- dril. “Quando a pessoa nem sente a musculatura alongar, se come�ar a fazer alongamentos excessivos ela vai al�m do limite da articula��o. Ent�o, mesmo tendo uma articula��o de formato normal, ela pode estar machucando o qua- dril, pois a amplitude do movimento est� sendo exigida al�m da capacidade fisiol�gica da articula��o”, explica David Gusm�o.
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