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Estado de Minas COVID-19

Pandemia faz expectativa de vida global cair ao n�vel da 2� Guerra Mundial

O �ndice foi o menor registrado nos �ltimos 70 anos, em estudo com 31 pa�ses. Mas h� boas not�cias: vacina��o conseguiu reverter essa tend�ncia


18/10/2022 10:19

Homem perto do leito de paciente em hospital
(foto: AFP)

Desde a Segunda Guerra Mundial, a expectativa de vida no globo n�o havia sido t�o baixa quanto a estimada em 2020, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (17/10) na revista Nature Human Behavior. Com dados de 29 pa�ses da Europa, al�m do Chile e dos Estados Unidos, o artigo reflete a mortalidade causada pela pandemia de COVID-19, mas tamb�m indica que as interven��es de pol�ticas de sa�de, como a vacina��o, conseguiram reverter esse �ndice. Isso porque os deficits come�aram a sofrer redu��o em 2021 em na��es com alto �ndice de imuniza��o.

Tanto os autores quanto especialistas independentes destacam, por�m, que a expectativa de vida n�o � a previs�o de quanto tempo um indiv�duo viver�. Em vez disso, ela fornece um instant�neo das condi��es atuais de mortalidade, por isso est� totalmente associada � realidade daquele momento.

No caso do estudo, o �ndice indica a m�dia de idade que uma pessoa nascida em 2020 e 2021 viveria, se a pandemia continuasse a matar tanto quanto naqueles anos. No lugar de apontar uma tend�ncia demogr�fica, a expectativa de vida reflete o impacto do Sars-CoV-2 e permite comparar como diferentes pa�ses foram afetados. Como n�o se morreu s� de COVID-19 no per�odo estudado, outros fatores associados � mortalidade, como doen�as cr�nicas e baixo �ndice de desenvolvimento humano, precisam ser considerados.

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O estudo, do Centro de Ci�ncia Demogr�fica Leverhulme da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Pesquisa Demogr�fica Max Planck, na Alemanha, mostrou que "a COVID-19 levou a mudan�as globais de mortalidade sem precedentes nos �ltimos 70 anos". Os dados fornecidos pelos 31 pa�ses indicam que naqueles com propor��es mais altas de pessoas totalmente vacinadas, os d�ficits de expectativa de vida foram menores.

Divis�o

De acordo com o artigo, "uma clara divis�o geogr�fica apareceu em 2021". Os pesquisadores descobriram que a maioria dos pa�ses da Europa Ocidental conseguiu recuperar os �ndices anteriores, totalmente (como Su�cia, Su��a, B�lgica e Fran�a) ou parcialmente (Pa�s de Gales, Inglaterra e Espanha, entre outros). J� nos Estados Unidos, no Chile e no Leste Europeu, a pandemia acentuou perdas que vinham sendo registradas nos per�odos pr�-coronav�rus em pessoas de meia idade. No bloco europeu, "a escala das perdas de expectativa de vida durante a pandemia foi semelhante �s vistas pela �ltima vez, na ocasi�o do desmembramento da ex-Uni�o Sovi�tica".

Segundo o estudo, a discrep�ncia na expectativa de vida entre leste e oeste da Europa foi maior em pa�ses que j� tinham n�veis mais baixos pr�-pandemia. Dos estudados, a Bulg�ria foi o mais atingido, com uma queda de quase 43 meses em dois anos de coronav�rus. "Bulg�ria, Chile, Cro�cia, Rep�blica Tcheca, Est�nia, Alemanha, Gr�cia, Hungria, Litu�nia, Pol�nia e Eslov�quia sofreram deficits de expectativa de vida substancialmente mais altos em 2021 em compara��o com 2020, indicando um agravamento da carga de mortalidade ao longo da pandemia", diz o artigo.

Brasil

Embora o Brasil n�o tenha entrado nessa an�lise, um estudo anterior, publicado na revista Nature Medicine, em junho do ano passado, apontou um decl�nio de 1,3 ano em 2020, "n�vel de mortalidade n�o visto desde 2014", de acordo com o artigo, assinado por pesquisadores dos Estados Unidos e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre os estados, o mais afetado foi o Amazonas, que perdeu 60,4% das melhorias registradas desde 2000.

Para um dos coautores do estudo divulgado, � poss�vel que o pa�s, assim como o M�xico, continue a sofrer os impactos demogr�ficos da pandemia, por mais tempo. "Em 2020, as perdas na expectativa de vida sofridas no Brasil e no M�xico excederam as experimentadas nos Estados Unidos. Ent�o, � prov�vel que ambos continuem sofrendo impactos de mortalidade em 2021 - mesmo, potencialmente, excedendo os 43 meses que estimamos para a Bulg�ria", diz Jos� Manuel Aburto, dem�grafo do Instituto Max Planck e da Universidade de Oxford.

De acordo com Diego Ramiro, do Instituto de Economia, Estat�stica e Demografia do Conselho de Superior de Investiga��o Cient�fica da Espanha, nos EUA, "os pesquisadores mostram como a pandemia acentuou as perdas na expectativa de vida que j� apareciam em per�odos pr�-pandemia em pessoas de meia idade". A interpreta��o seria a continua��o e a piora de uma situa��o existente. "Em 2020, a maior parte do excesso de mortes n�o-COVID-19 em homens nos EUA foi devido a causas externas (principalmente devido a overdoses de drogas e homic�dio), quase 80% das quais ocorreram em idade produtiva", afirmou Ramiro, em um comunicado.


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