Expectativa de vida reduz em dois anos diante da polui��o do ar

A polui��o atmosf�rica por part�culas finas est� reduzindo a expectativa de vida em 2,2 anos globalmente, em compara��o com um mundo hipot�tico que atende �s diretrizes internacionais de sa�de, segundo um novo relat�rio da Universidade de Chicago. A exposi��o mundial �s chamadas PM 2,5 — mat�ria com di�metro de 2,5 m�crons ou menos — tem um impacto semelhante ao do tabagismo, mais de tr�s vezes maior do que o uso de �lcool e de �gua insalubre, de acordo com o �ndice de Qualidade de Vida do Ar.

O efeito desse tipo de polui��o na expectativa de vida � seis vezes maior do que o causado por HIV/Aids e 89 vezes mais elevado do que as consequ�ncias de guerras e terrorismo, observaram os pesquisadores.

"Imagine se marcianos viessem � Terra e pulverizassem uma subst�ncia que fizesse com que os habitantes do planeta perdessem mais de dois anos de expectativa de vida. Isso � semelhante � situa��o que prevalece em muitas partes do mundo, exceto que estamos pulverizando a subst�ncia, n�o alguns invasores do espa�o sideral", ilustra Michael Greenstone, cocriador do �ndice e professor de economia do Instituto de Pol�tica Energ�tica da Universidade Chicago.

O PM 2,5 representa uma amea�a t�o grande que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) recentemente diminuiu o que considera um n�vel seguro de exposi��o de 10 microgramas por metro c�bico para 5 microgramas por metro c�bico. Com o novo par�metro, 97,3% da popula��o global passou a estar em um panorama da inseguran�a, de acordo com o relat�rio.

Os piores impactos da exposi��o ao PM 2,5 s�o vis�veis no sul da �sia, onde se concentra mais da metade da carga total de polui��o no mundo. Prev�-se que os moradores da regi�o percam cerca de cinco anos de vida, em m�dia, se os pa�ses mantiverem os altos n�veis de contamina��o atmosf�rica atuais. Desde 2013, cerca de 44% do aumento global na emiss�o de poluentes vieram da �ndia, segundo o estudo.

Assim como no sul da �sia, 99,9% da popula��o do sudeste enfrenta n�veis inseguros de polui��o — com taxas aumentando em um �nico ano em at� um quarto em algumas �reas, descobriram os pesquisadores. Moradores de Mandalay (em Mianmar), Han�i (no Vietn�), e as regi�es de Jacarta, na Indon�sia, que est�o sofrendo os maiores impactos, devem perder, em m�dia, tr�s a quatro anos de suas expectativas de vida. Se a China come�ar a cumprir a diretriz da OMS, os habitantes podem ganhar 2,6 anos, de acordo com o estudo.

 

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Mais de 97% da �frica Central e Ocidental � considerada insegura pelas recentes diretrizes da OMS, com os pesquisadores determinando que os moradores das �reas mais polu�das podem perder at� cinco anos em sua m�dia de vida. Das Am�ricas, o documento s� traz dados referentes aos Estados Unidos. Segundo o �ndice, ao cumprir as orienta��es revisadas da organiza��o, a expectativa de vida norte-americana melhoraria, em m�dia, 2,5 meses, enquanto a dos europeus, 7,3 meses.

Ainda segundo o estudo, 95,5% dos pa�ses do Velho Continente n�o seguem a nova orienta��o sobre material particulado. "A integra��o das novas diretrizes ao �ndice de Qualidade de Vida do Ar fornece uma melhor compreens�o do verdadeiro custo que estamos pagando para respirar ar polu�do", disse a diretora do �ndice, Christa Hasenkopf, em comunicado. "Agora que nossa compreens�o do impacto da polui��o na sa�de humana melhorou, h� um argumento mais forte para os governos prioriz�-la como uma quest�o pol�tica urgente."

Em um estudo publicado no American Journal of Kidney Diseases (AJKD), pesquisadores descobriram que pacientes em hemodi�lise expostos a n�veis mais altos de exposi��o � polui��o do ar t�m mais ataques card�acos e derrames, quando comparados �queles em condi��es ambientais menos insalubres. A pesquisa foi feita nos Estados Unidos e incluiu asi�ticos, popula��o que exibiu maior sensibilidade � contamina��o atmosf�rica ao lado de idosos e pessoas com doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica.