S�ndrome da boca ardente ainda gera um grande ponto de interroga��o entre especialistas
Tumisu/Pixabay
Conhecida desde o s�culo 19, a s�ndrome da boca ardente ainda gera um grande ponto de interroga��o entre especialistas. Sem saber sua causa e com dif�cil diagn�stico, a literatura m�dica aponta as mulheres como a maioria afetada, mas a doen�a pode atingir os dois g�neros, variando de 3,9% a 7% da popula��o em qualquer faixa et�ria, segundo estudos cient�ficos recentes.
N�o h� exames espec�ficos para identificar com clareza a condi��o. Por isso, o diagn�stico precisa ser feito por exclus�o. Quando n�o restam outras possibilidades de doen�as para os sintomas, aponta-se para a s�ndrome.
“� um quadro no qual os pacientes descrevem os sintomas com muita clareza, mas quando partimos para a investiga��o, n�o encontramos nada”, comenta Luis Francisco Duda, otorrinolaringologista do Hospital IPO.
Sintomas incluem dor tipo queima��o na mucosa oral e na l�ngua, altera��o no paladar, gosto mais amargo e met�lico na boca e sensa��o de boca seca.
“� como se a pessoa tivesse comido pimenta. A dor acaba diminuindo com alimentos frios. Em raz�o disso, � comum termos relatos de pacientes que ficam chupando gelo para amenizar a sensa��o”, comenta Duda, acrescentando que a dor dura mais de quatro meses, n�o � intensa e costuma aumentar no decorrer do dia, piorando com alimentos condimentados e quentes.
Mesmo com poucas informa��es a respeito da doen�a, a s�ndrome da boca ardente tende a afetar mais mulheres entre 55 e 60 anos, no per�odo p�s-menopausa. Segundo o otorrinolaringologista do IPO, h� suspeitas de que as altera��es hormonais nesse per�odo da vida possam ter rela��o com o surgimento da ard�ncia bucal.
O especialista tamb�m aponta que neuropatias e fatores psicol�gicos costumam estar presentes quando o diagn�stico da s�ndrome � confirmado. “H� muitos casos nos quais � relatado um quadro de ansiedade ou depress�o, mas n�o temos como saber se s�o essas quest�es psicol�gicas que geram a ard�ncia ou se � o contr�rio”, afirma o m�dico.
Tratamento da s�ndrome
Para definir um tratamento, � preciso classificar a s�ndrome da boca ardente, sendo ela prim�ria – a que n�o tem causa ou motivo definido e exige diagn�stico de exclus�o – ou secund�ria – oriunda de outra doen�a, como doen�a de Parkinson, s�ndrome de Sj�gren, diabetes, hipotireoidismo ou at� mesmo por conta de defici�ncia de vitamina B12.
Para o tratamento, � necess�rio o acompanhamento de especialistas, como otorrinolaringologistas ou estomatologistas, especialistas no diagn�stico das doen�as da boca.
Dessa forma, afirma Duda, � poss�vel analisar o perfil do paciente para estipular os pr�ximos passos, visto que n�o existe um �nico medicamento para curar o quadro, podendo ser indicados de antidepressivos e ansiol�ticos a antioxidantes, passando por fitoter�picos e at� mesmo psicoterapia. Aqui, vale uma das principais m�ximas da Medicina: “cada caso � um caso”.
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