
Gabriel come�ou a plantar pimentas por pura curiosidade. Tinha interesse em entender melhor sobre um universo que tanto o fascinava. “Comecei a reparar que o mundo das pimentas era pouco compreendido e as pessoas precisavam saber o que estavam comendo”, destaca o economista, que trabalhava no mercado financeiro.
Em suas pesquisas, ele chegou a entrar em contato com o pesquisador de pimentas de uma universidade do Novo M�xico, nos Estados Unidos.
Logo, o s�tio da fam�lia em Itabirito virou uma f�brica de molhos. “Um dia cismei de fazer uma pasta de pimenta com a trinidad scorpion, de Trinidad e Tobago, que era a segunda mais forte do mundo, e aquilo me chamou a aten��o como neg�cio”, conta.
As pimentas s�o cultivadas por pequenos produtores do entorno. Gabriel preferiu se concentrar na produ��o dos molhos, mas queria que as planta��es estivessem bem pr�ximas. Assim, poderia garantir o controle de qualidade (mantendo o padr�o de cor, sabor e pic�ncia) e a rastreabilidade.

No in�cio da pandemia, ele criou o programa +Pimenta, com o objetivo de desenvolver o plantio de variedades pouco exploradas e criar uma rede de fornecedores. Os agricultores recebem mudas de sementes originais para cultivar em suas propriedades e se tornam parceiros da empresa.
O investimento no campo se transforma em sabor nos molhos. Isso porque Gabriel utiliza as pimentas in natura e adiciona apenas um pouco de alho, cebola, sal e a��car nas receitas. Quer que elas sejam notadas, mas sem causar inc�modo.
“Pimenta n�o � s� a que mais arde. Queremos mostrar que ela complementa uma receita, adiciona sabor, destaca a comida e pode se encaixar em todo tipo de prato”, aponta o economista, que come os molhos at� no caf� da manh�.
No momento, a marca trabalha com tr�s variedades de pimenta. Entre elas, est� a mexicana jalape�o, a mais consumida no mundo. Apesar da fama, n�o � das mais picantes. Gabriel utiliza a pimenta vermelha, j� madura, para que consiga um sabor mais frutado. Vers�til, o molho Jalape�o combina com tudo, desde hamb�rguer, torresmo e coxinha a carnes ex�ticas.
Sabor defumado
A mesma pimenta passa por um processo de defuma��o para dar origem ao Chipotle. “Essa era a forma como maias e astecas conservavam a pimenta depois da safra”, informa. Depois de ficar por mais de 10h em contato com serragem de madeira n�o tratada (geralmente eucalipto), a jalape�o se desidrata e ganha um sabor concentrado de churrasco.
Picante mesmo � o molho com o sugestivo nome C�o chupando manga, feito com a pimenta indiana bhut jolokia. Atualmente a terceira mais forte do mundo, ela inaugurou a categoria das pimentas nucleares, acima de 1 milh�o na Escala de Scoville, criada por um cientista ingl�s para medir o n�vel de pic�ncia das variedades. Para voc� ter uma ideia, � 10 vezes mais picante que a malagueta.
N�o subestime este molho. Ao primeiro contato, pode parecer fraco, mas a bhut jolokia cria um efeito que a fez ser chamada de ghost pepper. “Ela n�o arde na hora, mas, depois que voc� engole, vai crescendo e leva de 8 a 10 segundos para explodir na boca”, explica. Indica-se comer o C�o chupando manga com feijoada, canjiquinha e outras comidas mais caldosas.
A empresa tamb�m trouxe para o Brasil a pimenta carolina reaper, que est� no topo da lista das mais fortes do mundo. Origin�ria da Carolina do Sul, veio diretamente do norte-americano que a criou em laborat�rio, cruzando a indiana bhut jolokia com a mexicana habanero. O plano de Gabriel � lan�ar, em breve, a carolina reaper desidratada para que o cliente possa preparar sua pr�pria conserva.
Futuramente, ele pensa em explorar pimentas brasileiras diferentes das que temos no dia a dia, entre elas bode e murupi (de origem amaz�nica, � a mais forte do pa�s).
Servi�o
La Pimentaria(31) 99110-566
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