
O empres�rio Roberto Justus, de 67 anos, acaba de revelar que far� quimioterapia por conta de um tumor maligno na bexiga. Em post no Instagram neste domingo (6/11) ele falou sobre o diagn�stico do c�ncer depois de realizar exames de rotina. A doen�a tamb�m acomete o apresentador Celso Portiolli, que descobriu o problema na bexiga em 2021 e, tamb�m no �ltimo fim de semana, veio a p�blico declarar, a seus seguidores, que n�o participaria do Teleton por causa de uma inflama��o no �rg�o, causada pelo tratamento a que vem sendo submetido contra o c�ncer.
O c�ncer de bexiga � o segundo tumor urol�gico mais comum, atr�s apenas do c�ncer de pr�stata. E n�o � uma doen�a rara. Pelo contr�rio. Esse � um problema vivenciado por muitos brasileiros. O n�mero de diagn�sticos de c�ncer de bexiga em 2022 deve ultrapassar os 10 mil, sendo 7.590 homens e 3.050 mulheres, segundo estimativas do Instituto Nacional de C�ncer (INCA). Dentre os homens, os tumores de bexiga s�o duas vezes mais comuns nos brancos. No geral, a doen�a � tr�s vezes mais comum em fumantes e acomete, principalmente, pessoas a partir dos 55 anos, com pico de incid�ncia entre os 60 e 70 anos.
Al�m das vari�veis de sexo, idade e etnia, alguns fatores de risco s�o: tabagismo, exposi��o a produtos qu�micos, como aminas arom�ticas, benzidina e beta-naftilamina, utilizados na ind�stria de corantes; determinados produtos qu�micos org�nicos; exposi��o � fuma�a do �leo diesel; uso de alguns medicamentos ou suplementos fitoter�picos, como pioglitazona para diabetes por mais de um ano; uso de suplementos diet�ticos que cont�m �cido aristol�quico; exposi��o a ars�nico; baixo consumo de l�quidos; irrita��es e infec��es cr�nicas (urin�rias, c�lculos nos rins e bexiga). Al�m disso, o hist�rico familiar - pessoas com familiares que tiveram c�ncer de bexiga t�m um risco aumentado para desenvolvimento da doen�a.
"De todos os fatores de risco, o mais preponderante � o tabagismo. Os fumantes t�m tr�s vezes mais riscos de desenvolver c�ncer de bexiga", afirma Vladmir Pinheiro, vice coordenador da Comiss�o de Tumores do Trato Urin�rio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncol�gica (SBCO), uro-oncologista, coordenador de Uro-Oncologia da Santa Casa de Fortaleza e m�dico do Hospital S�o Carlos Rede D'or Cear�.
Sinais de alerta e diagn�stico
Em geral, os sintomas de c�ncer de bexiga s�o inespec�ficos, podendo indicar outras doen�as. Por essa raz�o, � importante que um m�dico seja procurado para ser feita a avalia��o. O sinal mais frente da doen�a � a presen�a de sangue na urina (hemat�ria). Dependendo da quantidade de sangue, a urina pode ter uma cor alaranjada ou vermelha escura ou a cor natural mesmo. Pequenas quantidades de sangue somente s�o identificadas em um exame de urina de rotina.
Nos est�gios iniciais, o c�ncer de bexiga causa pouco sangramento e pouca ou nenhuma dor. Al�m disso, identificar sangue na urina n�o significa ter c�ncer na bexiga. O sangue pode ser causado por outros motivos, como infec��o, tumores benignos, pedras nos rins ou outras doen�as renais benignas. Tamb�m s�o poss�veis sintomas ou sinais de alerta para c�ncer de bexiga: mic��o frequente, maior que a habitual; sensa��o de dor ou queima��o ao urinar; urg�ncia em urinar, mesmo quando a bexiga n�o est� cheia; dificuldade para urinar ou fluxo de urina fraco.
Os diferentes tipos de c�ncer de bexiga
O c�ncer de bexiga � classificado em tr�s tipos: carcinoma de c�lulas de transi��o (representa a maioria dos casos e come�a nas c�lulas do tecido mais interno da bexiga); carcinoma de c�lulas escamosas (afeta as c�lulas delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infec��o ou irrita��o prolongadas) e adenocarcinoma (se inicia nas c�lulas glandulares - de secre��o - que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irrita��o ou inflama��o).
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De acordo com o levantamento SEERS da American Cancer Society, as chances de cura do c�ncer de bexiga na fase mais precoce s�o de 96%. Quando a doen�a est� localizada na bexiga, comprometendo camadas mais profundas ou a camada muscular, e n�o h� sinais de que se espalhou para fora da bexiga, as chances de cura s�o de 69%. Quando o c�ncer se espalhou da bexiga para estruturas pr�ximas ou n�dulos linf�ticos, a taxa cai para 37%. Quando o c�ncer se espalhou para partes distantes do corpo, como pulm�es, f�gado ou ossos (met�stase), as chances de cura ficam abaixo de 10%.
Tratamento
A indica��o do protocolo de tratamento depende do tipo de tumor e a fase em que a doen�a � descoberta. As principais modalidades cir�rgicas s�o:
Ressec��o transuretral da bexiga (RTUP) - usada para c�ncer superficial ou em est�gio inicial. Nele, o tecido canceroso da bexiga � removido pela uretra.
Cistectomia: remo��o parcial ou completa da bexiga. � frequentemente usada em c�ncer de bexiga mais avan�ado. Os g�nglios linf�ticos pr�ximos � bexiga tamb�m s�o removidos. A pr�stata � removida nos homens, e nas mulheres o �tero, os ov�rios, as trompas de fal�pio e muitas vezes uma pequena parte da vagina.
T�cnicas de cirurgia minimamente invasiva, como laparoscopia e procedimentos rob�ticos, tamb�m s�o indicados para alguns pacientes com c�ncer de bexiga.
Outros tratamentos
Al�m da cirurgia, h� a imunoterapia intravesical dentro da bexiga chamado BCG (Bacilo Calmette-Gu�rin). A BCG � um organismo bacteriano, usado para tratar a tuberculose, que � adotado como imunoterapia padr�o para o c�ncer superficial da bexiga. Pode ser administrada diretamente na bexiga por meio de um cateter inserido pela uretra para estimular uma resposta imune dentro da bexiga, evitando uma recorr�ncia da doen�a. Os demais pilares de tratamento de c�ncer de bexiga s�o a quimioterapia e a radioterapia. A quimioterapia desempenha um papel importante no tratamento do c�ncer de bexiga metast�tico.