
Conhecida popularmente como xistose, a esquistossomose continua a desafiar as autoridades em sa�de p�blica, que buscam avan�o nas pesquisas e demandam pol�ticas para controle e elimina��o da doen�a. S� no Brasil, conforme dados do �ltimo Inqu�rito Nacional de Preval�ncia da Esquistossomose e das Geo-helmint�ases, cerca de 1,5 milh�o de pessoas podem estar infectadas com o verme "Schistosoma mansoni".
Minas Gerais est� entre os estados onde a transmiss�o ocorre de forma end�mica, assim como Alagoas, Bahia, Maranh�o, Pernambuco, Sergipe e Esp�rito Santo. H� tamb�m focos de transmiss�o no Cear�, Para�ba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, S�o Paulo e no Par�. No restante do pa�s s�o notificados casos em sua maioria importados de �reas end�micas, devido ao fluxo migrat�rio de pessoas.
Para promover troca de conhecimentos e experi�ncias entre os cientistas que estudam a doen�a e os gestores da �rea de sa�de, ser� realizado de segunda a quarta-feira (21 a 23 de novembro), em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, a 16ª edi��o do Simp�sio Internacional sobre Esquistossomose. Organizado pela Fiocruz, o evento contar� com a presen�a de centenas de especialistas brasileiros e estrangeiros no Centro de Artes e Conven��es da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Recomenda��es
Um dos temas em debate durante o simp�sio ser� o documento "Recomenda��es dos membros do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Funda��o Oswaldo Cruz (Fio-Schisto) para o controle e elimina��o da esquistossomose humana no Brasil". O of�cio resulta da an�lise de um guia lan�ado pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) em fevereiro propondo recomenda��es a serem adotadas pelos pa�ses, visando ao controle e � elimina��o da doen�a no mundo.
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Presidente do simp�sio, a pesquisadora da Fiocruz Minas, Roberta Lima Caldeira, informa que, ap�s an�lise do guia da OMS, verificou-se a necessidade de algumas � realidade brasileira. "Assim, no documento elaborado pela Fiocruz, com a participa��o de pesquisadores convidados, estamos propondo uma s�rie de recomenda��es apropriadas �s pol�ticas de sa�de p�blica e aplic�veis � realidade epidemiol�gica do pa�s, al�m de sugerir pesquisas futuras para esclarecer as quest�es pertinentes. Durante o evento, vamos discutir essas propostas."

Outro destaque ser� o lan�amento do estudo para implementa��o do uso do Praziquantel Pedi�trico na popula��o brasileira. Trata-se do �nico f�rmaco dispon�vel para o combate � esquistossomose e que, at� ent�o, n�o disp�e de uma vers�o adequada ao p�blico infantil, dificultando o tratamento da doen�a. O Praziquantel Pedi�trico � um comprimido orodispers�vel, que facilita a sua administra��o em crian�as menores de seis anos.
Tamb�m estar�o em discuss�o o desenvolvimento de testes de diagn�stico mais sens�veis, vacinas, medicamentos e controle do hospedeiro intermedi�rio. Ser� abordado ainda o aperfei�oamento das estrat�gias de informa��o, educa��o e comunica��o em sa�de e saneamento b�sico, bem como os aspectos epidemiol�gicos, cl�nicos e da biologia do parasito e de seus hospedeiros.
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Durante os tr�s dias, ser�o realizadas cinco confer�ncias e 14 mesas redondas, com a participa��o de 50 especialistas do Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Su��a, Camar�es, Fran�a, Holanda e Esc�cia. S�o esperados cerca de 350 participantes, entre pesquisadores, agentes de sa�de dos munic�pios end�micos e coordenadores de secretarias estaduais de sa�de de todo o Brasil. "Somente unindo for�as e expertises, ser� poss�vel traduzir o conhecimento gerado nas institui��es de pesquisa e ensino em a��es concretas, pol�ticas e produtos necess�rios para o sucesso do programa de controle e elimina��o da esquistossomose", afirma Roberta Lima Caldeira.
A doen�a
Esquistossomose � uma doen�a causada pelo "Schistosoma mansoni", platelminto que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita de caramujos como hospedeiros intermedi�rios para desenvolver seu ciclo evolutivo. A transmiss�o desse parasito se d� pela libera��o de seus ovos, por meio das fezes do homem infectado. Em contato com a �gua, os mirac�dios eclodem e penetram nos caramujos e, algum tempo depois, liberam novas larvas. Na �gua, as larvas (cercarias) penetram na pele e/ou mucosa do homem, reiniciando o ciclo.
A doen�a apresenta duas fases durante seu processo evolutivo: aguda e cr�nica. Na primeira fase, os principais sintomas podem ser vermelhid�o e manifesta��es de coceiras e dermatite na pele, febre alta, inapet�ncia, fraqueza, enjoo, v�mitos, tosse, diarreia e r�pido emagrecimento. Na fase cr�nica, a mais grave, os sintomas s�o o aumento do abd�men e de �rg�os como f�gado e ba�o; hemorragias ao defecar,; fadiga, c�lica, pris�o de ventre, cirrose e o aparecimento de �nguas em diversas partes do corpo.