
elimina��o de �gua do organismo", conta um dos autores do estudo, Dale Schoeller, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
Os resultados foram coletados em 26 pa�ses (o Brasil ficou de fora), e o estudo abrange dados de beb�s de apenas 8 dias a de idosos com 96 anos. A m�dia di�ria de ingest�o de �gua variou bastante: de 1 litro a 6 litros, sendo que, em alguns casos, os cientistas registraram at� 10 litros de consumo por dia. "N�o existe uma m�dia. Muitas coisas est�o relacionadas �s diferen�as na ingest�o e naO professor de ci�ncias nutricionais estuda a rela��o da �gua com o metabolismo h� d�cadas. "Esse trabalho � o melhor que fizemos, at� agora, para medir quanta �gua as pessoas realmente consomem diariamente e os principais fatores que impulsionam a rotatividade de �gua para dentro e fora do corpo", destaca Schoeller. De acordo com ele, estudos anteriores foram, em grande parte, elaborados com base no autorrelato dos participantes ou na observa��o de um n�mero muito pequeno de volunt�rios, n�o sendo representativos da maioria das pessoas.
Agora, os pesquisadores mediram objetivamente o tempo que a �gua levou para se mover pelo organismo dos participantes. Os volunt�rios tomaram uma quantidade determinada da chamada "�gua rotulada", que cont�m is�topos de hidrog�nio e oxig�nio rastre�veis. Is�topos s�o �tomos de um �nico elemento que t�m pesos at�micos ligeiramente diferentes, fazendo com que os cientistas consigam distingui-los em uma amostra.
"Se voc� medir a taxa com que uma pessoa est� eliminando esses is�topos est�veis por meio da urina ao longo de uma semana, o is�topo de hidrog�nio pode dizer quanta �gua eles est�o substituindo. J� a elimina��o do is�topo de oxig�nio pode nos dizer quantas calorias eles est�o queimando", explica Schoeller. O pesquisador conta que seu laborat�rio na universidade norte-americana foi o primeiro a usar �gua rotulada no estudo do metabolismo humano.
No total, mais de 90 pesquisadores participaram do estudo, liderado por Yosuke Yamada, que fez p�s-doutorado no laborat�rio de Schoeller e, hoje, chefia o Instituto Nacional de Inova��o Biom�dica, Sa�de e Nutri��o no Jap�o. John Speakman, professor de zoologia da Universidade de Aberdeen, na Esc�cia, coliderou o estudo. Os pesquisadores coletaram e analisaram os dados dos participantes comparando fatores ambientais — como temperatura, umidade e altitude das cidades onde viviam os volunt�rios — com volume de �gua medido, gasto de energia, massa corporal, sexo, idade e grau de atividade f�sica.
Nos homens, o volume de renova��o da �gua corporal atingiu o pico na faixa et�ria dos 20 anos, enquanto as mulheres mantiveram um plat� dos 20 aos 55 anos. Os rec�m-nascidos foram os que apresentaram o maior �ndice de troca h�drica, repondo 28% da �gua de seu organismo diariamente. De acordo com o estudo, o n�vel de atividade f�sica e o preparo f�sico dos participantes foram os itens que mais influenciaram as diferen�as na renova��o, seguido por sexo, �ndice de desenvolvimento humano do pa�s (que mede o status socioeon�mico) e idade.
Leia tamb�m:
Leia tamb�m:
�gua: fonte de vida e sa�de.
Em m�dia, homens e mulheres com perfis semelhantes diferem em cerca de meio litro de �gua no organismo. Um homem n�o atleta, mas que pratica atividade f�sica moderada, de 20 anos, pesa 70 kg, vive ao n�vel do mar em um pa�s bem desenvolvido, em um ar m�dio temperatura de 10ºC e uma umidade relativa de 50% absorveria e perderia cerca de 3,2 litros de �gua todos os dias. Uma mulher da mesma idade e n�vel de atividade, pesando 60 kg e morando no mesmo local consumiria 2,7 litros, exemplificam os autores.
Dobrar a energia utilizada pelo organismo aumenta o volume di�rio de �gua em cerca de 1 litro. Cinquenta quilos a mais de peso corporal adicionam 0,7 litro por dia. Um aumento de 50% na umidade eleva o consumo em 0,3 litro. Al�m disso, atletas usam cerca de 1 litro a mais do que os n�o atletas.
Aspectos sociais
Ao todo, quanto menor o �ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) do pa�s de origem, mais �gua a pessoa gasta em um dia. "Essas pessoas em pa�ses com IDH baixo t�m maior probabilidade de viver em �reas com temperaturas m�dias mais altas, s�o mais propensas a realizarem trabalho bra�al e menos a ficarem dentro de um edif�cio climatizado durante o dia", justifica Schoeller. "Isso, al�m do menor acesso a um gole de �gua pot�vel sempre que precisar, aumenta a rotatividade de �gua."
Segundo o coautor, as medi��es feitas no estudo poder�o melhorar a capacidade de prever necessidades futuras de �gua, especialmente em circunst�ncias de calamidade pela escassez do l�quido. "Quanto melhor entendermos o quanto as pessoas precisam, mais preparados estaremos para responder a uma emerg�ncia. Determinar quanta �gua os humanos consomem � de import�ncia crescente por causa do crescimento populacional e das crescentes mudan�as clim�ticas", disse, em nota, Yamada. "Como a renova��o da �gua est� relacionada a outros indicadores importantes de sa�de, como atividade f�sica e percentual de gordura corporal, ela tem potencial como biomarcador para a sa�de metab�lica", completa.
De acordo com Tamara Hew-Butler, cientista do esporte na Universidade Estadual Wayne, nos Estados Unidos, a hiper-hidrata��o pode ser t�o perigosa quanto a desidrata��o. Autora de v�rias pesquisas sobre �gua e metabolismo corporal, ela concorda que os oito copos por dia n�o s�o um par�metro cient�fico. "N�o se sabe bem de onde saiu isso. Talvez, sejam interpreta��es erradas de diretrizes de sa�de", cogita. "Se voc� est� com sede, voc� precisa tomar �gua. Mas se n�o estiver, n�o precisa. O c�rebro tem sensores que identificam a necessidade de reposi��o h�drica. Dizer que todo mundo precisa de oito copos por dia para ser saud�vel � como dizer que todo mundo precisa ingerir uma dieta de 2 mil calorias", afirma.
Segundo Hew-Butler, o l�quido perdido diariamente precisa ser reposto, mas n�o necessariamente com copos de �gua. "Quase tudo que voc� bebe ou come cont�m �gua, o que compensa essa perda di�ria. Caf�, ch�, sopa, frutas, legumes — tudo isso conta", afirma.