
" � muito importante sentar com o m�dico, conversar, explicar seu caso, para que, a partir da�, ele possa examinar e realmente ter um diagn�stico preciso. Eu, gra�as a Deus, nunca tive problemas em rela��o a isso"
Laura Vieira Puntel, advogada
H� pacientes de todo tipo. H� aqueles que deixam o consult�rio reclamando que a consulta foi r�pida, sem conversa, e os que questionam que nenhum exame foi pedido. A advogada Laura Puntel conta que nunca passou por uma condi��o cl�nica complicada a ponto de ter uma experi�ncia negativa. “Ao ir ao m�dico, j� esperamos mais ou menos quais exames ele vai pedir. Acredito que a experi�ncia desses profissionais naquilo que eles se especializaram � muito v�lida e o exame cl�nico feito em consult�rio � fundamental.”
Esse �, inclusive, o primeiro passo. N�o adianta pedir v�rios exames de imagem se antes n�o houver uma avalia��o f�sica muito bem-feita e uma conversa longa sobre o que est� causando o inc�modo. Para isso, � necess�rio sabermos escolher qual ser� o m�dico que ir� nos atender para depositarmos total confian�a no diagn�stico que ele nos der.
Laura Puntel destaca que jamais passou por nenhum problema grave na rela��o m�dico-paciente, como falta de exames ou exames desnecess�rios. “J� tive uma outra experi�ncia, com uma m�dica que tamb�m � amiga. Fiz uma consulta e ela imaginou o que eu tinha. Em seguida, pediu o exame que comprovou o que ela imaginava. Ou seja, mais do que o exame, a experi�ncia m�dica conta muito para que se estabele�a uma rela��o de confian�a entre paciente e m�dico. � necess�rio que ocorra uma boa conversa, em que o profissional examinar� o indiv�duo e, se achar que algum problema precisa ser investigado, vai pedir exames para comprovar a suspeita e, ent�o, dar um diagn�stico certeiro.”
F�BRICA DE EXAMES
Para a advogada, “existem m�dicos e m�dicos. H� aqueles que voc� chega ao consult�rio, eles pedem exame, olham o resultado sem nem encostar em voc�. � como se fosse uma f�brica de exames e apenas exames. � muito importante sentar com o m�dico, conversar, explicar seu caso para que, a partir da�, ele possa examinar e realmente ter um diagn�stico preciso. Eu, gra�as a Deus, nunca tive problemas em rela��o a isso”.
Para a advogada, “existem m�dicos e m�dicos. H� aqueles que voc� chega ao consult�rio, eles pedem exame, olham o resultado sem nem encostar em voc�. � como se fosse uma f�brica de exames e apenas exames. � muito importante sentar com o m�dico, conversar, explicar seu caso para que, a partir da�, ele possa examinar e realmente ter um diagn�stico preciso. Eu, gra�as a Deus, nunca tive problemas em rela��o a isso”.
Desde 2017, Laura conta que enfrenta uma h�rnia de disco. “Quando tive uma crise, nesse per�odo, n�o precisei fazer cirurgia. Fiz apenas um tratamento com medicamentos, pilates e exerc�cios f�sicos. N�o precisei da fisioterapia, ent�o n�o era t�o s�rio como estava agora, recentemente. Fa�o acompanhamento desde ent�o e, sempre que preciso, vou ao consult�rio. Nesses anos todos, tive que fazer duas resson�ncias magn�ticas: uma quando tive a crise pela primeira vez, em 2017, e uma agora, em 2022”, comenta.
“Foi bom, porque eu e o Dr. Daniel fizemos um comparativo e vimos que realmente havia dado uma deteriorada na h�rnia. Antes de fazer a cirurgia, tentamos m�todos mais tradicionais, mas minha dor estava muito forte e atrapalhando minha qualidade de vida. Cheguei ao ponto de n�o conseguir ficar sentada durante cinco minutos. Isso fazia com que houvesse um ardor em minha perna na regi�o do nervo ci�tico. A cirurgia foi, sem d�vida, a melhor decis�o que eu e Daniel tomamos juntos. Foi o que de melhor fiz por mim.”
CONTROLE
J� Juliana Umb�lino, escritora e empres�ria, conta que, apesar de ter apenas 32 anos, faz sempre acompanhamento com m�dico para controle. “E se h� necessidade, ap�s exames f�sicos e uma boa anamnese, o m�dico pede exames. Isso ocorre sempre que h� algo pontual, como uma queda de vitamina D, por exemplo.”
J� Juliana Umb�lino, escritora e empres�ria, conta que, apesar de ter apenas 32 anos, faz sempre acompanhamento com m�dico para controle. “E se h� necessidade, ap�s exames f�sicos e uma boa anamnese, o m�dico pede exames. Isso ocorre sempre que h� algo pontual, como uma queda de vitamina D, por exemplo.”

Mesmo cuidadosa com o checape, Juliana Umb�lino revela que j� passou por dissabores diante de uma consulta que n�o a satisfez. “Passei por uma experi�ncia dessas. O m�dico n�o tinha me examinado da forma correta e n�o me passou o diagn�stico real. Suspeitava que algo n�o estava normal e tive de procurar outros profissionais, que constataram que eu estava quase perdendo a vis�o. A partir da�, foi feito um exame de fundo de olho mais detalhado e foi sugerido que eu fizesse um procedimento para melhorar minha condi��o cl�nica”, explica.
PERDA DA VIS�O
A escritora e empres�ria lembra que descobriu que estava perdendo a vis�o em uma consulta de rotina. “O m�dico estava fazendo um exame para fazer a cirurgia refrativa, que � para n�o usar mais �culos. Ele me disse que n�o era retin�logo, mas que acreditava que eu deveria fazer um exame mais completo de ultrassom da retina, porque algo n�o estava normal e, a partir disso, saber o que fazer. N�o posso fazer a cirurgia refrativa porque tenho doen�a regenerativa macular da retina. Em algum momento da minha vida vou ficar cega. Ent�o, se n�o fosse essa consulta pontual, n�o saberia nunca.”
A escritora e empres�ria lembra que descobriu que estava perdendo a vis�o em uma consulta de rotina. “O m�dico estava fazendo um exame para fazer a cirurgia refrativa, que � para n�o usar mais �culos. Ele me disse que n�o era retin�logo, mas que acreditava que eu deveria fazer um exame mais completo de ultrassom da retina, porque algo n�o estava normal e, a partir disso, saber o que fazer. N�o posso fazer a cirurgia refrativa porque tenho doen�a regenerativa macular da retina. Em algum momento da minha vida vou ficar cega. Ent�o, se n�o fosse essa consulta pontual, n�o saberia nunca.”
t�o de destacar que “amo meus m�dicos e eles tamb�m me amam. Tenho o costume de perguntar muito sobre tudo, para ter certeza de que estou no caminho certo. Tenho consulta regular com psiquiatra, oftalmologista, especialista em coluna e considero que levo bem a s�rio minha sa�de”.
Campanha choosing wisely
A American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation) lan�ou em 2012 a campanha Choosing wisely, que em portugu�s significa “escolhendo sabiamente”. A ideia � avaliar o que � necess�rio ou n�o para proporcionar um cuidado mais seguro e eficaz. De acordo com a ABIM Foundation, mais de 70 sociedades m�dicas j� publicaram 400 recomenda��es de exames e tratamentos que devem ser rediscutidos quanto � sua efic�cia cl�nica. Diversos pa�ses j� participam da campanha, como Alemanha, Canad�, Inglaterra e Jap�o. No Brasil desde 2015, o Choosing wisely j� tem a ades�o da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Medicina de Fam�lia e Comunidade (SBMFC). A Academy of Medical Royal Colleges, que re�ne 21 escolas de medicina do Reino Unido, j� publicou relat�rio com 40 procedimentos m�dicos que trazem pouco ou nenhum benef�cio aos pacientes. J� na p�gina da ABIM Foundation voc� tem acesso � lista de todas as especialidades e, tamb�m, recomenda��es para os pacientes.
Choosing Wisely no Brasil
A exemplo do que vem acontecendo pelo mundo, o movimento Choosing wisely do Brasil tem engajado as sociedades m�dicas na discuss�o.
A ideia � que cada especialidade se sinta � vontade para aderir � campanha e contribuir com uma lista com cinco recomenda��es de procedimentos que podem ser evitados.
A SBC (http://educacao.cardiol.br/choosing/lista.html) e a SBMFC (https://www.sbmfc.org.br/choosingwisely/index.php/nossas-recomendacoes/) j� formularam suas recomenda��es e publicaram em seus respectivos portais da internet
Perguntas-chave
As cinco perguntas que voc� precisa fazer ao m�dico antes de um procedimento, exame ou tratamento s�o:
1 – Eu realmente preciso deste procedimento ou exame?
2 – Quais s�o os riscos?
3 – H� op��es mais simples e seguras?
4 – O que acontece se eu n�o fizer nada?
5 – Quanto custa?
As recomenda��es para as crian�as*
Entre as recomenda��es feitas em parceria entre o Choosing Wisely e a Academia Americana de Pediatria, est�o:
- Antibi�ticos n�o devem ser usados em casos de doen�as respirat�rias aparentemente virais (sinusite, faringite, bronquite)
- Tomografias computadorizadas n�o s�o necess�rias na avalia��o de crian�as com traumas leves na cabe�a
- Resson�ncia magn�tica e tomografia computadorizada n�o s�o necess�rias em casos de convuls�es febris isoladas
- Tomografia computadorizada n�o � necess�ria em avalia��o de rotina para dor abdominal
*Fonte: Hospital Infantil Sabar�
Choosing wisely SBC Brasil
Na lista da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) est�o as seguintes recomenda��es:
1 – N�o realizar de rotina interven��o coron�ria percut�nea em indiv�duos assintom�ticos e com boa fun��o
ventricular esquerda
2 – N�o fazer abertura tardia de art�ria relacionada ao infarto em pacientes assintom�ticos
3 – N�o realizar pesquisa n�o invasiva de doen�a coronariana obstrutiva como exame pr�-operat�rio de cirurgia n�o card�aca em indiv�duos assintom�ticos e com capacidade funcional satisfat�ria
4 – N�o realizar escore de c�lcio seriado como acompanhamento da evolu��o de aterosclerose coron�ria subcl�nica
5 – N�o realizar ecocardiograma seriado para monitoriza��o de disfun��o valvar discreta.