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Estado de Minas PESQUISA

Temperaturas altas podem aumentar riscos de AVC

A esta��o preferida do brasileiro pode elevar as chances de derrame cerebral em idosos, alerta um estudo feito no Jap�o


14/12/2022 11:24 - atualizado 14/12/2022 12:08

Pessoa suando e bebendo água
A pesquisa, apresentada no congresso cient�fico da Sociedade Europeia de Cardiologia na �sia, constatou que, para cada aumento de 1�C na temperatura, houve um risco 35% maior de atendimentos de emerg�ncia por AVC (foto: Pixabay)

No m�s em que se inicia o almejado ver�o no Brasil, um estudo sugere que o calor pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em idosos. De acordo com a pesquisa, interna��es por derrame t�m taxas elevadas ap�s subidas na temperatura. "A mudan�a clim�tica e o aquecimento global s�o problemas mundiais, e o AVC � uma das principais causas de morte", lembrou, em nota, o autor do estudo, Ryohei Fujimoto, da Universidade de Kochi, no Jap�o.


A pesquisa, apresentada no congresso cient�fico da Sociedade Europeia de Cardiologia na �sia, constatou que, para cada aumento de 1°C na temperatura, houve um risco 35% maior de atendimentos de emerg�ncia por AVC, um m�s ap�s o per�odo chuvoso. Quando analisados os tipos de derrame associados �s ondas de calor, houve uma probabilidade 24% maior de hemorr�gico, 36% do isqu�mico e 56% de ataque isqu�mico transit�rio (em que h� rompimento de uma art�ria cerebral). Os dados foram obtidos nos prontu�rios de 3.267 moradores de Okayama, que tinham 65 anos ou mais quando deram entrada no hospital.
 
 
Segundo Fujimoto, uma segunda an�lise que usa como per�odo de refer�ncia a �poca de chuvas sugere que "as condi��es ambientais imediatamente ap�s a esta��o chuvosa intensificam a rela��o entre clima quente e derrame". "Al�m das altas temperaturas, esse per�odo � caracterizado pelo aumento da dura��o do sol e menos chuva, o que pode explicar as descobertas", explica.

Preven��o 
 
Para o autor do artigo, o estudo fornece informa��es importantes no combate ao AVC. "Medidas preventivas, como instala��o de ar-condicionado, devem ser consideradas uma prioridade de sa�de p�blica para proteger as pessoas dessa doen�a debilitante e com risco de morte. Os sistemas de sa�de podem ajudar, fornecendo espa�os frescos para o p�blico escapar do calor durante os meses mais quentes do ano", ressaltou. "Adultos mais velhos devem tentar se refrescar durante os per�odos de calor."
 
De acordo com a vice-presidente da Sociedade Brasileira de AVC, Leticia Rebello, existem outras a��es que podem diminuir os riscos de derrame quando monitorados desde o in�cio da vida e, caso identificados, tratados com rapidez. O controle da press�o, do diabetes, do colesterol � uma das formas de avaliar poss�veis riscos de AVC e, assim, combat�-los. Outras medidas a serem tomadas rotineiramente para evitar os derrames, diz a especialista, s�o o controle da obesidade e a pr�tica de atividades f�sicas, bem como evitar o tabagismo e o consumo excessivo de �lcool e fazer exames cardiol�gicos regularmente.

Dados do portal de Transpar�ncia do Registro Civil, mantido pela Associa��o Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, mostram que derrames cerebrais mataram, de 1º de janeiro at� 13 de outubro deste ano, 87.518 brasileiros. Segundo o Minist�rio da Sa�de, o AVC � uma doen�a tempo-dependente, ou seja, quanto mais r�pido o tratamento, maior a chance de recupera��o completa. Por isso, o �rg�o afirma que � fundamental que haja conscientiza��o sobre os principais sinais de que algu�m pr�ximo esteja em risco.

dr. Felipe Mendes
Felipe Mendes, neurocirurgi�o: 'Pessoas que est�o em grupo de risco para a doen�a devem evitar a exposi��o a temperaturas muito altas, al�m de estarem atentas a sinais que possam indicar que o acidente vascular cerebral esteja acontecendo' (foto: Ana Slika/Divulga��o)


Sinais de alerta
 
De acordo com Felipe Mendes, neurocirurgi�o mineiro, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o AVC ocorre quando vasos que levam sangue ao c�rebro entopem ou se rompem, interrompendo a chegada de nutrientes e oxig�nio, provocando isquemia em regi�es do c�rebro que deixam de receber esse aporte sangu�neo. Ela � uma doen�a que acomete mais o sexo masculino e � considerada uma das principais causas de morte, incapacita��o e interna��es em todo o mundo.
 
"N�s temos outras pesquisas que falam sobre a oscila��o de temperatura poder elevar o risco do acidente vascular cerebral, especialmente em dias muito frios e �midos. An�lises como essa feita em Okayama e apresentadas no ESC Asia, ascendem um alerta para mais aten��o e cuidados em rela��o a dias mais quentes tamb�m. Pessoas que est�o em grupo de risco para a doen�a devem evitar a exposi��o a temperaturas muito altas, al�m de estarem atentas a sinais que possam indicar que o acidente vascular cerebral esteja acontecendo", comenta.
  
Quanto mais r�pido for o diagn�stico e o tratamento, maiores as chances de recupera��o e menor o risco de sequelas. 
O tratamento para o AVC isqu�mico � feito atrav�s  da administra��o de medica��o trombol�tica por via endovenosa com o objetivo de dissolver o co�gulo que est� entupindo a art�ria, al�m disso, para outros casos, existe a possibilidade de desobstru��o com tratamento endovascular - um cateterismo que tamb�m retira o trombo(co�gulo).
 
J� o AVC hemorr�gico exige que haja um monitoramento intensivo para investiga��o da causa. Caso seja relacionado a picos de hipertens�o arterial, � necess�rio um controle pressorico progressivo. Para os casos de aneurisma cerebral, � necess�rio o tratamento cir�rgico - por microcirurgia, clipagem do aneurisma ou endovascular. para fazer o controle da press�o arterial e das altera��es. 
 
Causa e consequ�ncia
 
"No caso das temperaturas mais altas, nas ondas de calor, por exemplo, existe uma adapta��o fisiol�gica do organismo, com vasodilata��o e a transpira��o. O organismo usa isso para manter a temperatura do corpo em funcionamento normal. Mas este processo acarreta uma perda significativa de �gua e sais minerais. Com a desidrata��o, a viscosidade do sangue aumenta, sua frequ�ncia card�aca eleva para compensar a vasodilata��o e isso condiciona um maior esfor�o card�aco. � uma situa��o de causa e consequ�ncia."

Joel Anisio Assad de Souza, especialista em cardiologia com atua��o em �rea de emerg�ncia pela Sociedade Brasileira de Cl�nica M�dica


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