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Estado de Minas NEUROLOGIA

Tratamento para casos graves de AVC deve chegar ao SUS at� o fim do ano

Ministro da Sa�de confirmou a incorpora��o da trombectomia mec�nica, que aumenta a sobreviv�ncia e reduz as chances de sequelas


08/09/2022 09:17 - atualizado 08/09/2022 09:25

Cérebro
(foto: Pixabay)

O ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, anunciou que at� o fim do ano o SUS vai efetivamente incorporar a trombectomia mec�nica, t�cnica que aumenta a sobreviv�ncia e reduz as chances de sequelas em pacientes diagnosticados com AVC (acidente vascular cerebral) grave.

O an�ncio ocorreu em agosto durante o Global Stroke Alliance, evento em S�o Paulo que reuniu pol�ticos e especialistas nacionais e internacionais para discutir o AVC. A ado��o do procedimento j� havia sido comunicada em portaria publicada em fevereiro de 2021, mas ainda n�o foi concretizada nos hospitais.

"Sempre existe um intervalo entre saber que tem de ser implementado e implementar de fato, principalmente por causa dos recursos necess�rios. Al�m disso, era necess�rio concluir a portaria que regulamenta o uso, porque n�o � qualquer hospital, n�o � qualquer tratamento. Precisamos ter o hospital adequado, com m�dicos treinados", afirma a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, presidente da Rede Brasil AVC.


Ela explica que a trombectomia mec�nica � realizada quando o paciente sofre um AVC isqu�mico grave, ou seja, quando ocorre o entupimento de um vaso sangu�neo cerebral, comprometendo a circula��o em uma �rea do c�rebro. Nesses casos, a cada minuto que passa, morrem dois milh�es de neur�nios e, se o vaso n�o for desobstru�do, a regi�o perdida aumenta.

Atualmente, � oferecida no SUS a tromb�lise endovenosa, que consiste na aplica��o de um medicamento. Esse tratamento pode ser realizado at� quatro horas e meia ap�s o in�cio dos sintomas de AVC, mas segundo Martins n�o funciona bem quando o entupimento compromete vasos de maior calibre. "O trombol�tico abre s� de 10% a 30%, ent�o os pacientes ficam com muitas sequelas", diz.

J� a trombectomia mec�nica consiste em um cateterismo para retirar o co�gulo que est� entupindo a circula��o. Os m�dicos passam o cateter pela perna, v�o at� o vaso comprometido e aspiram ou puxam o co�gulo usando um stent. "Esse procedimento desentope a circula��o em 80% a 90% dos casos, uma diferen�a enorme comparando com a tromb�lise. Isso aumenta em tr�s vezes a chance de o paciente ficar independente, n�o precisar de outras pessoas para as atividades di�rias", compara a neurologista.
 

Os resultados positivos da t�cnica e a possibilidade de implement�-la no SUS foram apresentados por Martins e um grupo de pesquisadores em um artigo cient�fico publicado em junho de 2020 na revista cient�fica The New England Journal of Medicine. O estudo, financiado pelo Minist�rio da Sa�de, serviu de base para a decis�o de incorporar o procedimento.

"Agora o que eles t�m de fazer � definir quanto v�o pagar pelos dispositivos que fazem o tratamento para os hospitais do SUS que j� est�o prontos. Combinamos de discutir no minist�rio os detalhes em rela��o aos hospitais pr�-avaliados e ao reembolso do custo do equipamento", conta Martins.

Atualmente, quatro hospitais p�blicos oferecem a t�cnica, por�m sem recursos dedicados do governo federal. O Hospital Geral de Fortaleza e o Hospital Estadual de Vit�ria disponibilizam o tratamento com verbas estaduais; o Hospital Municipal S�o Jos�, em Joinville (SC), recebe recursos da prefeitura, e o Hospital das Cl�nicas da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto (SP) utiliza de sua verba de manuten��o.

"Os outros n�o t�m recurso e est�o aguardando a incorpora��o com o custo repassado", comenta a neurologista, fazendo men��o a 15 hospitais que t�m capacidade de oferecer a trombectomia mec�nica e que foram sugeridos ao minist�rio para credenciamento.

Com a incorpora��o das unidades, as equipes do Samu ter�o mais op��es para encaminhar o paciente com AVC grave, respeitando o intervalo aprovado de at� 24 horas de in�cio dos sintomas para a realiza��o da trombectomia mec�nica.

"O caminho come�a pela educa��o da popula��o para reconhecer os sinais de AVC e saber que deve chamar o Samu. O Samu, ao reconhecer esse paciente como urgente, identificar� se h� necessidade de trombectomia ou se pode encaminhar para um centro de AVC para tromb�lise", explica a neurologista.

Martins conta que a din�mica j� foi testada no Rio Grande do Sul, com 22 ambul�ncias, e mais recentemente em Ribeir�o Preto. Com esse sistema, diz, o hospital e a equipe, incluindo o neuroradiologista intervencionista que conduz o procedimento, podem ficar preparados e ganhar minutos preciosos.


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