menina ruiva, de óculos, no supermercado segurando várias garrafas de refrigerante

Pesquisa percebeu que o alto consumo de refrigerante est� associado ao risco de hipertens�o, sobrepeso e obesidade entre adolescentes

Victoria Model /Pixabay
Adolescentes brasileiros que consomem em m�dia 450 ml de refrigerantes por dia apresentam risco cardiovascular associado, aponta novo estudo publicado na �ltima edi��o do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), peri�dico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A pesquisa avaliou informa��es de quase 37 mil jovens brasileiros com idades entre 12 e 17 anos. Os dados s�o da base do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) e o recorte temporal da an�lise abrange entre 2013 e 2014.

A pesquisa percebeu que o alto consumo est� associado ao risco de hipertens�o, sobrepeso e obesidade no p�blico analisado. Com recorte transversal, um destaque da pesquisa foi a conclus�o de que possivelmente os adolescentes que j� t�m essas condi��es consumiam menos refrigerantes tradicionais, substituindo por outras bebidas industrializadas, como as vers�es diet e light.

Vers�es diet e light

Ana Fl�via Gomes de Britto Neves, da Universidade Federal da Para�ba e principal autora do artigo, diz que mesmo essas op��es devem ser consideradas fatores de riscos cardiovasculares em adolescentes, incluindo tamb�m outras bebidas a�ucaradas.

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“Surgem oportunidades de bebidas a�ucaradas industrializadas substitutivas dos refrigerantes que parecem saud�veis, mas o que vemos � que fogem dessa proposta. O estudo levanta este questionamento: os adolescentes j� est�o percebendo a necessidade de reduzir o consumo dos refrigerantes tradicionais, mas a informa��o sobre as outras op��es ainda n�o est�o bem difundidas”, afirma Ana Fl�via Gomes de Britto Neves.

Em alguns pa�ses j� existem pol�ticas p�blicas que funcionam como inibidoras do consumo excessivo das bebidas a�ucaradas. No Reino Unido, o chamado sugar tax tem reduzido a ingest�o de 6.500 calorias advindas de refrigerantes por pessoa a cada ano desde sua implementa��o em 2018.

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Sucos industrializados e o a��car

Ana Fl�via diz que esse � um dos grandes desafios da sa�de p�blica no Brasil, mas ressalta que, mesmo em pa�ses cujas a��es j� foram efetivadas, ainda existe o problema de substitui��o por bebidas consideradas mais saud�veis. “Os sucos industrializados tamb�m apresentam quantidade elevada de a��car em sua composi��o, enquanto as bebidas diet�ticas cont�m muito s�dio. Ainda h� um longo trabalho de conscientiza��o a ser realizado acerca da tem�tica”.

A pesquisa tamb�m levanta pistas para estudos futuros. Ana Fl�via destaca, em especial, a necessidade de fazer an�lises prospectivas que sejam representativas do cen�rio nacional. “Sabemos que alimenta��o n�o � o �nico fator que predisp�e os riscos cardiovasculares. Por isso, estudos que levem em considera��o outros fatores, como tempo em tela, arbitrariedade e estilo de vida seriam interessantes”.