Na hora das compras, selecione os alimentos dando prioridade aos in natura e descartando os ultraprocessados (foto: Gerd Altmann/Pixabay )
Em vigor desde o dia 9 de outubro, as novas regras para%u202Frotulagem%u202Fde alimentos prometem apresentar de forma mais clara o excesso de a��cares adicionados, gorduras saturadas e s�dio nos produtos. A adequa��o chega no momento em que o Brasil vive uma epidemia de obesidade. Informa��es da nota t�cnica, “Doen�as Cr�nicas e Seus Fatores de Risco e Prote��o: Tend�ncias Recentes no Vigitel”, publicada pelo Instituto de Estudos para Pol�ticas de Sa�de (IEPS), que analisou os dados recolhidos pelo Minist�rio da Sa�de (MS), revelam uma incid�ncia 20% maior de obesidade em 16 capitais, assim como o aumento do diabetes tipo 2 e da hipertens�o.
O instituto identificou ainda um aumento de 12,2% na ingest�o de alimentos ultraprocessados, considerados vil�es para a sa�de. “Os ultraprocessados s�o os alimentos altamente industrializados e cal�ricos, ricos em a��cares e gorduras, e com baixo teor de fibras e nutrientes. A incorpora��o desses alimentos na dieta habitual contribui para o ganho de peso e, consequentemente, predisp�e a diversas doen�as, como hipertens�o e diabetes tipo 2, e eleva o colesterol e os triglicer�deos”, alerta Frederico Rodrigues Anselmo, endocrinologista do Hospital Vila da Serra, do Grupo Oncocl�nicas.
Associado a maus h�bitos alimentares e ao sedentarismo, o sobrepeso torna-se mais nocivo, conforme explica o m�dico. “O excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolvimento de doen�as do f�gado, como a esteatose hep�tica (gordura no f�gado) e um quadro de inflama��o, de alguns tipos de c�ncer, e de doen�as cardiovasculares, especialmente infarto e derrame".
Dieta equilibrada: rica em fibras, gr�os, frutas e verduras
Frederico Rodrigues Anselmo, endocrinologista do Hospital Vila da Serra, alerta que o sedentarismo e uma alimenta��o inadequada elevam os riscos do surgimento de ao menos 14 tipos de c�nceres (foto: Arquivo Pessoal)
Na luta contra a balan�a, o segredo continua sendo o equil�brio junto � orienta��o de um especialista. “A �nica forma saud�vel para a perda de peso � adotar uma dieta equilibrada, rica em fibras, gr�os, frutas e verduras, e a pr�tica regular de atividade f�sica. A regra b�sica � gastar mais calorias do que se ingere. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associa��o Brasileira para o Estudo da Obesidade e S�ndrome Metab�lica (Abeso) recomendam dietas limitadas em calorias. N�o existe uma recomenda��o oficial de regimes que cortem determinado macronutriente, ou contemplem exclusivamente alimentos com baixo teor de carboidrato, de gordura, ou que se fa�a um jejum intermitente. Isso porque s�o medidas mais dif�ceis de serem incorporadas � rotina. � muito mais f�cil e simples adotar uma dieta que n�o exclui determinados alimentos que a pessoa goste, por�m limita sua quantidade e ajusta a forma de coc��o para torn�-los mais saud�veis”, elucida o endocrinologista.
Obesidade e c�ncer
Comprovadamente, o sedentarismo e uma alimenta��o inadequada elevam os riscos do surgimento de ao menos 14 tipos de c�nceres, entre eles, de mama, c�lon e reto, �tero, rim, f�gado, pr�stata, es�fago, p�ncreas e est�mago.
“A falta de atividade f�sica associada � ingest�o excessiva de carne vermelha, alimentos pobres em vitaminas e fibras, e comida ultraprocessada contribuem para a obesidade e favorecem o aumento de casos de neoplasias. A obesidade est� associada a mediadores inflamat�rios e anormalidades metab�licas e end�crinas, que promovem o crescimento celular e exercem efeitos antiapopt�ticos, o que significa dizer que as c�lulas cancer�genas n�o se autodestroem mesmo ap�s graves danos no DNA, conforme apresenta o “Terceiro Relat�rio de Especialistas, Dieta, Nutri��o, Atividade F�sica e C�ncer: uma perspectiva global”, do Fundo Mundial de Pesquisa em C�ncer (WCRF, do ingl�s, World Cancer Research Fund) e do Instituto Americano para Pesquisa em C�ncer (AICR, do ingl�s, American Institute for Cancer Research)”, elucida Lorena Goulart, nutricionista do Grupo Oncocl�nicas Belo Horizonte.
Opte sempre por comida caseira, tendo no prato feij�o, arroz, cereais integrais, frutas, hortali�as e gr�os (foto: Roberto Justo Kabana/Pixabay )
A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) estima que entre 30 e 50% de todos os casos de c�ncer podem ser preven�veis mantendo h�bitos saud�veis e evitando a exposi��o a carcin�genos ocupacionais, polui��o ambiental e certas infec��es cr�nicas.
A nutricionista lembra que a conscientiza��o � fundamental para dar o primeiro passo na mudan�a do padr�o alimentar. “Minha recomenda��o � trabalhar pequenas mudan�as e metas para construir o processo de mudan�a de h�bitos. Substitua a comida pronta e industrializada, rica em gordura saturada, agrot�xicos e corantes pela caseira, rica em nutrientes. Opte por alimentos como a dupla conhecida da mesa dos brasileiros, feij�o e arroz, cereais integrais, frutas, hortali�as e gr�os. Os pescados s�o uma boa fonte de vitaminas do complexo B e tamb�m de vitaminas A e D, como a sardinha, salm�o e cavala. Evite o consumo de bebidas alco�licas, a ingest�o excessiva de carne vermelha ou processada, o excesso de sal”, orienta Lorena Goulart.
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