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Estado de Minas TERAPIA

Constela��o sist�mica: m�todo terap�utico � usado para lidar com conflitos

Terapia pode ser aplicado em problemas familiares, de casais, de pessoas com dificuldades de se relacionar, em sa�de e dinheiro


25/12/2022 04:00 - atualizado 25/12/2022 07:47

 consteladora Raquel Caram
A advogada e consteladora Raquel Caram combina as duas �reas de atua��o para trabalhar e minimizar conflitos (foto: Alexandre Guzanshe /EM/D.A Press)


A constela��o sist�mica ou familiar � um m�todo terap�utico criado pelo alem�o Bert Hellinger, “familienaufstellung”, no qual por meio de observa��es e estudos desenvolveu tr�s leis sist�micas, que s�o estruturas que contribuem para a harmonia, se forem respeitadas. Hellinger as nomeia de “ordens do amor” e assegura que s�o naturais e existem de modo instintivo e autom�tico em qualquer um de n�s. S�o elas a lei da hierarquia, do equil�brio e do pertencimento. E ela pode ser aplicada nos mais diversos conflitos da exist�ncia humana. 
 
A advogada e consteladora Raquel Caram explica que a constela��o familiar lida com todas as quest�es que a pessoa queira olhar, n�o somente relacionadas � fam�lia, mas empresarial, organizacional, entre outras. “Hoje, inclusive, � usada tanto no Judici�rio, como m�todo de resolu��o de conflitos, como tamb�m no sistema de sa�de p�blica.

S�o diversos os temas levados pelo constelado ao facilitador ou constelador, como � chamado. Ou seja, a constela��o familiar pode ser usada em quaisquer conflitos familiares (pais, filhos, irm�os, tios, av�s), entre casais, entre pessoas com dificuldades de se relacionar, com problemas de sa�de, dinheiro, emo��es, entre outros.”
 
Raquel Caram conta que, conforme Hellinger, o amor precisa de uma determinada ordem para poder fluir e, quando h� desordem, as din�micas da constela��o apontam para um bloqueio no fluxo do amor, havendo necessidade, na maior parte dos casos, de ter um movimento pr�prio para restabelecer a harmonia e criar um sentimento de leveza, desbloqueando e reconectando o fluxo do amor que fora interrompido.
 
A consteladora destaca que a constela��o sist�mica pode ocorrer por meio de um workshop com um grupo de pessoas ou, ainda, com o atendimento individual usando bonecos. “O importante � que a pessoa possa escolher o m�todo que melhor se identifique e fa�a sentido para ela.”
 
Mas o que significa constelar um tema?  O cliente informa ao facilitador da constela��o o tema pessoal que o incomoda. Assim, o constelador o aborda fazendo algumas perguntas e pede para o cliente escolher as pessoas que v�o representar determinados pap�is. “Por meio da observa��o dos olhares dos representantes, das posturas do corpo e das dire��es para onde est�o virados, as din�micas ocultas come�am lentamente a vir � superf�cie.”
 
Raquel explica que a dura��o de uma constela��o familiar � imprevis�vel, pois depende do sistema din�mico que surja. Pode durar de cinco minutos a uma ou mais horas. O tempo n�o tem nenhuma rela��o com o efeito que ela ter� no cliente e nos representantes. “Participa da constela��o n�o s� quem coloca o tema, como tamb�m quem � escolhido para representar pap�is no sistema e quem apenas assiste.”

TERAPIA TRADICIONAL

H� diferen�as entre a constela��o sist�mica e a terapia tradicional ou psicoterapia. “A terapia com psic�logo ou psicanalista tem como base as quest�es comportamentais, baseadas em estudos freudianos, lacanianos, entre outros especialistas. J� a constela��o familiar � um m�todo que tem como base os estudos do criador da t�cnica, Bert Hellinger. Portanto, s�o linhas de atua��o diferentes.” O alem�o, que morreu aos 93 anos, em 2019, se autointitulava “psicoterapeuta”, mas n�o tinha forma��o em psicologia, e foi o inventor da pseudoci�ncia conhecida como constela��o familiar. Formou-se em teologia e filosofia e tem  reconhecimento como psicoterapeuta n�o m�dico no campo da psicoterapia.
 
Raquel Caram enfatiza que a constela��o sist�mica � indicada para todas as pessoas que queiram de fato olhar para uma quest�o em sua vida. “A constela��o tem liga��o com o sentir, a escolha � a escolha da alma e, com certeza, sempre pautada com o que a pessoa melhor se identifica. E quem a busca deve sempre se identificar com o m�todo.” 
 
Raquel Caram diz que atua tanto na �rea do direito quanto com constela��es. “A constela��o familiar come�ou a ser aplicada pela Justi�a na Bahia, em 2012, pelo juiz Sami Storch. Ele tomou conhecimento da t�cnica em uma terapia pessoal, antes de ingressar na magistratura, e, ao aplic�-la �s disputas judiciais, surpreendeu-se com os bons resultados. Ele disse que as pessoas buscam o Judici�rio para resolver determinado conflito. Na constela��o, descobrem caminhos para resolv�-los por conta pr�pria, de forma muito mais profunda que a decis�o judicial”, diz Raquel. “Acabam quebrando padr�es nocivos, relacionamentos prejudiciais, comportamentos violentos.”
 
Com a pandemia, a sa�de mental foi a mais afetada: as pessoas desenvolveram depress�o, s�ndrome do p�nico, ansiedade. “Por meio das constela��es, � poss�vel atuar de forma eficaz e buscar solu��es para problemas que afetam todas as �reas da vida, principalmente aquelas que exacerbaram na pandemia.”
 
Raquel Caram revela que lidou com uma cliente que constelou a crise de ansiedade da filha, e a menina n�o teve mais ansiedade p�s-constela��o. “Nesse caso, ficou evidente que a ansiedade n�o era da garota e, com o movimento da constela��o, o sentimento foi entregue a quem de fato pertencia dentro do grupo familiar e que era absorvido pela crian�a. Com isso, conseguiu-se resolver o problema.”

Alguns benef�cios da constela��o 

» Al�vio: Uma pessoa imersa em seu c�rculo familiar problem�tico demonstra constantemente dificuldades em se p�r diante de outras pessoas. Esses atritos, provocados pelas inconsist�ncias de sua origem, a perturbam e a colocam numa posi��o bastante ruim. Contudo, a terapia pode trazer al�vio a esse indiv�duo, eliminando a tens�o impregnada.

» Fam�lia: Uma pessoa que se disp�s a ser constelada pode reatar seus la�os com a sua fam�lia. Isso porque a liga��o corrompida que os unia n�o existe mais. Assim, isso possibilita que ela os enxergue com novos olhos, valorizando a sua presen�a e conv�vio.

» Relacionamentos: Uma pessoa marcada por traumas subliminares da fam�lia tende a reproduzir tais comportamentos. Seja pela influ�ncia ou tentativa de resolv�-los, um indiv�duo certamente vai prejudicar a rela��o com o parceiro. Contudo, a terapia � capaz de restaurar o seu equil�brio. Dessa forma, o constelado se tornar� uma pessoa mais decisiva e amorosa.

» Trabalho: Do mesmo modo que impede seu crescimento pessoal, os problemas de sua �rvore tamb�m o afetam no trabalho. Isso porque a tomada de atitudes depreciativas oriundas de seus antepassados p�e em risco sua atua��o no mercado. Nesse contexto, a transforma��o permite que voc� enxergue o que causa danos e tome decis�es certeiras e necess�rias � sua carreira.

» Comportamento: Ainda que uma pessoa seja boa, ela pode ter a��es que a prejudicam. Sem querer, suas atitudes tomam um efeito crescente quando carregadas por impulsos. Aos poucos, esse comportamento declina a sua imagem. Entretanto, a terapia � capaz de enxergar tais a��es e induzi-lo a melhor�-las, beneficiando os seus relacionamentos.

» Financeiro: Um dos benef�cios da constela��o tamb�m se aplica ao uso do dinheiro. Nesse contexto, uma pessoa com gastos descontrolados afeta gravemente o c�rculo familiar em que vive e as amizades pr�ximas. Assim, quando a terapia entra em vigor, o constelado se mostra capaz de fazer um uso consciente dos seus recursos, podendo melhorar fisicamente o ambiente e as rela��es onde se encontra.

» Comunica��o: Infelizmente, esses traumas familiares s�o capazes at� de mexer com nossa fala. Devido � inseguran�a que carregamos, podemos apresentar dificuldades em nos p�r diante de uma plateia para verbalizar. Ao ser constelada, uma pessoa se torna mais confiante e comunicativa, vencendo qualquer barreira de di�logo imposta.

 
advogada
luciana heleno (foto: Arquivo Pessoal)
 
 

personagem da not�cia

Vis�o externa
 
“Eu constelei para minha filha menor, M.H.M.C. � um procedimento poss�vel, desde que observados alguns requisitos. Ela, minha filha, estava sendo acompanhada por psic�loga h� alguns anos. O atendimento psicol�gico vinha alcan�ando resultados expressivos. Mas, ap�s a constela��o, observei um salto enorme no tratamento. Na constela��o, verificamos que o comportamento da minha filha era uma repeti��o do comportamento de alguns familiares que a antecederam. Na ocasi�o, houve uma “entrega” simb�lica do problema ao parente que deu in�cio a esse comportamento repetido. E, mais, com a constela��o passamos a ter uma vis�o externa da situa��o em que est�vamos envolvidos. Isso ajudou a racionalizar a quest�o. E o mais interessante � que, em raz�o da tenra idade, minha filha n�o tomou ci�ncia do conte�do da constela��o, o que comprova a sua efetividade diante da modifica��o de seu comportamento.” 


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