Mãe medindo a febre de menino

M�e medindo a febre de menino

Victoria Watercolor/Pixabay

A alta fora de �poca de casos de VSR (v�rus sincicial respirat�rio) tem provocado aumento na procura por atendimento e at� mesmo a lota��o de hospitais pedi�tricos.


O v�rus est� associado a at� 75% dos casos de bronquiolite, inflama��o que dificulta a chegada do oxig�nio aos pulm�es, e a at� 40% dos registros de pneumonia em crian�as menores de dois anos, segundo a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Os quadros mais graves acontecem principalmente em beb�s menores de seis meses e alguns pacientes n�o resistem e morrem.


Tradicionalmente, o per�odo de maior circula��o do VSR coincide com o outono e o inverno. Ele vai de fevereiro a junho a regi�o Norte; mar�o a julho no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste; e abril a agosto no Sul. Mas n�o foi o que ocorreu em 2022 e n�o � o que se observa em 2023.


De acordo com a Fiocruz, houve aumento da preval�ncia do VSR entre os dias 25 e 31 de dezembro, com predom�nio de casos em crian�as de at� quatro anos em S�o Paulo, Distrito Federal e nos tr�s estados da regi�o Sul, al�m de maior presen�a do v�rus no Esp�rito Santo, Minas Gerais e Roraima.


"Os v�rus n�o est�o respeitando as sazonalidades. Ap�s a pandemia, estamos tendo picos de influenza, adenov�rus e VSR fora da �poca", afirma Victor Hor�cio, vice-diretor t�cnico do Hospital Pequeno Pr�ncipe, em Curitiba.


Na unidade, foram registrados dez casos em setembro, 21 em outubro e 38 em novembro. Em dezembro, o n�mero saltou para 53 e, em 2023, j� h� 11 confirmados.


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Segundo Hor�cio, os casos mais graves est�o associados � coinfec��o pelo v�rus Sars-CoV-2, causador da COVID-19, e s�o observados em crian�as com menos de um ano que n�o receberam vacina contra o novo coronav�rus.


Em S�o Paulo, os hospitais Darcy Vargas e C�ndido Fontoura, refer�ncias estaduais para atendimento pedi�trico, registraram aumento de cerca de 20% nos casos de VSR, afirma a Secretaria de Estado da Sa�de.


No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na regi�o central da capital paulista, o n�mero de casos de bronquiolite das �ltimas quatro semanas de 2022 foi cerca de 30% maior em rela��o � m�dia hist�rica. Segundo a Secretaria Municipal da Sa�de, em dezembro, foram atendidos 56 pacientes com a inflama��o, dos quais 37 acabaram internados. No mesmo per�odo de 2021, foram 102 atendimentos e 61 interna��es; em 2020, dez e quatro e, em 2019, 58 e 12.


No Hospital Infantil Sabar�, tamb�m na capital paulista, quem procurava o pronto-socorro na �ltima quinta-feira (5/1) era orientado a assinar um termo autorizando a transfer�ncia de unidade caso houvesse necessidade de interna��o.

"Estamos com 100% de ocupa��o", diz Francisco de Oliveira J�nior, gerente m�dico da unidade.


Os casos de VSR come�aram a crescer no Sabar� em outubro. Oliveira afirma que, no fim de dezembro e in�cio de janeiro, com a cidade mais vazia, os atendimentos costumam diminuir. Desta vez, por�m, o hospital est� recebendo casos mais graves, que requerem interna��o e elevam a ocupa��o.


O m�dico explica que n�o � realizado o painel viral (exame para identificar a presen�a de diferentes v�rus respirat�rios) de todos os pacientes, ent�o n�o � poss�vel estabelecer a quantidade de casos provocados pelo VSR, mas d� pistas: na �ltima semana, aproximadamente metade dos exames realizados indicava a presen�a do v�rus. Nesta, cerca de um ter�o.


Em Belo Horizonte, o Hospital Mater Dei Contorno decidiu ampliar a quantidade de leitos na UTI pedi�trica. Eram 16 em novembro, quando os casos de bronquiolite come�aram a subir. Agora s�o 22 e, como a expectativa � de piora do cen�rio, a previs�o � chegar a 30 at� mar�o.


"Na �ltima semana de dezembro, est�vamos com metade dos leitos da UTI com pacientes com bronquiolite, algo que s� acontece quando chega mar�o, abril", afirma o coordenador da UTI pedi�trica, Lu�s Fernando Andrade de Carvalho.


O m�dico diz que � muito comum irm�os que frequentam a escola passarem a doen�a para os ca�ulas que est�o em casa, por isso a expectativa era de redu��o de casos com o in�cio das f�rias. Os n�meros, por�m, continuam aumentando.


Cuidados


N�o h� uma vacina para VSR. O que existe � uma forma de preven��o com o anticorpo monoclonal polivizumabe, mas essa op��o � restrita a crian�as altamente vulner�veis, como beb�s prematuros e cardiopatas. Al�m disso, a aplica��o � realizada seguindo a sazonalidade t�pica da doen�a.


Entre as medidas de preven��o, al�m de manter a carteirinha de vacina��o atualizada, a SBP destaca a higiene frequente das m�os, uso de m�scaras, limpeza das superf�cies expostas � secre��o e o isolamento de pacientes com diagn�stico confirmado.


Em rela��o aos sinais e sintomas, os especialistas citam tosse, febre, congest�o nasal, dor de ouvido e dor de garganta.

Oliveira menciona tamb�m o desconforto respirat�rio, que pode ser identificado pela maior abertura das narinas ao inspirar, mostrando que a crian�a est� tentando puxar mais ar; aumento na frequ�ncia da respira��o e retra��o da musculatura ao lado do pesco�o e entre as costelas, indicando esfor�o para respirar.


O Minist�rio da Sa�de lista ainda dor de cabe�a, chiado no peito e l�bios e unhas arroxeados como indicativos de alerta.