Fevereiro Roxo: altera��es emocionais podem desencadear sintomas do l�pus
L�pus: por se tratar de uma doen�a multifatorial, sem causa espec�fica, n�o h� medidas preventivas, mas h�bitos e estilo de vida saud�veis
Ansiedade, depress�o e outros transtornos mentais podem estar associados a diversas doen�as f�sicas, como � o caso do l�pus
Robin Higgins/Pixabay
O "Fevereiro Roxo" conscientiza sobre Alzheimer, l�pus e dibromialgia. Ansiedade, depress�o e outros transtornos mentais, al�m de gerarem grande sofrimento ps�quico e psicol�gico, podem estar associados a diversas doen�as f�sicas. � o caso do l�pus, que atinge uma a cada 1.700 mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia. Com o estado emocional debilitado, os sinais da doen�a, como les�es na pele, feridas na boca, erup��es cut�neas e fadiga tendem a aparecer ou se intensificar. De acordo com a assessora m�dica do Laborat�rio Lustosa, Ana Maria Sales Teixeira, isso ocorre porque os transtornos mentais costumam impactar no sistema imunol�gico.
“Com a baixa da imunidade, o organismo fica mais suscet�vel aos sintomas da doen�a. Estudos comprovam que o desequil�brio emocional promove altera��es neuroend�crinas e imunol�gicas, como o aumento de cortisol, de adrenalina e de noradrenalina, al�m de significativa redu��o no n�mero e na atividade de linf�citos, c�lulas que participam do processo de defesa do organismo”, explica Ana Maria Sales Teixeira.
A m�dica destaca que as doen�as mentais, no entanto, n�o causam o l�pus. Elas contribuem para sua exacerba��o em pacientes que j� sofrem com a doen�a. Os transtornos mentais ainda podem gerar emo��es negativas e/ou h�bitos de vida n�o saud�veis, que podem dificultar o controle adequado do L�pus.
Estresse tem impacto sobre o l�pus
Segundo Ana Maria, estudos sugerem que o estresse tamb�m tem impactos na doen�a. “Altera��es comportamentais frequentemente identificadas no indiv�duo estressado, como a diminui��o ou aumento de atividade f�sica, de horas de sono, mudan�as na dieta e no uso de �lcool, cafe�na, nicotina e drogas, podem por si s� ter efeitos delet�rios e podem repercutir em doen�as cl�nicas, principalmente naquelas de base imunol�gica, como o l�pus”, observa.
De acordo com a supervisora t�cnica do setor de imunologia do Laborat�rio Lustosa, a biom�dica Graziele Negreiros Lima, o l�pus � uma doen�a inflamat�ria cr�nica autoimune (quando as c�lulas do sistema imune atacam o pr�prio corpo), mais comum do que se imagina. “Ele pode se apresentar de duas formas diferentes: o cut�neo, caracterizado pelas manchas na pele, e o sist�mico (L�pus eritematoso sist�mico), que pode acometer diferentes �rg�os, provocando dores articulares e anemia”.
A doen�a pode se manifestar por meio de sintomas inespec�ficos como fadiga, des�nimo, febre baixa, emagrecimento e perda de apetite, e sintomas mais espec�ficos, como les�es na pele, al�m de dor, incha�o e rigidez das articula��es.
A biom�dica ressalta que, assim como em diversas doen�as autoimunes, o l�pus n�o tem uma causa definida. “A ocorr�ncia da doen�a � multifatorial. Infec��es pr�vias podem levar ao desenvolvimento da doen�a, assim como outros fatores ambientais, gen�ticos e hormonais. Por isso, n�o existem medidas de preven��o. No entanto, h�bitos e estilo de vida saud�veis, al�m de evitar a exposi��o ao sol, s�o recomend�veis”, complementa.
Diagn�stico
Graziele Negreiros LIma destaca, ainda, que o diagn�stico precoce � fundamental para evitar a evolu��o do L�pus e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Atualmente, existem diversos exames laboratoriais que podem auxiliar nessa tarefa. Alguns desses exames visam buscar autoanticorpos que j� foram associados � doen�a. O mais conhecido deles � o FAN (Fator antinuclear), utilizado como triagem, e pode indicar ao m�dico qual anticorpo aquele paciente possui. Isso � importante para conduta terap�utica e acompanhamento da evolu��o da doen�a”.
Contudo, complementa ela, � importante lembrar que nenhum exame isolado permite o diagn�stico de doen�a. “� preciso avaliar tanto os exames quanto a apresenta��o cl�nica do paciente”, acrescenta.
Maternidade
Graziele Negreiros afirma que as mulheres s�o mais acometidas pelo l�pus, principalmente entre 20 e 45 anos. Uma d�vida muito comum em rela��o � doen�a diz respeito � maternidade. “As mulheres com L�pus, em sua grande maioria, t�m sua fertilidade preservada e podem engravidar assim como qualquer outra mulher. Contudo, � indicado que a paciente n�o esteja na fase ativa da doen�a, que a gravidez seja planejada e acompanhada por um especialista”, argumenta.
L�pus neonatal
Alguns beb�s ao nascimento podem apresentar o chamado l�pus neonatal, que � causado pela transfer�ncia dos autoanticorpos da m�e para o beb�. Mas, isso n�o quer dizer que o beb� adquiriu a doen�a da m�e. Os sintomas tendem a desaparecer ap�s alguns meses, quando ocorrer a elimina��o dos anticorpos do seu organismo.
“Alguns beb�s podem desenvolver um defeito card�aco grave, mas que pode ser detectado por exames adequados e identificada a necessidade de tratamento. Por isso, o acompanhamento m�dico � t�o importante para m�e e para o beb�. Contudo, a doen�a n�o � considerada contagiosa, ou seja, o l�pus n�o � transmiss�vel de uma pessoa para outra”, informa a especialista.
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