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Estado de Minas SA�DE

Dores e doen�as f�sicas podem estar associadas �s quest�es emocionais

Emo��es influenciam, e muito, no organismo, propiciando o aparecimento de doen�as, principalmente em meio � pandemia. Psiquiatra explica o porqu�


19/04/2021 14:00 - atualizado 19/04/2021 14:27

(foto: Pixabay)

As doen�as psicossom�ticas, conhecidas como transtorno somatoforme ou simplesmente somatiza��o, � um transtorno psiqui�trico que afeta tamb�m o funcionamento do corpo, provocando diversas queixas f�sicas.

"Embora as causas n�o sejam totalmente compreendidas, o estresse gerado por emo��es interfere no funcionamento cerebral, o que altera a libera��o de subst�ncias importantes para o correto funcionamento cerebral, repercutindo tamb�m no funcionamento normal do organismo como um todo.” 

� o que explica Bruno Brand�o, psiquiatra membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP). Em meio � pandemia de COVID-19, esse fator � intensificado, haja vista o isolamento social e a constate ang�stia pelo cont�gio da doen�a e condi��es impostas pela pandemia, como falta de emprego, problemas financeiros, estresse no trabalho, mudan�a para o home office, problemas pessoais e tarefas familiares. Uma tristeza que n�o vai embora, por exemplo, pode ocasionar dores nas costas, joelhos e dermatites.    

N�o � toa, segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela ABP, 89% dos 400 profissionais da sa�de entrevistados diagnosticaram seus pacientes com quadros de doen�as psicossom�ticas nos �ltimos meses. 

A empresária Déborah Ribeiro da Silva, de 34 anos, desenvolveu um quadro de dermatite durante a pandemia de COVID-19 em razão do medo de adoecer
A empres�ria D�borah Ribeiro da Silva, de 34 anos, desenvolveu um quadro de dermatite durante a pandemia de COVID-19 em raz�o do medo de adoecer (foto: Renato Matos/Divulga��o)
“As manifesta��es cl�nicas s�o as mais variadas poss�veis, como dores de cabe�a, ins�nia, altera��es gastrointestinais – enjoo, dores, queima��o ou gastrite, diarreia ou constipa��o –, manchas pelo corpo, taquicardia, fraqueza, falta de ar, altera��o do equil�brio, dist�rbios visuais, entre outros. Al�m disso, algumas doen�as podem ser desenvolvidas ou agravadas pelo transtorno. Alguns exemplos s�o herpes, gripe, enxaqueca, doen�as ortop�dicas, alergias, gastrites, apneia do sono, descontrole da press�o arterial e amigdalite”, diz Bruno Brand�o. 

A empres�ria D�borah Ribeiro da Silva, de 34 anos, sentiu isso na pele durante a pandemia de COVID-19. Ela conta que, agora, no oitavo m�s de gravidez e com o aumento dos casos da doen�a, come�ou a sentir um medo exacerbado de adoecer. “Adotei completamente o lockdown e, com isso, desenvolvi uma dermatite em uma das pernas, que acabou passando para a outra. Precisei buscar ajuda m�dica para tratar”, afirma. 

ACOMPANHAMENTO PSICOL�GICO


Mas como identificar um quadro de doen�a psicossom�tica e como, tamb�m, trat�-la? Para o diagn�stico, que nem sempre � f�cil, o especialista explica que � necess�rio descartar doen�as f�sicas que justifiquem o sintoma do paciente com a realiza��o de exames. Depois de diagnosticar a patologia, � fundamental reestabelecer de forma gradativa o estado mental do paciente com acompanhamento psicol�gico.

“Isso porque o psic�logo, junto com o paciente, vai entender e dar significado aos sintomas f�sicos da pessoa, correlacionando-os com os fatores emocionais e modificando padr�es de pensamentos disfuncionais, mas sempre com o cuidado de n�o desmerecer o sofrimento do outro. O tratamento medicamentoso, realizado por um m�dico psiquiatra, pode ser relevante para controlar sintomas ansiosos, depressivos e dolorosos. Em todos os casos, a pr�tica de atividades f�sicas, um boa noite de sono e alimenta��o adequada � muito importante.” 

D�borah Ribeiro da Silva agiu, conforme as recomenda��es, antes do quadro agravar ainda mais. “Tenho evitado acompanhar as not�cias tristes e buscado momentos de relaxamento como assistir s�ries, leitura e medita��o, e cuidado mais da parte emocional e espiritual. E entendo e acredito ser muito importante tentar manter o equil�brio emocional agora e n�o descuidar da sa�de”, afirma a empres�ria.  

Bruno Brandão, psiquiatra membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP)
Bruno Brand�o, psiquiatra membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP) (foto: Arquivo pessoal)
Nesse cen�rio, o psiquiatra aponta que transtornos psiqui�tricos j� existentes, como ansiedade e depress�o, podem agravar os quadros. “Diversos estudos j� demonstram que a ansiedade e a depress�o quando n�o tratadas aumentam o risco do desenvolvimento de doen�as, tanto psicossom�ticos quanto cardiovasculares, c�nceres e diabetes”, frisa. 

Por isso, Bruno Brand�o pontua, ainda, que � importante entender quando pedir ajuda e n�o hesitar: “N�o deixe para depois, se os sentimentos ruins s�o parte da sua rotina, voc� precisa de ajuda, pois quanto mais intensos forem, maior a chance de ocasionar dores e doen�as, como, infarto. Para qualquer sinal de alerta, n�o hesite em pedir ajuda e entre em contato com um profissional m�dico imediatamente”, recomenda. 

PREVINA-SE! 


Para al�m da pandemia de COVID-19 e o isolamento social, evitar o aparecimento de dores e doen�as em raz�o de situa��es emocionais � muito importante. Segundo o psiquiatra Bruno Brand�o, o caminho � “autoconhecimento”. 

"Para qualquer sinal de alerta, n�o hesite em pedir ajuda e entre em contato com um profissional m�dico imediatamente."

Bruno Brand�o, psiquiatra membro da Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP)

 
 
“Entretanto, isso n�o � tarefa f�cil. Cada vez mais vivemos cheio de pensamentos negativos, afazeres e preocupa��es, e na correia do dia a dia nem sempre paramos para uma reflex�o sobre n�s mesmos. � muito importante desacelerar um pouco, relaxar e fazer uma autoan�lise."

Algumas sugest�es do especialista s�o: descobrir o que te d� prazer, prestar aten��o nos gatilhos que geram os desconfortos emocionais e f�sicos, entender que n�o temos o controle sobre tudo, praticar atividade f�sica, medita��o ou outras t�cnicas de relaxamento e intensificar as rela��es sociais mesmo por meios virtuais.

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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