Grupos de apoio, atividade f�sica e tratamento medicamentoso s�o importantes aliados na recupera��o de uma pessoa com depend�ncia de �lcool
A absten��o da bebida alco�lica � a �nica forma de se livrar do alcoolismo. O alerta � da endocrinologista Claudia Chang, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A medida n�o � f�cil e pode at� exigir interna��o, afirma a especialista. O s�bado 18/2 foi marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo.
"A falta de bebida alco�lica pode causar a s�ndrome de abstin�ncia, quando a concentra��o de �lcool no sangue diminui e costuma gerar irritabilidade, ansiedade, taquicardia e suor em excesso. Em casos extremos, pode provocar convuls�es e at� levar a �bito", afirma Claudia.
Claudia Chang, endocrinologista
"A falta de bebida alco�lica pode causar a s�ndrome de abstin�ncia, quando a concentra��o de �lcool no sangue diminui e costuma gerar irritabilidade, ansiedade, taquicardia e suor em excesso"
Claudia Chang, endocrinologista
Segundo a especialista, � fundamental buscar ajuda especializada. "O apoio de amigos e familiares � fundamental para a recupera��o do alcoolismo, mas n�o � todo mundo que consegue ter estrutura emocional para lidar com a situa��o. Alguns v�nculos afetivos, inclusive, podem se romper ou ficar abalados em face desse problema", disse a m�dica.
PRAZER
O psiquiatra Jorge Jaber, professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), disse que para a maioria da popula��o no mundo o �lcool representa prazer e manifesta��o de alegria. No entanto, para uma parcela cada vez maior, o consumo dessa subst�ncia pode significar um s�rio abalo � sa�de. Em especial, para as mulheres.
O psiquiatra e presidente do Centro de Informa��es sobre Sa�de e �lcool (Cisa), Arthur Guerra, afirma que "falta prazer" quando o dependente fica sem consumir a bebida alco�lica.
"A primeira consequ�ncia [do alcoolismo], mais comum e at� mais grave, � que a pessoa n�o consegue ficar sem [a bebida alco�lica], porque n�o se sente � vontade. N�o � que ela bebe para ter prazer, ela bebe porque na falta do �lcool tem uma sensa��o de desprazer, falta prazer quando n�o tem o �lcool. Ela bebe para aliviar essa sensa��o e ent�o fica com a vida fechada, dependente do �lcool", explicou.
ABORDAGEM
Segundo Arthur Guerra, negar a condi��o faz parte do quadro cl�nico de uma pessoa dependente do �lcool. "� uma abordagem muito dif�cil, em primeiro lugar, porque existe um estigma grande. Pessoas que t�m depend�ncia de �lcool, muitas vezes n�o se consideram dependentes. Em geral, acreditam que s�o bebedores moderados e que param de beber quando querem. Essa certa onipot�ncia associada com a nega��o de que a pessoa n�o tem o problema � comum, faz parte do quadro cl�nico", explica.
O administrador F�bio Quintas, colaborador do Alco�licos An�nimos, afirma que a participa��o de familiares e pessoas pr�ximas � essencial no tratamento de dependentes qu�micos.
"Quase nenhum membro dos Alco�licos An�nimos veio por vontade pr�pria para buscar tratamento. A gente fala que foi por 'livre e espont�nea press�o'. Press�o da fam�lia, dos empregadores, dos amigos. Ent�o, precisa existir algum tipo de limite e consentimento das pessoas � volta, porque a principal caracter�stica dessas pessoas que t�m problemas de alcoolismo � esse distanciamento da realidade. Ele n�o consegue ver, pois passou tanto tempo negando, minimizando, se autojustificando e racionalizando que n�o consegue enxergar o tamanho do problema que ele tem e como aquilo j� corroeu as rela��es e a vida dele", ressalta.
De acordo com Quintas, o momento adequado para abordar o assunto sobre tratamento � quando a pessoa estiver s�bria.
"N�o adianta brigar, questionar ou tentar falar que a pessoa tem um problema quando ela estiver b�bada. A emo��o est� muito � flor da pele, a pessoa n�o est� consciente e isso gera uma discuss�o, uma briga. O ideal � que a pessoa tenha a consci�ncia de esperar o momento de sobriedade, geralmente naquele 'p�s-bebedeira', ressaca. E, normalmente, em uma primeira abordagem, n�o vai funcionar. A fam�lia tem que saber que deve tentar de novo quando o problema se repetir", explica. (Ag�ncia Brasil)
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