Homem de costas com dores nos rins com as duas mãos sobre as costas com destaque vermelho em cores artificiais no local

Doen�a renal cr�nica costuma ser silenciosa e somente provoca sintomas em est�gios mais graves.

Holding/Divulga��o


Na pr�xima quinta-feira (9) � o Dia Mundial do Rim e, no Brasil, oportunidade para que a Sociedade Brasileira de Nefrologia reforce a campanha Sa�de Renal a Todos, visando a amplia��o do acesso a um exame simples de sangue para medir a creatinina. Por ser filtrada pelos rins, quando encontrada em excesso no organismo, essa subst�ncia indica como est� o funcionamento dos rins. Quanto mais creatinina no sangue, mais afetados est�o os rins.

Um grande problema � que muitas vezes esse exame n�o � solicitado e as pessoas apenas descobrem problemas renais em fases muito avan�adas das les�es. A doen�a renal cr�nica costuma ser silenciosa e somente provoca sintomas em est�gios mais graves. Infartos e acidentes vasculares cerebrais s�o doen�as que levam � morte e, muitas vezes, s�o provocadas por rins que j� vinham em fal�ncia.



A doen�a renal cr�nica (DRC) � uma das principais causas de morte no Brasil, com 40 mil novos doentes ao ano. Estima-se que no Brasil mais de 140 mil pacientes renais est�o fazendo terapia renal substitutiva (TRS). Ou seja, quando os rins atingem 85% de comprometimento, os pacientes precisam realizar di�lise - uma terapia que faz a filtragem do sangue por meio de uma m�quina - ao menos tr�s vezes por semana at� que a pessoa possa fazer um transplante renal.

Mas muitos n�o conseguem e permanecem em di�lise por anos. Em apoio � campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a Associa��o Brasileira dos Centros de Di�lise e Transplante (ABCDT), que representa cerca de 840 cl�nicas de di�lise que realizam os servi�os de nefrologia para os sistemas privado de sa�de e p�blico, pelo SUS, refor�a que os doentes renais no Brasil, especialmente os atendidos pelo SUS, ainda necessitam de um olhar mais cuidadoso.

"O Dia Mundial do Rim precisa ser celebrado para conscientizar o poder p�blico e a sociedade para a��es que promovam a preven��o e tamb�m para que se cuide bem, com efetividade, dos que ficaram doentes. Hoje, as cl�nicas est�o mal remuneradas, h� risco de fal�ncias em s�rie e n�s, nefrologistas, estamos muito aflitos com a sa�de desses pacientes", afirma o nefrologista Yussif Ali Mere J�nior, presidente da ABCDT.

 

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Nos �ltimos anos, o custo com o tratamento tem aumentado, e em contrapartida o repasse do Minist�rio da Sa�de para as cl�nicas privadas n�o est� sendo atualizado para atender os gastos, que s�o expressivos. O repasse feito por cada sess�o de hemodi�lise � R$ 218 e o custo m�dio � de R$ 302, gerando uma defasagem m�nima de 39% dependendo do porte e do local em que a cl�nica esteja.

 "A preven��o prim�ria � uma a��o importante para afastar causas e fatores de riscos de doen�as trat�veis e que poderiam ser evitadas. Mas temos que cuidar de muitos problemas que hoje afetam os renais. Muitos t�m dificuldade para conseguir realizar a terapia dentro de uma cl�nica e ficam internados em hospitais at� conseguir uma vaga, outros n�o conseguem fazer a cirurgia de acesso vascular para colocar a f�stula e seguem dialisando com cateter provis�rio, correndo risco de terem infec��o nesse cat�ter e n�o conseguirem fazer a hemodi�lise, outros precisam mudar de cidade ou ficar horas na estrada at� chegarem numa cidade que tenha hemodi�lise. Nessas enchentes, temos visto pacientes com dificuldade para fazer a hemodi�lise. Na Covid, muitos se contaminaram e morreram. A di�lise peritoneal, feita em casa, � quase inexistente. Apenas 6% dos pacientes t�m acesso. Algo urgente precisa ser feito pelos renais. A vulnerabilidade deles ainda � muito grande", enfatiza o m�dico.

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Sem recursos, muitas cl�nicas est�o deixando de fazer investimentos e at� mesmo finalizando contratos com o SUS e atendendo apenas a rede privada de sa�de. "A ABCDT vem apelando para o Governo Federal, aos Estados e Munic�pios que atualizem os valores pagos aos prestadores de servi�o de di�lise e transplante.

"Um exemplo, � que o financiamento da sa�de � tripartite, ou seja, estados e munic�pios podem complementar as verbas, mas apenas os estados do Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal complementam os custos da di�lise", revela o profissional.

"O que nos resta pensar � que o futuro � incerto para os pacientes renais cr�nicos. � importante que a sociedade saiba que essa terapia substitui a fun��o que o rim doente n�o consegue mais executar e, sem esse tratamento, o paciente renal vai a �bito. Podemos dizer que o Brasil vinha, at� aqui, sendo um bom exemplo de presta��o de servi�o nefrol�gico. H� pacientes renais com mais de 30 anos em di�lise desde que os rins pararam. E esses cidad�os, em sua maioria, s�o pessoas que adquirem diabetes e hipertens�o e depois perdem a fun��o renal", explica Yussif.