Sono dos deuses: saiba como ter um descanso reparador

Uma noite bem dormida faz toda a diferen�a. O sono tem fun��o reparadora e restauradora do corpo humano. � aquele momento em que tecidos s�o reparados, � quando acontece a s�ntese de prote�nas, o crescimento muscular e a regula��o do metabolismo do organismo, al�m de manter o equil�brio mental e emocional e o bom funcionamento do c�rebro.

Apesar disso, o n�mero de pessoas que n�o consegue descansar de forma satisfat�ria � grande. � o caso do jornalista Thiago Aureliano da Silva, de 26 anos, que como quase a metade da popula��o brasileira, de acordo com in�meras pesquisas, t�m dificuldades para dormir. Ele conta que, at� meados de 2021, a qualidade de seu sono era muito ruim.

“Eu j� cheguei a ficar tr�s noites sem dormir e isso gerava v�rios problemas no dia a dia. Sempre ficava muito cansado, sem disposi��o, afetava o trabalho, n�o tinha concentra��o e foco necess�rios para realizar minhas tarefas. E a quest�o do descansar, quem sofre de ins�nia sabe disso: a pessoa dorme, mas nunca descansa.”

 

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Segundo Thiago, seu sono era fragmentado. “�s vezes, me deitava por volta das 21h30 e s� conseguia mesmo pegar no sono por volta da 0h, 0h30, 1h da manh� e acordava entre 6h, e 6h30. Al�m disso, acordava v�rias vezes durante a madrugada, cerca de cinco a seis vezes e demorava mais um pouco pra dormir, coisa de 10, 15 minutos, mas nunca descansava mesmo e nem conseguia me revigorar do cansa�o do dia anterior.”

De acordo com o neurocirurgi�o Felipe Mendes, o sono passa por quatro est�gios todas as noites, repetidas vezes, em ciclos, e cada um deles tem caracter�sticas espec�ficas, tempo de dura��o e fun��o dentro do nosso corpo.

 “Uma dessas fases � conhecida como REM e significa movimento r�pido dos olhos e as outras tr�s s�o n�o-REM, divididas em N1, N2 e N3. Ou seja, al�m de ter uma quantidade de horas de sono necess�rias, � importante que essas fases acima estejam equilibradas entre elas.”

A N1 � o momento em que a gente faz a transi��o entre a vig�lia e o sono, o que muita gente chama de sono leve. Ele ocorre quando nos deitamos para dormir, tem como caracter�stica os m�sculos mais relaxados e tamb�m espasmos ocasionais. Felipe explica que, nessa etapa, as ondas cerebrais come�am a se modificar.

A N2, fase intermedi�ria do sono n�o REM e que vem antes do sono profundo, segundo o neurocirurgi�o, tem como caracter�stica os nossos batimentos ficarem mais lentos, ficarmos mais relaxados, nossos olhos pararem de movimentar, mesmo que fechados, e nossa temperatura corporal ficar mais baixa do que na fase anterior. 

“Em seu primeiro per�odo durante o sono, a N2 dura uma m�dia de 10 a 25 minutos, aumentando o tempo nas outras vezes em que ocorre. N�s passamos quase a metade da noite nesse est�gio de sono.”

J� a N3 – sono profundo – � considerada indispens�vel para que acordemos bem no dia seguinte. “� a fase em que os batimentos, m�sculos e respira��o ficam mais lentos e a chance de sermos acordados � menor. Diferentemente da N2, ela dura entre 20 e 40 minutos no primeiro ciclo e diminui de tempo nos outros per�odos da noite.”  

Conforme o especialista revela, existem estudos que constatam que essa fase � importante para o crescimento, para a criatividade e tamb�m para a imunidade do indiv�duo.

“REM � uma fase que come�a 90 minutos depois que j� estamos dormindo. Ela se repete v�rias vezes e se torna cada vez maior. � quando sa�mos do sono profundo. Os olhos se movem rapidamente de um lado para o outro e as ondas cerebrais ficam muito semelhantes �s de quando estamos acordados. A respira��o fica mais �gil e irregular, e a frequ�ncia card�aca e a press�o arterial aumentam para n�veis pr�ximos de quando estamos despertos. A diferen�a � que os outros m�sculos est�o paralisados”, explica o especialista. 

� nesse momento que, de acordo com ele, nosso organismo consegue melhorar nossa mem�ria, cogni��o, capacidade de aprendizagem e criatividade. 

Quando n�s n�o conseguimos cumprir todos os est�gios que o sono precisa ter ao longo da noite, Felipe Mendes explica que isso pode acarretar preju�zos muito significativos para o c�rebro, no hipocampo.