No estudo, os resultados principais observados foram de uma evid�ncia boa a elevada de aumento dos sintomas de depress�o durante a pandemia nas crian�as e adolescentes
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A pandemia da COVID-19 provocou um aumento nos sintomas de depress�o e ansiedade em crian�as e adolescentes em todo o mundo.
Embora o aumento observado tenha sido geral, no recorte de g�nero as meninas sofreram mais danos � sa�de mental, com 32% mais sintomas de depress�o e 12% mais de ansiedade (contra 10% e 4%, respectivamente, em meninos).
Em rela��o � faixa et�ria, os adolescentes sofreram mais com ansiedade, com cerca de 16% mais de sintomas no per�odo pand�mico, contra uma redu��o de 2% em crian�as de at� 12 anos.
O estudo contou com pesquisadores canadenses e irlandeses das universidades de Calgary, em Alberta, Universidade de Ottawa e Universidade de Ont�rio, no Canad�, e Universidade College de Dublin, na Irlanda.
Para avaliar as varia��es de sintomas de depress�o e ansiedade na pandemia, os cientistas fizeram uma meta-an�lise (an�lise dos dados publicados em estudos anteriores, sem a coleta de novas informa��es) e revis�o sistem�tica de 53 estudos em 11 pa�ses com 40.807 crian�as e adolescentes durante a pandemia.
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Foram inclu�dos estudos com dados sobre sintomas de ansiedade e depress�o, antes e durante a pandemia, em crian�as e adolescentes de at� 19 anos e que apresentavam dados sociodemogr�ficos como sexo, idade, etnia e renda. Os pa�ses inclu�dos na an�lise foram: Alemanha, Austr�lia, Canad�, China, Espanha, Estados Unidos, It�lia, Israel, Holanda, Reino Unido e Su��a.
A idade m�dia encontrada foi de 13,5 anos para os estudos que avaliavam depress�o e 12,6 para aqueles com informa��es sobre ansiedade, e as mulheres eram maioria nos estudos de depress�o e ansiedade (54% e 52%, respectivamente).
Os resultados principais observados foram de uma evid�ncia boa a elevada de aumento dos sintomas de depress�o durante a pandemia nas crian�as e adolescentes, enquanto a evid�ncia para o aumento de sintomas de ansiedade foi moderada.
Diferen�as quanto a idade, g�nero e pa�s
As diferen�as encontradas quanto a idade, g�nero e pa�s, no entanto, mostraram que a piora na sa�de mental foi heterog�nea. Enquanto na regi�o da Am�rica do Norte (Canad� e EUA) o aumento de depress�o observado nos adolescentes foi de 25%, na Europa esse �ndice chegou a 35%. Na �sia, o crescimento foi de cerca de 11%.
Os adolescentes sofreram mais com depress�o (27%, contra 21% em crian�as) e ansiedade (16%, com decr�scimo de 2% nas crian�as), embora o resultado tenha baixa evid�ncia estat�stica.
Em rela��o � renda, pa�ses de renda m�dia ou elevada tiveram um maior aumento de depress�o na popula��o pedi�trica, com 35%, contra 18% nos pa�ses mais pobres. A ansiedade tamb�m variou de 14% a 3% nos pa�ses com renda m�dia elevada a baixa, respectivamente.
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Os autores do estudo afirmam que isso pode ser justificado pelo maior acesso aos question�rios eletr�nicos utilizados na pesquisa e tamb�m pelo maior sentimento de perda das atividades extracurriculares durante o per�odo de quarentena, em rela��o �s crian�as de pa�ses de renda m�dia mais baixa.
Por fim, o estudo observou uma correla��o de quando havia um diagn�stico inicial de condi��o mental, como depress�o ou ansiedade, nos jovens, o risco de ter uma piora at� os 17 anos na pandemia foi sete vezes maior em compara��o aos que n�o tinham essa predisposi��o.
Peso da sa�de mental � global
Os autores afirmam que o peso global da sa�de mental � consider�vel em qualquer idade, mas nos mais jovens ele � maior, uma vez que pode estar associado a outros efeitos como perda cognitiva, baixo desempenho acad�mico, qualidade de vida, rela��es interpessoais e sa�de f�sica, al�m de aumentar o risco de desenvolver alguma psicopatia na vida adulta.
Embora o estudo tenha algumas limita��es, como incluir em sua maioria pa�ses que t�m o ingl�s como primeira l�ngua ou com maior acesso aos servi�os de sa�de e question�rios online, foi pioneiro ao incluir um n�mero elevado de crian�as e adolescentes, em especial com dados pr� e p�s-pandemia.
A pesquisa, por�m, tinha apenas um estudo com dados de crian�as e adolescentes n�o bin�rios, e o peso da sa�de mental em popula��es minorizadas como transg�neros pode ser maior.
Por fim, os pesquisadores concluem que o maior efeito nas mulheres e nos adolescentes pode ajudar no processo de cria��o de pol�ticas p�blicas concentradas neste grupo minorit�rio para melhor assistir a crise de sa�de mental vivida hoje por crian�as e adolescentes em todo o mundo.
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